Vigilância em Saúde discute demanda dos Serviços de urgência em relação à nova gripe

24/07/2009

Autor: Denize Assis

A diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, Maria Filomena Gouveia Vilela, reuniu-se nesta quinta-feira, dia 23 de julho, com representantes do Comitê de Urgência e Emergência de Campinas e da área de regulação de vagas da Secretaria Municipal de Saúde para fazer um balanço da situação da nova gripe em Campinas. A pauta principal da reunião foi a demanda atual dos prontos-socorros e hospitais e a situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

A estratégia integra as ações do Plano Municipal de Contingência da Influenza A (H1N1) no sentido de monitorar as necessidades do sistema de saúde e adequar as vagas e leitos disponíveis para atender os doentes.

Cada unidade fez uma análise comparativa do movimento na semana passada e nesta semana. “Ficou evidente a diferença entre as várias regiões da cidade, sendo o Pronto-Socorro do Centro o que apresenta a maior demanda”, afirma Maria Filomena.

Segundo a diretora, as equipes foram unânimes quanto à necessidade de reforçar entre a população a orientação de que só procurem as unidades de saúde os casos que realmente precisem. “Pessoas com sintomas de gripe devem procurar primeiro os centros de saúde ou médico de confiança ou do plano de saúde. Os hospitais devem ser reservados para os casos mais graves”, diz a diretora.

Segundo Maria Filomena, todos os serviços estão atentos em relação aos sinais de gravidade e preparados para o encaminhamento dos pacientes aos hospitais, se necessário.

Conselho. Na última quarta-feira, dia 22 de julho, Maria Filomena participou também da reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde para informar os conselheiros de saúde sobre a situação epidemiológica da nova gripe – Influenza A (H1N1) – no município, as medidas de prevenção e as providências já adotadas pela Prefeitura.

A reunião integra o plano de enfrentamento da Secretaria de Saúde que, entre outras providências, tem difundido entre os diversos setores da sociedade organizada informações sobre a pandemia.

Durante a reunião, Maria Filomena apresentou dados da epidemia; relatou a expectativa de aumento de casos; informou sobre estratégias, providências e diretrizes adotadas pelo município para prevenir a propagação do vírus e atender pessoas infectadas promovendo diagnóstico precoce e tratamento ágil a todos que necessitem, no sentido de reduzir a possibilidade de óbitos.

A diretora da Vigilância ressaltou as principais providências já adotadas por Campinas, que incluem principalmente a capacitação das redes de saúde pública e privada.

Maria Filomena reforçou que, para evitar a doença, alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos com água e sabão e que o hábito seja frequente. Também é importante cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar e não compartilhar copos, pratos e talheres.

Também foi reforçada a orientação para que as pessoas com sinais e sintomas de gripe procurem primeiro as unidades básicas de saúde.

A diretora informou que documentos oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) esclarecem que, embora seja uma nova doença, que traz dúvidas, interrogações e insegurança, o comportamento dessa doença na prática tem semelhanças muito grandes com da gripe comum. Seja do ponto de vista dos sinais, dos sintomas da letalidade, do tratamento e das medidas de prevenção.

Outras reuniões. Até o momento foram promovidas reuniões sobre a nova gripe com os setores hoteleiro, de educação, turismo, Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Unimed, Sociedade de Medicina e Cirurgia (SMCC), secretários de Saúde e prefeitos Região Metropolitana de Campinas, Núcleos de Vigilância Epidemiológica (NVEs) e hospitais municipais, além das capacitações para a rede básica, serviços de urgência e emergência e hospitalares tanto da rede pública como privada.

Casos. Campinas confirmou até o momento 55 casos de infecção pela nova gripe. Todos os registros referem-se a pacientes que evoluíram bem e a maioria já voltou às suas atividades normais. Também estão sendo investigados cinco óbitos suspeitos de Doença Respiratória Aguda Grave que serão analisados para várias doenças inclusive para a nova gripe.

No Brasil, até dia 15 de julho, foram confirmados 1.175 casos de Influenza A, com 30 óbitos. No Estado de São Paulo, são 512, com 12 mortes.

Vacina. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou, na manhã desta quinta-feira, que o governo federal já está em contato com todos os laboratórios multinacionais que vêm trabalhando para a criação de uma vacina. A negociação atual é sobre preço e ofertas de doses.

Para ele, o Instituto Butantan, em São Paulo, tem capacidade industrial e tecnologia para fazer o insumo e permitir a produção nacional do insumo. Ele relatou, em entrevista para o Bom Dia Ministro, que os estudos oficiais da Organização Mundial de Saúde apontam que a o comportamento da doença tem sido, na prática, similar ao da gripe comum. Segundo Temporão, desde ontem, medicamento suficiente para 50 mil tratamentos estão sendo distribuídos para os estados em todo Brasil.

Volta ao índice de notícias