A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria
de Vigilância em Saúde (Covisa), Departamento de Saúde e
Distritos de Saúde, vai intensificar a partir deste mês a
ofensiva contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da
dengue.
A estratégia incorpora o reforço das seguintes medidas: ação
casa-a-casa em áreas prioritárias definidas pelas
Vigilâncias em Saúde (Visas) em conjunto com as equipes dos
Centros de Saúde; supervisão das ações de campo pelos
agentes de controle ambiental; ações em pontos de médio e
alto risco para dengue realizadas pelas Vigilâncias em Saúde
e Centro de Controle de Zoonozes (CCZ); nebulização, pelas
equipes do CCZ, em áreas de transmissão selecionadas; e
reuniões com agentes comunitários de saúde para atualização
da situação.
“Apesar de estarmos no inverno e com isto o número de casos
de dengue ter diminuído, a transmissão continua, favorecida
pelas temperaturas altas e pela disponibilidade de água nos
domicílios, em caixas d´água, piscinas, pratos de plantas e
canteiros de bromélias. Diante deste cenário, traçamos a
estratégia de intensificação das ações”, diz o médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa.
André informa que Campinas notificou, desde janeiro de 2007,
20.489 casos de dengue, entre os quais 4.628 ocorrências
autóctones confirmadas. Entre as confirmações, 13 são da
forma hemorrágica e 12 de dengue com complicações. Também
estão sendo aguardadas as ratificações, pela Secretaria de
Estado da Saúde, de outros 12 casos de dengue hemorrágica.
Duas pessoas moradoras de Campinas morreram.
“Enfrentamos uma epidemia com grande quantidade de casos,
disseminada por toda cidade e ainda em maio e junho com
altos índices. Não é uma situação isolada, reflete o que
ocorre no Estado de São Paulo, que enfrenta este ano uma das
maiores epidemias de sua história”, diz André.
O sanitarista informa que, além disso, outros fatores
favorecem a proliferação do mosquito transmissor da dengue,
como as condições de urbanização de cidades como Campinas,
com características metropolitanas; as mudanças climáticas;
e a intensa utilização de recipientes descartáveis de
plástico e de vidro, excelentes criadouros. Assim, somente
no estado de São Paulo, o Aedes aegypti se espalhou
por 80% dos municípios numa área onde vivem milhões de
pessoas. No mundo, 3,5 bilhões vivem em áreas infestadas.
“Por isso, é necessário manter em constante aperfeiçoamento
as ações do programa de combate à dengue de maneira a
diminuir a ocorrência de epidemias e, principalmente, das
formas graves, como a febre hemorrágica da dengue. É com
esta diretriz que estamos intensificando as ações”, informa
a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Covisa.
Salma afirma que, além da Prefeitura, que pode e deve fazer
a limpeza urbana e mobilizar equipes de saúde para ações de
combate ao mosquito e de vigilância e assistência aos
pacientes, a população tem que ter consciência da
importância de medidas para o controle do mosquito, como não
deixar água acumulada em pneus, latas e outros objetos que
podem servir de criadouro para o mosquito transmissor.
Denize Assis