Prefeitura implanta projeto de agentes-mirins da dengue

09/08/2002

Por meio dele, crianças vão se transformar em multiplicadores e dar uma força no combate à dengue.

Ações serão acompanhadas pelos agentes comunitários de saúde e as famílias serão consultadas para autorizar a participação de seus filhos

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, implanta, neste sábado (10 de agosto), na área dos parques Shalon 1, Shalon 2 e Shalon 3, os agentes-mirins da dengue. Estes são crianças da própria comunidade.

Elas irão atuar na prevenção da doença e dando orientações para as famílias sobre a gravidade da doença e a necessidade de combater o mosquito. E também vão fiscalizar se as famílias estão eliminando recipientes que acumulam água.

As atividades dos agentes-mirins serão sempre acompanhadas pelos profissionais do Centro de Saúde Santa Bárbara e do Distrito de Saúde Norte, que criaram o projeto. As famílias dos agentes serão informadas e orientadas e as crianças só participarão das atividades com a permissão dos pais ou responsáveis.

Para cada dois quarteirões haverá equipes de três ou quatro agentes-mirins. Eles irão vistoriar as residências todos os dias. Uma vez por semana, os agentes comunitários de saúde farão um balanço dos quarteirões e apontarão os melhores resultados.

A área do Shalon tem 500 imóveis. A estimativa do CS Santa Bárbara é que 80% das cerca de 1 mil crianças daquela comunidade se interessem em atuar como agentes mirins. O CS também está procurando patrocínio para premiar as crianças com ingressos e transportes para atividades culturais, como cinema e teatro.

Parceria com o Corsini – O Distrito de Saúde Leste também desenvolve ações contra a dengue neste sábado. Profissionais do CS Sousas vão atuar junto com o Projeto Corsini Itinerante, com uma barraca com atividades educativas. A barraca estará instalada na Praça Beira Rio, no Centro de Sousas.

Ferro Velho - No Distrito Sudoeste, as equipes da Secretaria de Saúde, em conjunto com profissionais da Secretaria de Serviços Públicos, da AR 7 (Administração Regional) e da Guarda Municipal, continuam na próxima semana com a remoção dos materiais acumulados num Ferro Velho, no Jardim Novo Campos Elíseos.

Nesta semana, as equipes já removeram perto de 50 toneladas, o que equivale a um terço de todo material acumulado no local. Os entulhos foram destinados para o Programa Municipal de Coleta Seletiva.

O estabelecimento é considerado ponto de risco para dengue, já que acumula dezenas de toneladas de materiais que podem servir de criadouros para o mosquito que transmite o vírus da doença. Além disso, é um problema sanitário grave, já que o local também é foco de outros vetores como ratos, mosquitos e baratas, entre outros.

Os agentes de saúde estiveram na casas instaladas próximas ao Ferro Velho. Eles orientaram moradores sobre os procedimentos que devem ser adotados com relação aos animais e insetos que possam aparecer em suas residências em conseqüência da remoção dos entulhos.

A região do Novo Campos Elíseos (que compreende Balão do Laranja e Santa Lúcia), onde está instalado o Ferro Velho, é uma área histórica com relação a dengue. Somente este ano, foram confirmados lá 77 casos autóctones da doença.

Números – Campinas já investigou, desde janeiro de 2002, 9.337 casos suspeitos de dengue. Do total, foram confirmados 1.402 casos, sendo 1.200 são autóctones, 177 importados e 25 outros que ainda estão em investigação.

O número indica que, para cada caso confirmado, o município investigou quase 10 pessoas. É um recorde. Isso significa que nosso sistema de saúde está ativo. É o que a Secretaria de Saúde chama de busca ativa de casos. Isto diminui muito a probabilidade de algum caso não ser diagnosticado.

Os últimos dados da Secretaria de Saúde, atualizados no último dia 8, apontam que a transmissão continua na área do São Domingos e Carvalho de Moura, na Região Sul, e na área do Santa Bárbara, na região Norte.

Volta ao índice de notícias