Campinas reforça ofensiva contra a dengue

13/07/2007

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Departamento de Saúde e Distritos de Saúde, vai intensificar a partir deste mês a ofensiva contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

A estratégia incorpora o reforço das seguintes medidas: ação casa-a-casa em áreas prioritárias definidas pelas Vigilâncias em Saúde (Visas) em conjunto com as equipes dos Centros de Saúde; supervisão das ações de campo pelos agentes de controle ambiental; ações em pontos de médio e alto risco para dengue realizadas pelas Vigilâncias em Saúde e Centro de Controle de Zoonozes (CCZ); nebulização, pelas equipes do CCZ, em áreas de transmissão selecionadas; e reuniões com agentes comunitários de saúde para atualização da situação.

“Apesar de estarmos no inverno e com isto o número de casos de dengue ter diminuído, a transmissão continua, favorecida pelas temperaturas altas e pela disponibilidade de água nos domicílios, em caixas d´água, piscinas, pratos de plantas e canteiros de bromélias. Diante deste cenário, traçamos a estratégia de intensificação das ações”, diz o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa.

André informa que Campinas notificou, desde janeiro de 2007, 20.489 casos de dengue, entre os quais 4.628 ocorrências autóctones confirmadas. Entre as confirmações, 13 são da forma hemorrágica e 12 de dengue com complicações. Também estão sendo aguardadas as ratificações, pela Secretaria de Estado da Saúde, de outros 12 casos de dengue hemorrágica. Duas pessoas moradoras de Campinas morreram.

“Enfrentamos uma epidemia com grande quantidade de casos, disseminada por toda cidade e ainda em maio e junho com altos índices. Não é uma situação isolada, reflete o que ocorre no Estado de São Paulo, que enfrenta este ano uma das maiores epidemias de sua história”, diz André.

O sanitarista informa que, além disso, outros fatores favorecem a proliferação do mosquito transmissor da dengue, como as condições de urbanização de cidades como Campinas, com características metropolitanas; as mudanças climáticas; e a intensa utilização de recipientes descartáveis de plástico e de vidro, excelentes criadouros. Assim, somente no estado de São Paulo, o Aedes aegypti se espalhou por 80% dos municípios numa área onde vivem milhões de pessoas. No mundo, 3,5 bilhões vivem em áreas infestadas.

“Por isso, é necessário manter em constante aperfeiçoamento as ações do programa de combate à dengue de maneira a diminuir a ocorrência de epidemias e, principalmente, das formas graves, como a febre hemorrágica da dengue. É com esta diretriz que estamos intensificando as ações”, informa a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Covisa.

Salma afirma que, além da Prefeitura, que pode e deve fazer a limpeza urbana e mobilizar equipes de saúde para ações de combate ao mosquito e de vigilância e assistência aos pacientes, a população tem que ter consciência da importância de medidas para o controle do mosquito, como não deixar água acumulada em pneus, latas e outros objetos que podem servir de criadouro para o mosquito transmissor.

Denize Assis

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