Resultados
de exames do Instituto Pasteur, divulgados ontem, terça-feira,
12 de julho, confirmaram mais um caso positivo de
raiva em morcego não hematófago em Campinas.
Trata-se da quarta ocorrência nesta espécie
confirmada na cidade este ano, desta vez na área do
Centro de Saúde (CS) Faria Lima, Região Sul. Os
outros três casos ocorreram na área de Barão
Geraldo (dois), Região Norte, e no Centro, Região
Leste. Em 2004, foram três casos, um no Centro e dois
na Região Norte e, em 2003, cinco, sendo três na
Leste e dois na Norte.
Imediatamente
após o comunicado do Pasteur, a Secretaria Municipal
de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) e da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, iniciou
avaliação da área para planejar o bloqueio que
acontece já a partir da tarde desta quarta-feira, 13.
O bloqueio inclui inquérito epidemiológico para
investigar se alguém teve contato com o morcego,
vacinação de cães e gatos ao redor do local onde
foi detectado o caso e atividades de educação em saúde
com a população.
"A
área, que tem início na avenida Faria Lima, possui
muitos prédios públicos, filantrópicos e de
entidades de classe. Portanto, a expetativa é vacinar
poucos animais, a maioria na abrangência do Parque Itália",
afirma a bióloga Maria Geralda Rodrigues de Almeida,
da Visa Sul. Segundo Geralda, com relação ao
trabalho educativo, além da ação de casa em casa
com os moradores da área, a idéia é desencadear
atividade com os núcleos de vigilância do Hospital Mário
Gatti, CS Faria Lima e Policlínica para que estas
equipes orientem servidores de suas entidades.
A bióloga
diz que a principal informação a ser passada para a
população é que qualquer morcego encontrado caído
no chão, vivo ou morto, é suspeito de raiva e não
deve ser tocado. "As pessoas nunca devem colocar
a mão em morcego. O correto é entrar em contato com
o Centro de Controle de Zoonoses ou o Centro de Saúde
para se orientar sobre o procedimento adequado",
afirma.
Além
disso, de acordo com Geralda, a comunidade será
informada sobre a importância de manter gatos e cães
vacinados, uma vez que, se estes animais não
estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem
registrados casos em animais e em humanos. A bióloga
explica que a transmissão ocorre quando o vírus da
raiva existente na saliva do animal infectado penetra
no organismo, através da pele ou mucosas, por
mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não
existindo necessariamente agressão.
"Portanto,
a transmissão pode ocorrer diretamente do morcego
para o ser humano, do morcego para o animal e do
animal infectado para o homem", diz. Segundo o
Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o
principal transmissor da raiva para o homem é o cão,
seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.
Saiba
mais. A raiva é uma doença que acomete todas as espécies
de mamíferos e que pode ser transmitida aos homens,
sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus
mortal, tanto para os homens quanto para os animais,
sendo uma das doenças mais antigas do mundo.
Denize
Assis