Acidentes com motociclistas cresceram 14% entre os anos de 2000 e 2004

27/07/2005

Campinas registrou um aumento de 14% nos acidentes com motociclistas, no ano passado, em relação a 2000. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 27 de julho, no Seminário A vida sobre duas rodas: Reduzir riscos e danos, revelam que 2.197 motociclistas se acidentaram em 2003. Em 2000, foram 1.927. "Os índices vinham caindo, mas a exemplo de outros grandes centros urbanos, em Campinas, em 2004, houve um aumento significativo", informou Gerson Luís Bittencourt, Secretário Municipal de Transportes de Campinas, durante a abertura do evento.

Bittencourt disse também que, apesar do aumento nos acidentes, houve uma queda no número de vítimas fatais, que reduziu de 37, em 2000, para 21, em 2004. O Secretário de Transportes informou ainda que 66% dos motociclistas de Campinas têm entre 20 e 30 anos e que o número de motos praticamente dobrou na cidade nos últimos cinco anos.

"Ao analisar estes dados, avalio como muito importante a realização deste seminário, que reúne sociedade, motociclistas e entidades responsáveis pela intervenção no problema para analisar riscos e buscar propostas para reduzir esta acidentalidade", disse Bittencourt.

O Secretário Municipal de Saúde, Gilberto Selber, que representou o prefeito Hélio de Oliveira Santos na abertura do evento, também ressaltou a necessidade do município definir uma política pública eficiente para a intervenção no problema do uso da motocicleta como instrumento de trabalho.

"Nada justifica o alto risco vivido no dia a dia por estes trabalhadores. E a idéia deste evento é justamente conhecer o problema do ponto de vista de saúde pública e as experiências de intervenção e reunir idéias e sugestões para elaborar políticas públicas para o setor", disse Selber.

Além disso, afirmou o Secretário de Saúde, o Seminário visa subsidiar a regulamentação da Lei Municipal nº 12.049, de 31 de agosto de 2004, de autoria do vereador Sérgio Benassi, que institui a notificação compulsória de acidentes com motociclistas profissionais.

Também participaram da abertura do evento Willian Higa, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), William Antônio Latuf, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ana Sperandio, dos Municípios e Comunidades Potencialmente Saudáveis, e Ana Palmira, do Ministério do Trabalho e Planejamento.

As sugestões apontadas no Seminário, que serão tema da próxima reportagem, vão servir como subsídios para uma oficina de trabalho, prevista para ocorrer em agosto, onde um grupo menor de profissionais envolvidos no processo Saúde, Trabalho e Trânsito, irá estabelecer intervenções que, uma vez implementadas, possam reduzir os indicadores de morbimortalidade e contribuir para uma convivência harmoniosa no trânsito.

Denize Assis

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