Secretaria de Saúde aguarda para esta sexta termo de compromisso assinado pela UPA

07/08/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas aguarda para amanhã, sexta-feira, 8 de agosto, a assinatura do documento em que a União Protetora dos Animais (UPA) se compromete a garantir local e condições para manter os gatos do Bosque dos Jequitibás em observação por 180 dias. A entidade protetora do animais tem até dia 14 para viabilizar o local.

O documento, entregue nesta quinta, 7, à entidade se refere às responsabilidades de cada parte – UPA e Prefeitura -, definidas em reunião na última segunda-feira, 4 de agosto. Na ocasião, a Prefeitura concordou que os gatos sejam mantidos em quarentena, durante seis meses antes de serem encaminhados para a eutanásia.

O termo de compromisso ainda formaliza que a UPA se comprometerá a garantir a segurança do local e a manutenção e manejo dos animais. A Prefeitura de Campinas, por sua vez, se compromete a supervisionar o tratamento dado as animais. Após a quarentena, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vai fazer a castração e a vacinação dos gatos para encaminhá-los para adoção.

Entenda o caso – Em 28 de julho, a Secretaria de Saúde de Campinas anunciou que iria apreender e eutanasiar cães e gatos encontrados soltos no Bosque dos Jequitibás, no Centro de Campinas, área onde apareceu um morcego com raiva. A medida atende a norma técnica do Ministério da Saúde e do Programa Nacional de Controle da Raiva.

A única medida para livrar os gatos da eutanásia é a manutenção deles em "quarentena" por seis meses. Neste período, os animais precisam ficar isolados, individualmente, numa área com condições técnicas e físicas que garantam a segurança dos tratadores, veterinários e de outros profissionais como, por exemplo, as pessoas que limpam o abrigo.

A Prefeitura de Campinas não dispõe de um espaço nestas condições. No entanto, a UPA se propôs a providenciar este abrigo em 10 dias a contar de 4 de agosto.

Doença incurável - A raiva é uma doença fatal que ataca todos os mamíferos. É transmitida pelo contato de um animal contaminado para outro mamífero por meio de mordedura, lambedura ou arranhão. De acordo com o médico veterinário Ricardo Conde Rodrigues, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas, é possível que algum dos animais que vivem soltos no bosque funcione como um elo de ligação entre o morcego contaminado e um ser humano ou qualquer outro tipo de animal mamífero.

Ricardo afirma que antes do animal desenvolver os sintomas não há como saber se ele está ou não incubando o vírus da raiva. "Isso só é possível na fase terminal da doença. Então é provável que haja um gato ou mais incubando o vírus rábico, sendo assim um potencial transmissor para o humano ou para outros animais", diz o veterinário.

Desde o início de 2003, quatro casos de raiva em morcegos foram registrados no município, sendo dois na área de Barão Geraldo, um na Região Sul e o caso confirmado há 20 dias no Proença, na área do Bosque. A Secretaria ainda aguarda o resultado laboratorial de um outro morcego encontrado também na região do bosque.

O último caso de raiva em humano em Campinas foi registrado em 1981. Em cão, a última ocorrência foi em 82 e, em gato, em 2000. "O controle da doença na cidade só é possível porque a cada suspeita o município desencadeia todas as ações de bloqueio. Também mantemos campanha de vacinação anual gratuita", afirma a médica sanitarista Tereza de Jesus Martins, coordenadora do Distrito de Saúde Sul.

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