Equipe da Médicos Sem Fronteiras visita Campinas

30/07/2009

Autores: Cláudia Xavier

Uma equipe da organização humanitária Médicos sem Fronteiras vem a Campinas nesta terça-feira, dia 28 de julho, para conhecer o programa Iluminar Campinas - Rede de cuidados às vítimas de violência sexual.

Pela manhã, o grupo visitará, em companhia da coordenadora do Iluminar Campinas, Verônica Alencar, o Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) e o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, duas unidades pertencentes à rede de atendimento às mulheres e adolescentes vítimas da violência sexual.

No período da tarde, a equipe conhecerá o Sisnov/Sinan – sistema eletrônico, integrado, intersetorial e interinstitucional de notificação de casos de violência doméstica contras crianças e adolescentes, de violência sexual em qualquer idade ou sexo e de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes em Campinas. Na seqüência, o grupo deve visitar as dependências da Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo Verônica Alencar, o Iluminar Campinas recebe a visita de municípios do país inteiro interessados em conhecer o funcionamento do programa, que é considerado referência. Essas visitas acontecem toda primeira quinta-feira do mês e já não há mais vagas para agendamento este ano. Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, os municípios de Rio de Janeiro, Arapiraca (Al) e Natal (RN) conhecerão o programa.

“Em função de os Médicos sem Fronteiros ser uma organização muito respeitada, abrimos um espaço para a visita”, afirmou.

Iluminar Campinas

O Iluminar foi implantado em 2001, com financiamento do Ministério da Saúde, e é executado pelas secretarias municipais de Saúde, Educação, Cidadania, Assistência Social e Inclusão Social, Segurança Pública, sociedade civil organizada, Unicamp, PUC-Campinas e Unip, por meio de uma grande rede de serviços, sendo responsável pelas ações de cuidados às vítimas de violência sexual, incorporando conceitos fundamentais como, por exemplo, que a violência sexual é uma questão de saúde pública, com urgência no cuidado que deve devolver a capacidade de resiliência às vítimas e evitar a revitimização.

Médicos sem Fronteiras

A organização Médicos Sem Fronteiras foi criada em 1971 por um grupo de jovens médicos e jornalistas que, em sua maioria, tinham trabalhado como voluntários em Biafra, região da África, que, no final dos anos 60, estava sendo destruída por uma guerra civil brutal.

Enquanto trabalhavam para socorrer as vítimas do conflito, eles perceberam que as limitações da ajuda humanitária internacional da época eram fatais. Para tratar dos doentes e feridos era preciso esperar por um entendimento entre as partes em conflito ou pela autorização oficial das autoridades locais. Além do emperramento burocrático, os grupos de ajuda humanitária não se manifestavam diante dos fatos testemunhados.

Em 1971, o sentimento de frustração desse grupo e a vontade de assistir às populações mais necessitadas de modo rápido e eficiente deram origem a Médicos Sem Fronteiras. A organização surgiu com o objetivo de levar cuidados de saúde para quem mais precisa, independentemente de interesses políticos, raça, credo ou nacionalidade. No ano seguinte, MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 22 mil profissionais trabalham com Médicos Sem Fronteiras em mais de 70 países.

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