Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde de Campinas destaca desaceleração do crescimento da epidemia de aids

19/07/2006

Análise do PMDST/Aids, no entanto, alerta sobre falsa sensação de segurança
na população de que o problema está resolvido

Desaceleração da epidemia de aids em Campinas, com tendência à estabilização da velocidade de crescimento verificada anteriormente, evidente feminilização e aumento do número de casos entre homens e mulheres heterossexuais. É o que pode ser verificado nos dados do "Boletim Epidemiológico de Campinas", em edição especial, publicado pela Secretaria Municipal de Saúde.

O informe da Vigilância à Saúde do município mostra que foram notificados 4.397 casos da síndrome, duas décadas após os primeiros casos de aids na cidade. A versão "on line" do boletim está no Portal da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde no seguinte endereço eletrônico: https://saude.campinas.sp.gov.br/boletins/boletim_epidem_mar06.pdf .

Os dados, de pessoas residentes em Campinas, foram atualizados em 25 de novembro de 2005 e são da base municipal do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Para obtenção dos números sobre mortalidade e população foi utilizado o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

Em seu editorial, assinado pela coordenadora do Programa Municipal (PM) de DST/Aids de Campinas, Maria Cristina Ilario, e Salma Regina Rodrigues Batista, diretora da Vigilância em Saúde (Covisa), o documento destaca várias questões.

Uma delas é que "o importante avanço científico e tecnológico no tratamento da aids através da terapia anti-retroviral (coquetel de medicamentos utilizados no tratamento às pessoas que vivem com hiv/aids) propiciou aumento da sobrevida e qualidade de vida às pessoas afetadas".

No texto, é destacado ainda que o tratamento é garantido pela política pública nacional de enfrentamento da epidemia de aids. O editorial, no entanto, traz um alerta: "Paradoxalmente o fato de conferir uma maior proteção aos indivíduos atingidos acaba por provocar uma falsa sensação de segurança na população em geral de que o problema da aids está resolvido, levando à flexibilização das atitudes de prevenção e proteção individual e coletiva".

O "Boletim Epidemiológico" ainda faz referência ao panorama internacional da epidemia, ainda sem controle, e à razão de que "a sustentabilidade de resultados positivos alcançados está intrinsicamente relacionada à forma de financiamento, gestão, controle social e à capacidade de análise e intervenção em tempo real, a partir das características da tendência da epidemia, que se faz pelos casos notificados de aids e mais recentemente pela notificação de casos hiv positivos".

Mais informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e aids podem ser obtidas junto ao Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, localizado à rua Regente Feijó, número 637, no Centro. Trata-se de uma unidade pública de saúde que está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, exceto aos feriados. Os telefones do Centro de Referência em DST/Aids de Campinas são os seguintes: (19) 3234 - 5000 ou (19) 3236 - 3711.

Eli Fernandes

Volta ao índice de notícias