Alunos de escolas públicas e particulares de Campinas aprendem sobre dengue

06/08/2003

Alunos de escolas públicas e particulares de Campinas retornaram às aulas neste segundo semestre com um incremento no currículo. A dengue e outros assuntos relacionados ao meio ambiente passaram a ser discutidos nas escolas. As atividades são parte do conjunto de ações implementadas pela Prefeitura para combater a doença na cidade.

Nesta quarta-feira, 6 de agosto, os 500 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMF) Leonor Savi Chaib aprenderam sobre dengue, os sintomas e como combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus que causa a doença.

Segundo Mascléa Coutinho, agente de controle ambiental da Secretaria de Saúde, durante as aulas, as crianças puderam conhecer o ciclo de vida do mosquito. Uma equipe de profissionais do Centro de Saúde (CS) Orosimbo Maia mostrou para os alunos um kit com ovo, larva, pupa e o mosquito Aedes aegypti na fase adulta, além de larvas vivas. Os estudantes ainda assistiram a uma peça de teatro e receberam dicas sobre como dispor corretamente o lixo e promover a eliminação de criadouros.

"O trabalho faz parte das ações para promover o ambiente seguro que previne contra a dengue e contra muitas outras doenças, entre elas a leptospirose", afirma Mascléa.

A EMF Leonor Savi Chaib fica na rua Manoel Marote Cabral, Jardim Nova York, na área que pertence ao Centro de Saúde Orosimbo Maia onde, desde janeiro de 2003, foram confirmados 7 casos de dengue.

Francisco Glicério – No Centro de Campinas, na Escola Estadual Francisco Glicério, as atividades terão início nesta quinta-feira, 7 de agosto. Num primeiro momento, os professores vão virar alunos. Eles vão participar do Projeto Cuidar, da Secretaria Estadual de Saúde em parceria com o Centro de Saúde da Barão de Jaguara.

A idéia, segundo Evanir Guimarães Sidoti, que atua como agente comunitário de saúde na Prefeitura, é ensinar sobre meio ambiente e as práticas de prevenção e combate à dengue aos professores. "O objetivo é capacitar os professores para que eles conheçam a realidade do município em relação à doença e, assim, conscientizem seus alunos e a comunidade sobre as maneiras de combater o mosquito e prevenir a enfermidade", diz Evanir. A expectativa é que pelo menos 30 professores participem do projeto.

Evanir diz que, além de trabalhar o tema dengue, o projeto também prevê a discussão de assuntos como sexualidade, drogas, solidariedade e respeito. A agente acrescenta que o Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e o Centro de Referência e Informação sobre Álcool e Drogas (Criad), órgãos da Prefeitura de Campinas, também vão colaborar com o projeto.

Cambuí e Nova Campinas - Nas escolas dos bairros Cambuí e Nova Campinas, o combate à dengue também passa a ser tema de aula. Segundo Janilce Souza, supervisora de controle ambiental da Secretaria de Saúde de Campinas, a idéia é que os estudantes de escolas sejam conscientizados e saibam que o município tem enfrentado epidemias da doença nos últimos anos e divulguem nas suas casas e na comunidade os meios de preveni-la.

De acordo com Janilce, estão previstas aulas teóricas e práticas e distribuição de material educativo. Para as escolas de idiomas, por exemplo, estão sendo confeccionados materiais para que os estudantes façam tradução para o português.

Profissionais de saúde – A Secretaria de Saúde de Campinas também quer reforçar a necessidade do combate à dengue entre os profissionais da área médica. Segundo a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações de controle da dengue no município, a Prefeitura quer enfocar a necessidade dos profissionais pensarem sempre em dengue em qualquer caso de febre a esclarecer.

"Queremos reforçar que, diante de casos suspeitos, mesmo quando a suspeita inicial for rubéola, sarampo e outras doenças exantemáticas – com febre e manchas vermelhas na pele-, o profissional deve pensar e investigar também a dengue", afirma Fernanda.

Esta semana, a Secretaria iniciou a distribuição, na rede municipal de saúde, de material risque e rabisque. Utilizado para anotações, o material traz lembretes sobre a dengue, sintomas e o que fazer em caso de suspeita.

O primeiro sintoma da dengue é febre de início súbito acompanhada de um ou mais sintomas como dor de cabeça e no corpo, mal-estar e manchas vermelhas na pele. Todos os casos devem passar por exame clínico detalhado e retornar o mais breve possível para acompanhamento. Amostras para o exame laboratorial devem ser colhidas após o sexto dia do início dos sintomas. De janeiro a julho deste ano, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou 447 casos de dengue.

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