A Prefeitura e a
Secretaria Municipal de Saúde apresentaram, nesta
sexta-feira (17), para os cidadãos campineiros o Paidéia. A
palavra grega, a
princípio estranha, é o nome que a Secretaria deu ao Programa de
Saúde da
Família.
O lançamento do Paidéia aconteceu no Teatro Castro Mendes, às
10h, com a participação do Prefeito de Campinas, Antônio da Costa
Santos, do Secretário
de Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos, de profissionais de saúde
e de todos os segmentos da comunidade ligados à área médica.
Os médicos sanitaristas Sebastião de Moraes e David Capistrano
foram homenageados durante o evento.
O Paidéia, que vem sendo implantado no município desde janeiro,
propõe uma mudança na maneira de proporcionar saúde à população.
Isto significa,
segundo Souza Campos, prestar assistência integral ao ser humano,
com um
olhar que extrapola apenas o atendimento no consultório médico e
somente no
momento em que o cidadão está doente.
"Vamos lançar um `olhar` além do paciente que está sendo
atendido e avaliar
também o contexto em que cada família está inserida na
comunidade, suas
dificuldades e problemas que vão além das dependência do centro
de saúde.
Isso envolve, tanto da parte de quem atende como de quem é
atendido, um
exercício constante dos conceitos de solidariedade e
cidadania", diz Souza
Campos.
Neste novo modelo, cada família terá sua própria equipe de saúde
e vai
receber, em suas residências, a visita dos agentes comunitários,
de
enfermeiros e, quando necessário, do médico. Cada equipe é
composta por um
médico de família, dentista, enfermeiro (a), dois auxiliares de
enfermagem,
quatro agentes comunitários de saúde, além de pediatra e
ginecologista-obstetra. Atualmente, 62 equipes já atuam na rede.
A
expectativa é de que em um ano outras 100 também já estejam em
atuação.
E o Paidéia também significa mais investimentos no SUS (Sistema
Único de
Saúde) Campinas. Para colocar em funcionamento as equipes atuais
é
necessário um investimento de R$ 2,5 milhões, dos quais R$ 500
mil vêm do
Ministério da Saúde e os R$ 2 milhões restantes provêem de
recursos do
próprio município. À medida em que as equipes forem sendo
ampliadas, os
investimentos também terão que crescer.
Cada equipe, chamada de equipe de referência, irá atender a uma
média de
1.500 famílias. O agente comunitário de saúde vai identificar
quais as
situações de risco a que aquela família está exposta. Também
vai estabelecer
vínculos com representantes da comunidade como creches, escolas,
igrejas,
ONGs (Organizações Não Governamentais) etc. Além disso, irá
desencadear
ações de educação e prevenção em saúde.
"O agente comunitário de saúde não vai realizar consultas.
Este procedimento
continua a ser feito no Centro de Saúde", informa Souza
Campos.
Para subsidiar as ações do Paidéia e definir estratégias e
programas em
saúde, a Secretaria vai realizar um 'censo' da saúde, onde cada
cidadão e
cada residência terá um cadastro. O objetivo é identificar,
pelo menos, 80%
dos campineiros - inclui todos usuários do SUS (Sistema Único de
Saúde) -,
suas condições de vida e diagnosticar seus problemas de saúde.
O
cadastramento começa na próxima segunda-feira (20).
Depois do 'censo', a pessoa receberá um cartão que agiliza o
atendimento
médico. As informações são sigilosas, conforme está previsto
em lei, e o
cadastramento não é obrigatório. Cada Centro de Saúde irá
cadastrar apenas
as casas localizadas em sua área de abrangência. Se o cidadão não
utiliza o
CS (Centro de Saúde) e não está doente, deve aguardar a visita
do agente
comunitário de saúde em sua casa. Ele irá procurá-lo para
fazer o cadastro.
Se a pessoa já utiliza o CS, ela deve se informar se a unidade já
tem
equipes do Paidéia e qual será sua equipe de referência.