Alunos de
escolas públicas e particulares de Campinas retornaram às
aulas neste segundo semestre com um incremento no currículo.
A dengue e outros assuntos relacionados ao meio ambiente
passaram a ser discutidos nas escolas. As atividades são
parte do conjunto de ações implementadas pela Prefeitura
para combater a doença na cidade.
Nesta
quarta-feira, 6 de agosto, os 500 alunos da Escola Municipal
de Ensino Fundamental (EMF) Leonor Savi Chaib aprenderam sobre
dengue, os sintomas e como combater o mosquito Aedes
aegypti, que transmite o vírus que causa a doença.
Segundo Mascléa
Coutinho, agente de controle ambiental da Secretaria de Saúde,
durante as aulas, as crianças puderam conhecer o ciclo de
vida do mosquito. Uma equipe de profissionais do Centro de Saúde
(CS) Orosimbo Maia mostrou para os alunos um kit com ovo,
larva, pupa e o mosquito Aedes aegypti na fase adulta,
além de larvas vivas. Os estudantes ainda assistiram a uma peça
de teatro e receberam dicas sobre como dispor corretamente o
lixo e promover a eliminação de criadouros.
"O
trabalho faz parte das ações para promover o ambiente seguro
que previne contra a dengue e contra muitas outras doenças,
entre elas a leptospirose", afirma Mascléa.
A EMF Leonor
Savi Chaib fica na rua Manoel Marote Cabral, Jardim Nova York,
na área que pertence ao Centro de Saúde Orosimbo Maia onde,
desde janeiro de 2003, foram confirmados 7 casos de dengue.
Francisco
Glicério
– No Centro de Campinas, na Escola Estadual Francisco Glicério,
as atividades terão início nesta quinta-feira, 7 de agosto.
Num primeiro momento, os professores vão virar alunos. Eles vão
participar do Projeto Cuidar, da Secretaria Estadual de Saúde
em parceria com o Centro de Saúde da Barão de Jaguara.
A idéia,
segundo Evanir Guimarães Sidoti, que atua como agente comunitário
de saúde na Prefeitura, é ensinar sobre meio ambiente e as
práticas de prevenção e combate à dengue aos professores.
"O objetivo é capacitar os professores para que eles
conheçam a realidade do município em relação à doença e,
assim, conscientizem seus alunos e a comunidade sobre as
maneiras de combater o mosquito e prevenir a
enfermidade", diz Evanir. A expectativa é que pelo menos
30 professores participem do projeto.
Evanir diz
que, além de trabalhar o tema dengue, o projeto também prevê
a discussão de assuntos como sexualidade, drogas,
solidariedade e respeito. A agente acrescenta que o
Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e o Centro de Referência
e Informação sobre Álcool e Drogas (Criad), órgãos da
Prefeitura de Campinas, também vão colaborar com o projeto.
Cambuí e
Nova Campinas
- Nas escolas dos bairros Cambuí e Nova Campinas, o combate
à dengue também passa a ser tema de aula. Segundo Janilce
Souza, supervisora de controle ambiental da Secretaria de Saúde
de Campinas, a idéia é que os estudantes de escolas sejam
conscientizados e saibam que o município tem enfrentado
epidemias da doença nos últimos anos e divulguem nas suas
casas e na comunidade os meios de preveni-la.
De acordo com
Janilce, estão previstas aulas teóricas e práticas e
distribuição de material educativo. Para as escolas de
idiomas, por exemplo, estão sendo confeccionados materiais
para que os estudantes façam tradução para o português.
Profissionais
de saúde
– A Secretaria de Saúde de Campinas também quer reforçar
a necessidade do combate à dengue entre os profissionais da
área médica. Segundo a psicóloga Fernanda Borges,
supervisora das ações de controle da dengue no município, a
Prefeitura quer enfocar a necessidade dos profissionais
pensarem sempre em dengue em qualquer caso de febre a
esclarecer.
"Queremos
reforçar que, diante de casos suspeitos, mesmo quando a
suspeita inicial for rubéola, sarampo e outras doenças
exantemáticas – com febre e manchas vermelhas na pele-, o
profissional deve pensar e investigar também a dengue",
afirma Fernanda.
Esta semana,
a Secretaria iniciou a distribuição, na rede municipal de saúde,
de material risque e rabisque. Utilizado para anotações, o
material traz lembretes sobre a dengue, sintomas e o que fazer
em caso de suspeita.
O primeiro
sintoma da dengue é febre de início súbito acompanhada de
um ou mais sintomas como dor de cabeça e no corpo, mal-estar
e manchas vermelhas na pele. Todos os casos devem passar por
exame clínico detalhado e retornar o mais breve possível
para acompanhamento. Amostras para o exame laboratorial devem
ser colhidas após o sexto dia do início dos sintomas. De
janeiro a julho deste ano, a Secretaria de Saúde de Campinas
confirmou 447 casos de dengue.