Secretário de Saúde reúne instituições Para instalar mobilização contra a rubéola

14/07/2008

Autor: Denize Assis

O Secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, vai reunir na próxima segunda-feira, às 9h30, na Sala Azul do 4º andar da Prefeitura, instituições parceiras no esforço de eliminar a Rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) em Campinas. O movimento de Campinas integra mobilização nacional na erradicação da doença no país até 2010, meta definida pelo Ministério da Saúde.

“Queremos mobilizar representantes dos diversos segmentos públicos e privados como universidades, escolas de enfermagem de nível médio, bancos, supermercados, shoppings, representantes da sociedade civil e do empresariado, igrejas, conselhos e outros para participar da mobilização da campanha que vacinará em Campinas aproximadamente 400 mil pessoas de 20 a 39 anos no período de 9 de agosto a 12 de setembro. Trata-se da maior campanha já realizada no município. A meta é vacinar 34,7 milhões de mulheres e 35,3 milhões de homens no País, na maior estratégia de vacinação já realizada no mundo”, diz o secretário de Saúde.

O objetivo é que as entidades parceiras apóiem as ações de governo em atividades como reforço na divulgação da campanha, mobilização de públicos internos, articulação de correspondentes nas suas áreas de atuação e cessão de colaboradores e espaço para montagem de postos de vacinação.

Além do secretário José Francisco Saraiva e da diretora municipal de Saúde, Lígia Aparecida Neaime de Almeida, participam da cerimônia de instalação da mobilização, na Sala Azul da Prefeitura, a diretora da Vigilância em Saúde, Maria Filomena Gouveia Vilela, e a coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal, Brigina Kemp.

Campanha. A campanha nacional de vacinação contra a rubéola é direcionada a homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de idade. “Todos deverão ser vacinados, independentemente do histórico de vacinação ou se a pessoa já teve a doença já que, além da rubéola, esta campanha também o objetivo de consolidar a erradicação do sarampo”, afirma Brigina Kemp.

Segundo ela, a vacina contra a rubéola não deve ser aplicada em mulheres grávidas, em qualquer período da gestação. “Todas as outras pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos devem tomar. Precisamos alcançar altas coberturas em todas as regiões, para garantirmos homogeneidade”, explica a coordenadora.

Homens. A Secretaria de Saúde destaca a importância da adesão de todos à campanha, inclusive dos homens. “Em geral as mulheres têm uma boa adesão às ações de saúde. Mas é importante que os homens também criem este hábito. A vacina é subcutânea e não é dolorida”, diz Brigina. Dos 8.407 casos de rubéola confirmados no país, em 2007, 70% corresponderam a pacientes homens.

“Queremos chamar a atenção de que os homens têm que se mobilizar, têm que estar mais acessíveis e permeáveis às campanhas de promoção da saúde e prevenção”, diz o secretário de Saúde, José Francisco Saraiva. “E essa é tipicamente uma campanha em que, se o homem não participa, um elo da cadeia se rompe e não conseguimos alcançar o objetivo de erradicar a doença”, afirma.

No ano passado, 8.407 casos da doença foram confirmados em todo o país. Entre os 20 estados que registraram a incidência da rubéola, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro foram os que mais contabilizaram pessoas infectadas: 2.668, 1.603 e 1,5 mil, respectivamente. Também foram confirmados 17 casos de Síndrome da Rubéola Congênita, quando a infecção atinge o feto, podendo provocar abortos ou malformações no bebê.

Em Campinas, no total, foram 12 casos em 2007 e 7 em 2008. Também foi registrado um caso de SRC em 2007.

“A vacinação indiscriminada é a única forma de se eliminar o risco da ocorrência de casos, surtos, epidemias e, principalmente, da SRC”, afirmou o secretário de Saúde.

A imunização será feita em duas grandes frentes: com a aplicação da vacina Dupla Viral (sarampo e rubéola) em homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de todo o país, e por meio da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) em indivíduos entre 12 e 19 anos nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além de toda população indígena que vive em aldeias.

A vacina contra a rubéola faz parte do calendário de vacinação infantil do Ministério da Saúde. As crianças tomam a 1ª dose com 1 ano de idade. Também é feito um reforço dos 4 aos 6 anos – esta dose foi introduzida em 2004.

SAIBA MAIS

O que é a rubéola?

É uma doença aguda causada por um vírus que apresenta alta contagiosidade e transmissibilidade (dispersão / disseminação). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por via respiratória. O indivíduo doente, ao respirar, lança no ambiente o vírus existente nas secreções nasais e garganta. No ambiente os vírus são aspirados por outras pessoas.

