A Secretaria de Saúde
de Campinas divulgou ontem, quarta-feira, 5 de julho,
para todos os serviços e profissionais de rede de saúde
do município, alerta sobre a importância da contínua
vigilância dos casos suspeitos de sarampo, com a
notificação de todas as ocorrências e a manutenção de
alta cobertura vacinal.
O comunicado é
recomendação da Coordenadoria do Controle de Doenças do
Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de
Estado da Saúde e foi desencadeado devido ao período de
retorno dos participantes da Copa do Mundo de Futebol de
2006, na Alemanha, onde surtos da doença têm ocorrido
desde o início deste ano.
O documento técnico
divulgado para toda rede informa que profissionais de
saúde, da rede pública e privada, devem estar alertas
para o risco de importação do vírus do sarampo. Nos
últimos cinco anos, todos os casos da doença que
ocorreram no Brasil foram relacionados à importação do
vírus. A detecção destes casos confirma que a entrada do
vírus do sarampo em nosso país é ameaça constante afirma
a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de
Campinas.
Os doentes não eram
vacinados e contraíram a doença em outros países onde o
sarampo continua como doença endêmica ou epidêmica ou
foram infectados por pessoas que haviam viajado ao
exterior. Portanto, devemos ficar atentos ao
aparecimento dos sinais e sintomas do sarampo, como
febre, coriza, tosse, conjuntivite e exantemas, informa
Brigina.
Segundo a
sanitarista, o sarampo é a doença febril exantemática de
maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade
importante milhares de crianças morrem todos os anos - e
de fácil transmissão. Portanto, devido à rotatividade de
viajantes e estrangeiros, o risco de reintrodução do
vírus é constante. Sendo assim, a vigilância
epidemiológica de Campinas, de cada cidade, dos Estados,
do País, precisa estar sempre sensível para garantir a
detecção rápida dos suspeitos e desencadear as medidas
necessárias para evitar novos casos, afirma.
A sanitarista informa
que há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo está
disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve
ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de
vida e depois aos cinco anos de idade. A vacinação é uma
das estratégias adotadas pela Organização Mundial de
Saúde para a erradicação da doença. Em Campinas, a
cobertura vacinal contra o sarampo tríplice viral - é de
100%. O último caso autóctone da doença na cidade foi
notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil teve uma epidemia
de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes.
Saiba mais sobre o
sarampo. O
sarampo, uma doença infecciosa aguda, grave, causada por
um vírus do gênero Morbilivírus, da família
Paramyxoviridae, é extremamente contagioso. Muito comum
na infância, a presença do vírus no sangue provoca
inflamação dos vasos sanguíneos e gera placas ásperas
avermelhadas na pele, características da infecção. Além
disso, as complicações infecciosas contribuem para a
gravidade do sarampo, particularmente em crianças
desnutridas e menores de um ano de idade.
A doença se transmite
de pessoa a pessoa, por meio de tosse, do espirro, da
fala e da respiração. Os sintomas do sarampo são febre
alta (acima de 38° C), erupções cutâneas generalizadas (exantemas),
tosse, coriza, conjuntivite e pequenos pontos brancos
que aparecem na mucosa bucal e antecedem ao exantema.