Saúde recolhe pneus em ação de combate a dengue

12/08/2003

De Norte a Sul de Campinas, equipes da Secretaria de Saúde atuam no combate a dengue todos os dias desta semana

Ajudantes de controle ambiental e outros profissionais da Secretaria de Saúde de Campinas coletaram 85 pneus nas margens da Estrada Velha de Indaiatuba e em terrenos baldios numa ação de combate à dengue na abrangência dos Centros de Saúde Carvalho de Moura e São José. A atividade ocorreu durante a manhã desta terça-feira, 12 de agosto.

A bióloga Maria Geralda Almeida, do Distrito de Saúde Sul, explica que a ação foi necessária porque, com a chuva dos últimos dias, os pneus ficaram cheios de água, tornam-se assim ambientes propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue.

O médico sanitarista Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, coordenador da Vigilância Sanitária de Campinas, informa que os pneus descartados de maneira inadequada no meio ambiente representam um grave problema de saúde pública. "Além do risco para a dengue, ainda há a poluição do ar, ocasionada pela queima de pneus, prática comum nas grandes cidades", diz. Abrahão afirma que a Vigilância Sanitária de Campinas possui um grupo na Comissão Regional de Dengue para discutir exclusivamente o problema dos pneus.

Campinas registrou, em 2003, 451 casos de dengue. Deste total, 382 são autóctones – quando a pessoa é infectada na cidade – e 69 são importados. Somente na Região Sul, foram 104 ocorrências.

Nova Campinas – Na Região Leste, equipes da Secretaria de Saúde de Campinas visitaram 182 residências de moradores de nove quarteirões da Nova Campinas durante ações de combate à dengue na última semana (de 4 a 8 de agosto). As atividades contra a doença foram intensificadas na área depois que uma pesquisa recente da Prefeitura apontou que o local, juntamente com o bairro vizinho Cambuí, reúne condições favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti.

De acordo com Janilce Souza, supervisora de controle ambiental do Distrito de Saúde Leste, durante a abordagem, os moradores foram esclarecidos sobre a dengue e as formas de manter seus quintais livres do mosquito Aedes aegypti. Janilce informa que as equipes de saúde enfatizaram a necessidade dos cidadãos prestarem atenção principalmente em suas piscinas, lajes e nas bromélias. "A área possui um número alto de residências com este tipo de criadouros, classificados como não removíveis", afirma a supervisora.

As equipes também deixaram folhetos com dicas de como acabar com o mosquito nas caixas de correio de 52 imóveis que estavam fechados. Apenas dois moradores se recusaram a receber os funcionários da saúde.

Na semana de 18 a 22 de agosto, as equipes do Distrito de Saúde Leste em conjunto com profissionais do Distrito Sul promovem ação educativa com eliminação de criadouros na área próxima à rodoviária. Pensões e comércio em geral serão visitados e as equipes vão enfatizar com os proprietários a necessidade de limpar caixas d’água e mantê-las vedadas. Segundo Margarete Isaque, supervisora de controle ambiental do Distrito de Saúde Sul, esta área tem características específicas. "São residências antigas onde os moradores não têm o hábito de limpar e vedar os recipientes que armazenam água. Também há os locais classificados pontos de risco para a proliferação do mosquito da dengue, como os recicladores", informa Margarete.

Noroeste - Na Região Noroeste de Campinas, ocorre arrastão nesta terça-feira, 12, na área do Centro de Saúde Ipaussurama. Na quinta, 14, as atividades ficam concentradas da área do Floresta. Segundo o supervisor de controle ambiental André Ricardo Silva, o Distrito de Saúde Noroeste estabeleceu a operação pente-fino como tarefa diária na região. "Isto significa que todos os dias temos agentes comunitários em visitas casa a casa, com ações educativas e eliminação de criadouros", diz André.

Segundo ele, na Região, os criadouros mais comuns são os pratos de vasos de plantas, na área mais urbanizada, e os tambores de água, nas localidades mais carentes. A Região Noroeste tem 49 casos de dengue registrados desde janeiro de 2003.

Norte – Na Região Norte, o arrastão contra a dengue acontece quarta-feira, 13, na abrangência do Centro de Saúde Anchieta. No Santa Mônica, as equipes prosseguem diariamente com a operação intensificada de combate à doença. A área recebe cuidado especial porque é lá que a doença tem atacado mais e onde, desde janeiro, já foram confirmados mais de 60 casos autóctones – quando a pessoa é infectada no local onde mora ou trabalha.

A ação, que tem parceria da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen), inclui inquérito sorológico da população – que aponta, por meio de exames clínico, se a pessoa contraiu a doença -, pesquisa da infestação do Aedes aegypti – chamada de índice de breteau -, controle dos pontos de risco e dos imóveis de risco e ações educativas com a comunidade. No total, a Região Norte já confirmou 103 casos de dengue desde janeiro.

Sudoeste – Na Sudoeste, área com o maior número de ocorrências – 144 – este ano, haverá arrastão na quinta-feira, 14, na área do Centro de Saúde União dos Bairros.

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