Quais os sintomas da rubéola?

Quando a pessoa é suscetível (não foi vacinada ou não teve a doença e por isto não está

protegida, não tem anticorpos) e aspira os vírus vindos do doente ela é infectada e pode

apresentar ou não os sintomas após um período. Este período é chamado de “incubação” e pode durar cerca de 20 dias. Após esse tempo a pessoa pode apresentar os sintomas ou não e, neste caso, a doença passa despercebida. Quando os sintomas (sinais) estão presentes se caracterizam por febre não elevada, manchas vermelhas pelo corpo (chamadas exantema), “ínguas” no pescoço e na nuca.

A rubéola é uma doença grave?

A rubéola é uma doença grave quando atinge a mulher grávida. A infecção na gestante pode causar abortos, o bebê pode nascer morto ou prematuro e com baixo peso. Além disso, a rubéola pode ser transmitida ao feto e o bebê poderá nascer com a Síndrome da Rubéola

Congênita (SRC).

O que acontece com o bebê que nasce com a SRC?

O bebê que nasce com a SRC pode apresentar malformações cardíacas, cerebrais e oculares. Em conseqüência da malformação a criança pode apresentar surdez, retardo mental, diabetes, autismo, cegueira e degeneração do sistema nervoso central, que perduram por toda a vida.

Como evitar (prevenir) a rubéola?

A prevenção da rubéola é feita através da vacinação. A vacina contém o vírus vivo atenuado (enfraquecido), mas com capacidade de induzir o organismo humano a produzir anticorpos contra a doença. A vacina aplica-se por via subcutânea, no braço. Os efeitos secundários à vacinação são pouco freqüentes, leves e desaparecem em poucos dias.

No calendário de vacinação de rotina, esta vacina é indicada aos 12 meses, utilizando-se a vacina tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola). A vacina é muito segura e a pessoa vacinada com doses subseqüentes sempre terá um benefício: se não estiver protegida, ficará imunizada e se já está protegida, reforçará seu nível de imunidade.

Todas as pessoas vacinadas ficam protegidas?

A vacina contra a rubéola é muito eficaz e protege 95% da população vacinada.

Por que fazer uma campanha nacional de vacinação?

Antes da introdução da vacina na rede de serviços de saúde, ocorriam surtos constantes da doença a cada 3 a 6 anos. Com a implantação da vacina na infância a circulação do vírus foi reduzida.

No Brasil, esta redução ficou mais visível com a vacinação de mulheres realizada a partir de 2001. Infelizmente, no entanto, não conseguiu interromper a circulação do vírus e, em conseqüência, foram registrados surtos em 2006 que se estenderam até 2007. Foram mais de 8.407 casos, sendo 161 em mulheres grávidas, resultando em 20 casos de crianças com a SRC.

A análise da situação epidemiológica e a realização de estudo para estimar a população ainda não vacinada, suscetível à doença, ficou evidenciada a necessidade da vacinação de homens e mulheres.

Quando será realizada a campanha nacional de vacinação?

A campanha será realizada no período de 9 de agosto a 12 de setembro de 2008, com a duração de cinco semanas e iniciando no mesmo dia da 2ª etapa da vacinação contra a poliomielite – sábado 9 de agosto.

O dia central da campanha será 30 de agosto de 2008, para permitir que a população (idade economicamente ativa) tenha mais uma oportunidade de acesso à vacinação, no sábado, nos centros de saúde.

Quem será vacinado na campanha nacional de vacinação?

Na campanha serão vacinados homens e mulheres de 20 a 39 de todos os municípios brasileiros. Nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte serão vacinados, também, adolescentes e jovens de 12 a 19 anos.

A vacinação será indiscriminada, ou seja, todos serão vacinados, independente de ter tomado a vacina anteriormente ou de ter tido a doença.

No total serão cerca de 70 milhões de homens e mulheres a receber a vacina contra a rubéola em todo País.

Existem evidências e tem sido demonstrado que a vacina não provoca efeitos teratogênicos no feto. No entanto, a título de precaução e no sentido de evitar associação indevida entre o uso da vacina e eventos coincidentes que ocorram durante a gestação, a mulher grávida só deverá receber a vacina contra a rubéola após o parto ou após aborto.

Ao ser vacinado, a informação será registrada na caderneta de vacinação, bem como será fixado um adesivo no documento pessoal para identificar que foi vacinado na campanha. Estes documentos devem estar sempre à mão como comprovante da história vacinal.

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