Campinas inicia amanhã curso sobre qualidade do ar em centros urbanos

05/08/2003

Mais de 30 profissionais que atuam na área ambiental iniciam amanhã, quarta-feira 6 de agosto, na Secretaria de Saúde de Campinas, o treinamento sobre gestão da qualidade do ar em centros urbanos. O curso, que é parte da Iniciativa do ar limpo nas cidades da América Latina, ocorre em todo País e, na região, está sendo coordenado por técnicos da Vigilância Ambiental de Campinas. O treinamento tem duração de oito semanas e as aulas acontecem sempre às quartas-feiras, das 14h30 às 17h, na Sala Vermelha da Secretaria de Saúde, no 11o andar da Prefeitura.

O evento é patrocinado pelo Banco Mundial, Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem colaboração da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e da Usepa (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) e apoio da FJPF (Fundação José Pelúcio Ferreira).

As aulas, por meio de vídeos, ocorrem simultaneamente em todas as capitais brasileiras, incluindo o Distrito Federal. Campinas é uma das poucas cidades do interior do estado inclusa na lista.

Segundo o arquiteto Flávio Gordon, da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Campinas, ao completar o curso, os participantes terão mais embasamento para compreender a complexidade do problema da contaminação do ar e avaliar a origem das substâncias poluidoras e seus impactos. "Além disso, eles terão subsídio para analisar instrumentos técnicos e econômicos capazes de contribuir para a melhoria da qualidade do ar urbano", completa.

O objetivo, de acordo com Gordon, é contribuir para a redução dos efeitos locais e globais da contaminação do ar. O arquiteto diz que a poluição do ar é, atualmente, um dos problemas que mais preocupa as autoridades ambientais dos grandes centros urbanos. "A questão diz respeito a toda região metropolitana de Campinas", afirma.

Gordon explica que Campinas é a referência regional para o curso em função do tamanho da cidade e dos problemas ambientais gerados no município. "Por isso, assumimos o papel de coordenação regional deste trabalho", diz.

As inscrições já estão encerradas. No entanto, as pessoas podem se informar sobre a questão na Secretaria de Saúde de Campinas por meio do endereço covisa.vs@campinas.sp.gov.br ou pelos telefones 3735 0233 ou 3735 0187.

Ação regional – A Secretaria de Saúde de Campinas propôs, em reunião recente com a Direção Regional de Saúde (DIR 12), o estudo para a implantação de um programa regional de vigilância em saúde relacionada à qualidade do ar.

A programa poderá, segundo Gordon, detectar principais fontes de poluição do ar na região e fazer uma avaliação dos riscos. A partir daí, os municípios poderão, de forma integrada, desencadear ações de prevenção e de monitoramento e controle da poluição.

O arquiteto lembra que, nos últimos dias, a questão das doenças respiratórias está em evidência em Campinas, por conta da longa estiagem que atinge a região. O aumento da poluição afeta mais intensamente crianças e idosos e pessoas com algum problema respiratório. No pronto-socorro do Hospital Municipal Mário Gatti, houve um aumento de 25% na demanda. A maior parte das ocorrências é de pessoas com doenças respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia.

"A estiagem e a baixa umidade relativa do ar dificultam a dispersão dos particulados – poeiras – e dos poluentes que são inalados pelas pessoas e agravam os problemas respiratórios", diz Gordon.

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