População de Campinas recebe Paidéia com festa

17/08/2001

A Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde apresentaram, nesta sexta-feira (17), para os cidadãos campineiros o Paidéia. A palavra grega, a princípio estranha, é o nome que a Secretaria deu ao Programa de Saúde da Família.

O lançamento do Paidéia aconteceu no Teatro Castro Mendes, às 10h, com a participação do Prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, do Secretário de Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos, de profissionais de saúde e de todos os segmentos da comunidade ligados à área médica. Os médicos sanitaristas Sebastião de Moraes e David Capistrano foram homenageados durante o evento.

O Paidéia, que vem sendo implantado no município desde janeiro, propõe uma mudança na maneira de proporcionar saúde à população. Isto significa, segundo Souza Campos, prestar assistência integral ao ser humano, com um olhar que extrapola apenas o atendimento no consultório médico e somente no momento em que o cidadão está doente.

"Vamos lançar um `olhar` além do paciente que está sendo atendido e avaliar também o contexto em que cada família está inserida na comunidade, suas dificuldades e problemas que vão além das dependência do centro de saúde. Isso envolve, tanto da parte de quem atende como de quem é atendido, um exercício constante dos conceitos de solidariedade e cidadania", diz Souza Campos.

Neste novo modelo, cada família terá sua própria equipe de saúde e vai receber, em suas residências, a visita dos agentes comunitários, de enfermeiros e, quando necessário, do médico. Cada equipe é composta por um médico de família, dentista, enfermeiro (a), dois auxiliares de enfermagem, quatro agentes comunitários de saúde, além de pediatra e ginecologista-obstetra. Atualmente, 62 equipes já atuam na rede. A expectativa é de que em um ano outras 100 também já estejam em atuação.

E o Paidéia também significa mais investimentos no SUS (Sistema Único de Saúde) Campinas. Para colocar em funcionamento as equipes atuais é necessário um investimento de R$ 2,5 milhões, dos quais R$ 500 mil vêm do Ministério da Saúde e os R$ 2 milhões restantes provêem de recursos do próprio município. À medida em que as equipes forem sendo ampliadas, os investimentos também terão que crescer. Cada equipe, chamada de equipe de referência, irá atender a uma média de 1.500 famílias. O agente comunitário de saúde vai identificar quais as situações de risco a que aquela família está exposta. Também vai estabelecer vínculos com representantes da comunidade como creches, escolas, igrejas, ONGs (Organizações Não Governamentais) etc. Além disso, irá desencadear ações de educação e prevenção em saúde.

"O agente comunitário de saúde não vai realizar consultas. Este procedimento continua a ser feito no Centro de Saúde", informa Souza Campos. Para subsidiar as ações do Paidéia e definir estratégias e programas em saúde, a Secretaria vai realizar um 'censo' da saúde, onde cada cidadão e cada residência terá um cadastro. O objetivo é identificar, pelo menos, 80% dos campineiros - inclui todos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) -, suas condições de vida e diagnosticar seus problemas de saúde.

O cadastramento começa na próxima segunda-feira (20). Depois do 'censo', a pessoa receberá um cartão que agiliza o atendimento médico. As informações são sigilosas, conforme está previsto em lei, e o cadastramento não é obrigatório. Cada Centro de Saúde irá cadastrar apenas as casas localizadas em sua área de abrangência. Se o cidadão não utiliza o CS (Centro de Saúde) e não está doente, deve aguardar a visita do agente comunitário de saúde em sua casa. Ele irá procurá-lo para fazer o cadastro. Se a pessoa já utiliza o CS, ela deve se informar se a unidade já tem equipes do Paidéia e qual será sua equipe de referência.

Volta ao índice de notícias