Jardim Boa Esperança recebe bloqueio contra a raiva nesta terça-feira, 18

18/07/2006

Ação foi planejada após confirmação de um caso positivo de raiva em morcego não hematófago

Equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde de Campinas promovem nesta terça-feira, 18 de julho, bloqueio contra a raiva animal na área do Jardim Boa Esperança, na abrangência do Centro de Saúde Conceição, Região Leste de Campinas. A ação foi planejada nesta segunda-feira, 17, após confirmação de um caso positivo de raiva em morcego frugívoro que se alimenta de frutos - encontrado em uma praça pública na rua João Quirino Nascimento.

Este é o primeiro caso da doença confirmado em morcego na cidade em 2006. Em 2005, foram cinco, sendo dois na área de Barão Geraldo e um na área do Boa Vista, Região Norte, um no Centro, Região Leste, e um no Faria Lima, Região Sul. Os exames de casos suspeitos de raiva são realizados pelo Instituto Pasteur.

O bloqueio inclui inquérito epidemiológico para investigar se alguém teve contato com o morcego, vacinação de cães e gatos ao redor do local onde foi detectado o caso e atividades de educação em saúde com a população. A expectativa é vacinar entre 100 e 150 animais, segundo o CCZ. Ainda estamos em campo para avaliar a ação, mas em locais com este perfil costumamos vacinar perto de 150, afirma o médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, do CCZ.

Ricardo informa que as ações de bloqueio, indicadas pelo Instituto Pasteur, são desencadeadas sempre que é confirmado um caso de raiva. É uma medida preventiva, para evitar casos oriundos deste registro, diz.

Em relação à ação educativa, Ricardo informa que a principal informação a ser passada para a população é que qualquer morcego encontrado caído no chão, vivo ou morto, é suspeito de raiva e não deve ser tocado. As pessoas nunca devem colocar a mão em morcego. O correto é entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses ou o Centro de Saúde para se orientar sobre o procedimento adequado. Não deve haver nem mesmo contato indireto, afirma.

Além disso, de acordo com Ricardo, a comunidade será informada sobre a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, se estes animais não estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem registrados casos em animais e em humanos. O veterinário informa que a transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Portanto, a transmissão pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano, do morcego para o animal e do animal infectado para o homem, diz. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete todas as espécies de mamíferos e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais, sendo uma das doenças mais antigas do mundo.

Em alguns países desenvolvidos, a raiva humana está erradicada e a raiva nos animais domésticos está controlada, mas ainda é efetuada vigilância epidemiológica em função dos animais silvestres.

No Brasil, a raiva humana ainda faz vítimas. Mesmo no Estado de São Paulo existem regiões com epizootia (epidemia entre animais), devendo haver, principalmente por parte dos municípios, um melhor desempenho nas atividades de controle da raiva animal.

Denize Assis

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