A Secretaria
de Saúde, representada pela dentista Márcia Beltramelli e
pelo enfermeiro Cássius Tadeu, da Vigilância em Saúde,
apresentou nesta quinta-feira, dia 5 de julho, a situação
das instituições de longa permanência para idosos em
Campinas. A apresentação aconteceu durante Encontro
Municipal de Gestores e Responsáveis Técnicos das
Instituições de Longa Permanência para Idosos, ocorrido no
Serviço Social do Comércio (Sesc).
O evento
reuniu mais de 100 pessoas entre gestores, representantes de
entidades de defesa do idoso, conselhos de controle social e
responsáveis técnicos por instituições que atendem este
público.
Segundo
Márcia, Campinas possui atualmente 78 instituições de longa
permanência para idosos que abrigam cerca de 1.020 pessoas,
sendo 708 mulheres e 312 homens, o que representa quase
0,99% da população com mais de 60 anos no município,
constituída por 102.456 pessoas.
De acordo com
Márcia, com o objetivo de melhorar as condições destas
casas, a Secretaria de Saúde intensificou o trabalho de
vistoria que já realiza continuamente nestes locais. A
atividade acontece em conjunto com outros setores do poder
público.
Durante as
visitas, as equipes das Vigilâncias em Saúde verificam as
condições de alimentação, segurança, cuidados na assistência
à saúde e ao lazer, estrutura física, ambiente e conforto,
condições higiênico-sanitárias, atuação de profissionais
treinados para o cuidado com o idoso e regularização junto à
Prefeitura. Desde o início da ação, em abril, duas casas
foram interditadas.
“Trabalhamos
sempre no sentido de que a instituição se regularize e
atenda às normas e padrões de funcionamento, conforme
legislações municipal e federal. Quando o proprietário não
atende às exigências, temos a prerrogativa de fechar o
estabelecimento. Nosso objetivo principal é garantir a
proteção da saúde das pessoas acima de 60 anos que vivem em
instituições fechadas, sejam elas privadas, públicas ou
filantrópicas”, afirma Márcia.
Segundo a
Secretaria de Saúde, uma das diretrizes da Política Nacional
para os Idosos é que o cidadão fique sob responsabilidade da
família, com alternativas que não sejam a
institucionalização. “Por mais cuidado que o idoso receba
numa instituição fechada, esta condição favorece o abandono
e a separação da sociedade”, diz Márcia.
No entanto,
segundo ela, vão ocorrer casos em que, por vários motivos, a
família opta por manter seu idoso institucionalizado.
“Nestas situações, os parentes precisam tomar certos
cuidados, conhecer antes e verificar se a casa atende às
normas e padrões estabelecidos. Em caso de dúvidas, o
cidadão pode e deve ligar para a Vigilância em Saúde ou para
o Serviço 156”, diz.
Desde 2002 e
até junho de 2007, a Secretaria de Saúde recebeu 151
denúncias relativas a instituições que atendem idosos, sendo
55 pelo serviço 156 da Prefeitura e 96 pelo Disque-denúncia.
Aprendizado. Além da caracterização das instituições
apresentada pela Secretaria de Saúde, o encontro promoveu
uma palestra sobre humanização do atendimento ao idoso,
proferida pelo médico Jamiro da Silva Wanderley. Também
houve um debate. “O encontro foi muito positivo. Os
responsáveis técnicos pelas instituições puderam trocar
experiências e tirar suas dúvidas. Nós, enquanto autoridades
sanitárias, também aprendemos”, diz Márcia. O encontro foi
realizado pelo Conselho Municipal do Idoso.
Denize Assis