Campinas confirma mais um caso de raiva em morcego e inicia bloqueio

13/07/2005

Resultados de exames do Instituto Pasteur, divulgados ontem, terça-feira, 12 de julho, confirmaram mais um caso positivo de raiva em morcego não hematófago em Campinas. Trata-se da quarta ocorrência nesta espécie confirmada na cidade este ano, desta vez na área do Centro de Saúde (CS) Faria Lima, Região Sul. Os outros três casos ocorreram na área de Barão Geraldo (dois), Região Norte, e no Centro, Região Leste. Em 2004, foram três casos, um no Centro e dois na Região Norte e, em 2003, cinco, sendo três na Leste e dois na Norte.

Imediatamente após o comunicado do Pasteur, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, iniciou avaliação da área para planejar o bloqueio que acontece já a partir da tarde desta quarta-feira, 13. O bloqueio inclui inquérito epidemiológico para investigar se alguém teve contato com o morcego, vacinação de cães e gatos ao redor do local onde foi detectado o caso e atividades de educação em saúde com a população.

"A área, que tem início na avenida Faria Lima, possui muitos prédios públicos, filantrópicos e de entidades de classe. Portanto, a expetativa é vacinar poucos animais, a maioria na abrangência do Parque Itália", afirma a bióloga Maria Geralda Rodrigues de Almeida, da Visa Sul. Segundo Geralda, com relação ao trabalho educativo, além da ação de casa em casa com os moradores da área, a idéia é desencadear atividade com os núcleos de vigilância do Hospital Mário Gatti, CS Faria Lima e Policlínica para que estas equipes orientem servidores de suas entidades.

A bióloga diz que a principal informação a ser passada para a população é que qualquer morcego encontrado caído no chão, vivo ou morto, é suspeito de raiva e não deve ser tocado. "As pessoas nunca devem colocar a mão em morcego. O correto é entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses ou o Centro de Saúde para se orientar sobre o procedimento adequado", afirma.

Além disso, de acordo com Geralda, a comunidade será informada sobre a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, se estes animais não estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem registrados casos em animais e em humanos. A bióloga explica que a transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

"Portanto, a transmissão pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano, do morcego para o animal e do animal infectado para o homem", diz. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete todas as espécies de mamíferos e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais, sendo uma das doenças mais antigas do mundo.

Denize Assis

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