Cresce procura por vasectomia no Hospital Mário Gatti

12/07/2012

Autor: Juliana Perrenoud

Mais de 700 adultos foram submetidos à cirurgia de vasectomia somente no ano de 2011 no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG), de Campinas. Os números mostram um crescimento em cerca de 20% na procura deste procedimento na rede pública, o que demonstra uma maior preocupação da população com o planejamento familiar.

A Lei Federal de 1998 indica a vasectomia para homens com mais de 28 anos e que tenha no mínimo dois filhos. Além disso, também são feitas cirurgias no caso de risco alto de gravidez para a parceira, questão social da família ou ainda casais com altas chances de ter filhos com doenças congênitas. Todos os que recorrem ao serviço passam por cursos de esclarecimento na Secretaria de Saúde do Município sobre os métodos anticoncepcionais, apontando os prós e contras de cada um.

A coordenadora do Programa de Saúde da Mulher da secretaria de Saúde, Helena Maria de Aguiar Godoy, explica que os casais passam por várias etapas antes de chegar à cirurgia. "Depois da primeira consulta, que deve ser feita no Centro de Saúde, o casal faz uma reunião onde conhece outros métodos anticoncepcionais e paternidade responsável. Se preencher os requisitos e optar pela cirurgia, o casal é encaminhado para o ambulatório de planejamento familiar da Policlínica II, onde recebe orientação de uma equipe multidisciplinar sobre a cirurgia, cuidados pré e pós-operatório e sobre doenças sexualmente transmissíveis. Após essas etapas, se o casal ainda quiser a cirurgia, é feito o agendamento", explicou Helena.

"A vasectomia é uma cirurgia feita na maioria das vezes com anestesia local, em regime ambulatorial. O paciente é submetido a duas incisões de cerca de um centímetro, uma em cada lado da parede escrotal, isolamento do ducto deferente, secção, ligadura e cauterização da cada extremidade e fechamento da parede com pontos absorvíveis", explica o médico urologista responsável pelo procedimento no Mário Gatti, Sergio Bisogni. A cirurgia dura cerca de 40 minutos e são recomendados cerca de dois dias de repouso, dependendo da atividade da pessoa. A eficácia é de 95% e os exames periódicos de controle garantem o sucesso do procedimento.

Embora seja passível de reversão, o método de esterilização só é indicado para casais que tenham segurança de não desejar mais filhos. "Se houver dúvidas, sugerimos que as pessoas optem por outros métodos anticoncepcionais, disponíveis em toda a rede pública de saúde, sob orientação de especialistas de cada área", recomenda Bisogni.

Pai de dois filhos, José Pedro da Silva, 35 anos, é um dos pacientes que se submeteu ao procedimento. "Como minha mulher já tinha passado pela cesárea, achei justo que, ao invés dela fazer novamente laqueadura, eu fizesse a vasectomia, que é mais simples", conta. "Já tenho um casal, está de bom tamanho".

José Aparecido Ferreira Lima, 42 anos, pai de duas meninas, optou pelo método de esterilização pela simplicidade. "Como sou autônomo, não posso ficar muitos dias de repouso. O método está mais que aprovado", finaliza.

Em Campinas, além do Mário Gatti, o hospital Ouro Verde e a Maternidade realizam o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2011, foram 1063 vasectomias nos três hospitais.

Foto de Luiz Granzoto

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