Campinas amplia em 30% a oferta de laqueadura e vasectomia

19/07/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas ampliou em 30% o número de cirurgias para esterilização definitiva (laqueadura e vasectomia) nos últimos cinco anos. Atualmente são ofertadas 90 vasectomias e 60 laqueaduras por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município.

“A procura por este tipo de procedimento tem aumentado ano a ano. No entanto, embora a demanda tenha crescido, a Secretaria de Saúde conseguiu aumentar a oferta de cirurgias o que possibilitou uma redução na fila de espera de 40 meses, em agosto de 2009, para 18 meses, em maio de 2010”, diz o médico ginecologista Fernando Brandão, coordenador municipal da Saúde da Mulher.

Segundo o coordenador, no final do primeiro semestre de 2009, havia 3.950 pessoas inscritas para avaliação no ambulatório de Planejamento Familiar da Secretaria de Saúde. Atualmente, há 2.650.

Além da ampliação da oferta de cirurgias, foram feitos ajustes no fluxo destes atendimentos. As avaliações foram descentralizadas para os centros de saúde (CSs). Portanto, parte do trabalho foi assumida pelas unidades básicas, o que agilizou o processo.

No CS, na consulta médica, o profissional avalia se a pessoa preenche os requisitos da lei de Planejamento Familiar. Se a resposta é positiva, a pessoa é inscrita num grupo para participar de reuniões onde são promovidas ações de informação e educação em saúde. Nestes encontros, os participantes conhecem as várias opções de métodos contraceptivos. Ao final destas etapas, após conhecer as alternativas e refletir sobre a melhor decisão, se a pessoa estiver segura da sua opção ela é encaminhada para o ambulatório de Planejamento Familiar, na Policlínica 2, para agendar a cirurgia.

As ações educativas são importantes para garantir à população uma escolha livre e informada do método anticoncepcional a ser usado. “A informação é importante. Parte das pacientes que fazem laqueadura arrepende-se. Com mais informação e acesso aos métodos anticoncepcionais, muitas mulheres desistem da cirurgia”, diz Fernando Brandão.

O médico explica que planejamento familiar é o direito que toda pessoa tem à informação, à assistência especializada e ao acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos. “O número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado são opções que toda mulher deve ter o direito de escolher de forma livre e por meio da informação, sem discriminação, coerção ou violência”, afirma.

Os métodos anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde e disponibilizados pela Secretaria de Saúde são: métodos comportamentais (Billings, Tabela, Temperatura e Sintotérmico); métodos de barreira (Camisinha masculina e feminina, Diafragma e Espermaticida); dispositivo intra-uterino (DIU); anticoncepcionais hormonais orais (pílula) e injetáveis; métodos cirúrgicos (laqueadura e vasectomia) utilizados para a esterilização definitiva; e educação para escolha livre informada.

Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, existem 318.923 mulheres em idade fértil em Campinas, na faixa de 15 a 49 anos. A estimativa do Ministério da Saúde é que cerca de 70% das mulheres são usuárias do SUS, o que em Campinas daria 223.246. No entanto, é necessário considerar que 55% da população campineira possui algum plano de saúde privado.

Vasectomias

A decisão pelo planejamento familiar é do casal, mas o homem deve participar ativamente deste ato ao fazer a vasectomia. Esta técnica pode ser uma saída quando, por exemplo, a mulher não pode tomar anticoncepcionais ou ter mais filhos por problemas de saúde, dentre outras razões.

A vasectomia é um procedimento que não necessita internação e dura menos de trinta minutos. Consiste num corte em cada canal deferente, assim o espermatozóide produzido no testículo não chegará mais ao sêmen. No Sistema Único de Saúde (SUS) ela pode ser feita por homens com mais de 25 anos e mais de dois filhos por um profissional habilitado, segundo a lei de Planejamento Familiar.

Em Campinas, a população masculina com mais de 25 anos é constituída por 288.988 pessoas.

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