Desaceleração da epidemia
de aids em Campinas, com tendência à estabilização da
velocidade de crescimento verificada anteriormente,
evidente feminilização e aumento do número de casos
entre homens e mulheres heterossexuais. É o que pode ser
verificado nos dados do "Boletim Epidemiológico de
Campinas", em edição especial, publicado pela Secretaria
Municipal de Saúde.
O informe da Vigilância à Saúde do
município mostra que foram notificados 4.397 casos da
síndrome, duas décadas após os primeiros casos de aids
na cidade. A versão "on line" do boletim está no Portal
da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde no seguinte
endereço eletrônico:
https://saude.campinas.sp.gov.br/boletins/boletim_epidem_mar06.pdf .
Os dados, de pessoas
residentes em Campinas, foram atualizados em 25 de
novembro de 2005 e são da base municipal do Sistema
Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Para
obtenção dos números sobre mortalidade e população foi
utilizado o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Em seu editorial,
assinado pela coordenadora do Programa Municipal (PM) de
DST/Aids de Campinas, Maria Cristina Ilario, e Salma
Regina Rodrigues Batista, diretora da Vigilância em
Saúde (Covisa), o documento destaca várias questões.
Uma delas é que "o
importante avanço científico e tecnológico no tratamento
da aids através da terapia anti-retroviral (coquetel de
medicamentos utilizados no tratamento às pessoas que
vivem com hiv/aids) propiciou aumento da sobrevida e
qualidade de vida às pessoas afetadas".
No texto, é destacado
ainda que o tratamento é garantido pela política pública
nacional de enfrentamento da epidemia de aids. O
editorial, no entanto, traz um alerta: "Paradoxalmente o
fato de conferir uma maior proteção aos indivíduos
atingidos acaba por provocar uma falsa sensação de
segurança na população em geral de que o problema da
aids está resolvido, levando à flexibilização das
atitudes de prevenção e proteção individual e coletiva".
O "Boletim
Epidemiológico" ainda faz referência ao panorama
internacional da epidemia, ainda sem controle, e à razão
de que "a sustentabilidade de resultados positivos
alcançados está intrinsicamente relacionada à forma de
financiamento, gestão, controle social e à capacidade de
análise e intervenção em tempo real, a partir das
características da tendência da epidemia, que se faz
pelos casos notificados de aids e mais recentemente pela
notificação de casos hiv positivos".
Mais
informações sobre doenças sexualmente transmissíveis
e aids podem ser obtidas junto ao Centro de
Referência do Programa Municipal de DST/Aids de
Campinas, localizado à rua Regente Feijó, número
637, no Centro. Trata-se de uma unidade pública de
saúde que está aberta ao público de segunda a
sexta-feira, das 7h às 20h, exceto aos feriados. Os
telefones do Centro de Referência em DST/Aids de
Campinas são os seguintes: (19) 3234 - 5000 ou (19)
3236 - 3711.
Eli
Fernandes