Secretaria de Saúde reúne-se para avaliar medidas decorrentes da desativação do HC

27/07/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas - por meio do Secretário Municipal de Saúde José Francisco Kerr Saraiva e de diretores do Comitê Municipal de Urgência de Emergência, SAMU/192, Hospital Municipal Mário Gatti, Departamento de Gestão e Diretrizes Operacionais (DGDO) e da Vigilância em Saúde - promoveu na manhã desta sexta-feira, dia 27 de julho, reunião com representantes do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Hospital Celso Pierro da Puc-Campinas e da Secretaria de Estado da Saúde para avaliar e acompanhar o resultado das medidas decorrentes da restrição do atendimento no HC.

A restrição para internações e cirurgias no HC teve início na segunda-feira, dia 23 de julho, devido a um surto de contaminação pela bactéria Enterococcos faecium resistente a vancomicina (VRE). O HC tem 380 leitos, que vão ser desativados temporariamente para desinfecção. A medida é por tempo limitado até o controle do surto. O Pronto-Socorro da instituição continua aberto e as cirurgias de urgência também estão sendo realizadas.

Na reunião, foi criado um Comitê Gestor de Urgência e Emergência composto por profissionais das centrais de regulação do município e da região. O objetivo é acompanhar a situação diária, avaliar e, se necessário, adequar medidas.

A Diretoria Regional de Saúde (DRS) 7, que faz a regulação das internações da região, informou que passou a avaliar cada caso antes de encaminhar, evitando a todo custo que Campinas tenha que absorver pacientes de outros municípios. As cidades sob administração da DRS 7 foram orientadas a não enviar pacientes, salvo casos excepcionais. 

Francisco Saraiva informou, na reunião, que a Secretaria de Saúde constituiu uma rede de apoio a partir da retaguarda de hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS/Campinas) para que estas instituições disponibilizem, caso seja necessário, um total de 15 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Campinas. A rede é composta pelos hospitais Fundação Albert Sabin, Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, Irmandade de Misericórdia de Campinas e Maternidade de Campinas.

“Temos que ter responsabilidade porque esta é uma medida que tem impacto sobre a cidade, sobre a comunidade. Precisamos ainda contar com a retaguarda de outros hospitais. Trata-se de um momento de solidariedade”, disse Francisco Saraiva.

Segundo o médico Joaquim José de Oliveira Filho, coordenador municipal da área de Urgência e Emergência, o movimento dos Prontos-Socorros de Campinas nesta sexta-feira foi grande, no entanto foi possível atender a toda demanda de forma adequada.

Também foi informado na reunião que a Vigilância em Saúde de Campinas vai elaborar um informe técnico e organizar uma reunião o mais breve possível com as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) dos hospitais da cidade sobre o surto no HC.

A Secretaria de Saúde vai divulgar diariamente informes para a rede pública municipal de saúde e para imprensa, atualizando a situação até o desfecho do caso.

Entenda o caso. O HC tem dois casos confirmados de contaminação pela bactéria Enterococcos faecium resistente a vancomicina (VRE). Outros 34 casos são suspeitos. Além disso, 51 casos estão sendo analisados e 116 deram negativo. Não houve mortes. O surto está espalhado por várias enfermarias do hospital. A Vigilância em Saúde do município está acompanhando as medidas adotadas pelo hospital para conter o surto, que são universais.

Denize Assis

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