A Secretaria Municipal de
Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde
(Visa), divulgou nesta quarta-feira, dia 12 de julho,
informe técnico sobre doença meningocócica que inclui
meningite meningocócica e meningococcemia no município
nos primeiros seis meses deste ano.
Os dados mostram que, de
janeiro a junho, foram confirmados 12 casos de doença
meningocócica entre moradores da cidade, o que
representa coeficiente de incidência de 1,13/100 mil
habitantes. Deste total, dois evoluíram para óbito, o
que configura letalidade de 16,6%. O número é menor do
que o verificado no mesmo período do ano passado, quando
foram notificados 16 casos, com quatro mortes.
Os coeficientes de
incidência da doença meningocócica em Campinas, até o
último dia 30, são baixos e vêm mantendo uma
estabilização em relação aos anos anteriores, o que até
o momento não representa maior risco, afirma a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica Municipal.
Brigina informa que a
meningite meningocócica, dentre os diferentes tipos de
meningite, é considerada a mais importante em virtude de
sua gravidade e potencial de transmissão. É uma doença
que exige constante vigilância dos centros de saúde e
dos hospitais no sentido de agir rapidamente para fazer
o diagnóstico e tratamento precoces, afirma.
O informe aponta ainda
que cinco casos foram em menores de 5 anos e os outros
sete em maiores de 5. Em relação ao sorogrupo, seis
foram pelo sorogrupo B, quatro pelo W135 e dois pelo C.
Segundo o médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa, a
doença meningocócica é uma infecção aguda causada por
bactéria e que pode atingir todas as pessoas
independente da faixa etária. No entanto, é mais comum
nas crianças, diz. André informa que existe tratamento
para a doença meningocócica e que a maioria dos casos
evolui para cura, sendo que, às vezes, a doença pode
deixar seqüelas.
Trata-se de uma doença
que ocorre durante todos os meses do ano. Mas, nas
épocas mais frias, como acontece com todas as doenças de
transmissão respiratória, observa-se aumento nas
ocorrências, diz o sanitarista. Do total de casos deste
ano, oito foram em junho.
André afirma que a doença
meningocócica pode se manifestar como uma meningite
infecção das meninges (membrana que envolve o cérebro) -
e, na sua forma mais grave, a bactéria se espalha no
organismo como uma septicemia meningoccemia. Também
podem aparecer casos em que há presença de meningite e
meningococcemia associadas, informa. Em 2006, dos 12
casos confirmados, oito foram de meningite mais
meningoccemia, três de meningite e um de meningoccemia.
André afirma que é
necessário atenção para o sinal característico da doença
meningocócica que é febre alta com início abrupto
acompanhada de dor de cabeça, vômito, dor na região do
pescoço e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade,
choro, gemido, e letargia entre outros.
Mediante estes sinais, a
pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de
saúde, diz. O sanitarista informa, ainda, que, no caso
da meningococcemia, que pode ocorrer com ou sem sinais
meníngeos que são os descritos acima -, observa-se a
presença de lesões ou manchas arroxeadas e avermelhadas
na pele chamadas petéquias.
André e Brigina informam
que a intervenção nas primeiras horas do início dos
sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução
do caso. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces,
a notificação rápida e o esforço no sentido de
identificar o agente etiológico são extremamente
importantes.
O informe técnico está
disponível no portal da Secretaria Municipal de Saúde:
www.campinas.sp.gov.br/saude
Denize Assis