UTI Adulto do Hospital Mário Gatti implanta Projeto de Humanização

21/08/2002

O Hospital Municipal "Dr. Mário Gatti" inicia este mês o seu "Projeto de Humanização da UTI". A iniciativa objetiva priorizar a atenção e o acolhimento aos familiares dos pacientes que chegam à Unidade de Terapia Intensiva (UTI Adulto).

O Projeto envolve, além dos familiares dos pacientes, médicos, assistente social e enfermeira. A Humanização consiste, nesse primeiro momento, na elaboração de manual informativo sobre a UTI, realização de reuniões reflexivas com familiares, viabilizar um espaço de acolhimento à família e transmitir as informações de forma simples e clara.

Fazem parte do projeto a gerente da UTI Adulto, Maria Eliza Zambotti, a ouvidora, Ana Eliza Name, a assistente social Vera Lúcia A. V. Reche, apoiador técnico Laercio Valvassoura e as enfermeiras Márcia Suzuki e Marina Akemi Higo.

Conforme explica Maria Eliza Zambotti, gerente da UTI Adulto, as pessoas aprenderam a ver a UTI com uma certa quantidade de preconceito, como um setor dos hospitais onde prevalece a desesperança, o medo e a iminência da morte.

"Na verdade, a UTI é o local onde o corpo médico encontra todos os recursos para atender seus pacientes. Além disso – ressalta a enfermeira -, é nesse espaço que exige-se, com o máximo de rigor, o silêncio, a assepsia e a atenção redobrada dos profissionais de saúde"

Equilíbrio

O enfermeiro Laércio Valvassoura, que trabalha na montagem do Projeto, conta que os familiares se desequilibram emocionalmente com mais intensidade do que os pacientes que se encontram gravemente enfermos. "Eles se sentem distantes e sem possibilidade de assumir parte dos cuidados do paciente, o que gera um sentimento de impotência e desesperança".

De acordo com sua análise, quando um membro de uma família é hospitalizado, principalmente quando é levado para uma UTI, todo o equilíbrio do sistema de relações é afetado. "Daí a importância dessa assistência qualificada, dentro de um ambiente humanizado e de muito respeito pelo sentimento, tanto do paciente como dos seus familiares", ressalta o enfermeiro.

Logo na sala de visita, os acompanhantes poderão conhecer, por meio de painéis com fotos e ilustrações, os equipamentos utilizados nos boxes da UTI. Esse procedimento atenua o primeiro impacto do familiar com o ambiente de atendimento.

Cabe à assistente social, entre outras coisas, verificar, antes das visitas, quais familiares estão vindos pela primeira vez e, se possível, telefonar antes para solicitar a sua presença com trinta minutos de antecedência.

Os grupos são formados por dez pessoas, no máximo, e as reuniões terão duração de mais ou menos quarenta minutos. Cada familiar que participa do encontro fica com a incumbência de levar as informações para o restante da família.

Todos os pacientes receberão um manual informativo sobre a UTI, onde será discutido, também, a doação de órgãos e sangue. No final do encontro, os familiares recebem um formulário de avaliação da UTI , que deverá ser preenchido e devolvido anonimamente após a alta.

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