Saúde divulga informe sobre meningite

13/07/2006

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa), divulgou nesta quarta-feira, dia 12 de julho, informe técnico sobre doença meningocócica que inclui meningite meningocócica e meningococcemia no município nos primeiros seis meses deste ano.

Os dados mostram que, de janeiro a junho, foram confirmados 12 casos de doença meningocócica entre moradores da cidade, o que representa coeficiente de incidência de 1,13/100 mil habitantes. Deste total, dois evoluíram para óbito, o que configura letalidade de 16,6%. O número é menor do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando foram notificados 16 casos, com quatro mortes.

Os coeficientes de incidência da doença meningocócica em Campinas, até o último dia 30, são baixos e vêm mantendo uma estabilização em relação aos anos anteriores, o que até o momento não representa maior risco, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal.

Brigina informa que a meningite meningocócica, dentre os diferentes tipos de meningite, é considerada a mais importante em virtude de sua gravidade e potencial de transmissão. É uma doença que exige constante vigilância dos centros de saúde e dos hospitais no sentido de agir rapidamente para fazer o diagnóstico e tratamento precoces, afirma.

O informe aponta ainda que cinco casos foram em menores de 5 anos e os outros sete em maiores de 5. Em relação ao sorogrupo, seis foram pelo sorogrupo B, quatro pelo W135 e dois pelo C.

Segundo o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa, a doença meningocócica é uma infecção aguda causada por bactéria e que pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária. No entanto, é mais comum nas crianças, diz. André informa que existe tratamento para a doença meningocócica e que a maioria dos casos evolui para cura, sendo que, às vezes, a doença pode deixar seqüelas.

Trata-se de uma doença que ocorre durante todos os meses do ano. Mas, nas épocas mais frias, como acontece com todas as doenças de transmissão respiratória, observa-se aumento nas ocorrências, diz o sanitarista. Do total de casos deste ano, oito foram em junho.

André afirma que a doença meningocócica pode se manifestar como uma meningite infecção das meninges (membrana que envolve o cérebro) - e, na sua forma mais grave, a bactéria se espalha no organismo como uma septicemia meningoccemia. Também podem aparecer casos em que há presença de meningite e meningococcemia associadas, informa. Em 2006, dos 12 casos confirmados, oito foram de meningite mais meningoccemia, três de meningite e um de meningoccemia.

André afirma que é necessário atenção para o sinal característico da doença meningocócica que é febre alta com início abrupto acompanhada de dor de cabeça, vômito, dor na região do pescoço e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade, choro, gemido, e letargia entre outros.

Mediante estes sinais, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de saúde, diz. O sanitarista informa, ainda, que, no caso da meningococcemia, que pode ocorrer com ou sem sinais meníngeos que são os descritos acima -, observa-se a presença de lesões ou manchas arroxeadas e avermelhadas na pele chamadas petéquias.

André e Brigina informam que a intervenção nas primeiras horas do início dos sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução do caso. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces, a notificação rápida e o esforço no sentido de identificar o agente etiológico são extremamente importantes.

O informe técnico está disponível no portal da Secretaria Municipal de Saúde: www.campinas.sp.gov.br/saude

Denize Assis

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