Saúde interdita indústrias de produtos ortopédicos para implante

25/08/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas interditou, desde o último dia 5 de agosto, a produção de cinco empresas de produtos ortopédicos e de implantes (pinos, placas e próteses que são colocados dentro do corpo). Os estabelecimentos, três da região Sul e dois da Sudoeste, não possuem registro dos produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde e nem certificado de boas práticas de fabricação. Algumas indústrias também não possuíam licença de funcionamento expedida pela Vigilância Sanitária Municipal.

A ação foi desencadeada em parceria pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde de Campinas, após inspeção dos dois órgãos nas empresas. A medida está prevista na legislação e atende ao princípio de precaução que trata da não exposição das pessoas a riscos. A interdição já foi publicada no Diário Oficial de Campinas.

De acordo com o biólogo Daniel de Freitas, coordenador da Vigilância em Saúde (Visa Sul), durante a inspeção os técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas constataram que os produtos são comercializados em todo o País. A Prefeitura já solicitou o mapa de distribuição das empresas para averiguar quais Estados compraram os itens. "Os empresários foram notificadas para interromper a produção e recolher os produtos que estão no mercado", afirma Daniel.

A enfermeira sanitarista Salma Balista, coordenadora da Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas (Covisa), informa que para obtenção da licença e do registro nas instâncias responsáveis, é preciso que a matéria-prima, o processo de produção e o desenvolvimento técnico dos produtos tenham boa qualidade. "Os itens produzidos em condições inadequadas podem sofrer rejeição do organismo, causar lesão e não cumprir a função corretiva que ele deveria desempenhar o que pode, inclusive, demandar uma cirurgia corretiva", diz Salma.

Segundo Daniel de Freitas, as empresas foram autuadas e ainda podem ser multadas se desobedecerem a interdição antes de se regularizarem. Até lá, as equipes da Secretaria de Saúde e a Anvisa vão fornecer treinamento para os funcionários.

O treinamento inclui, ainda, suporte técnico às indústrias, com informações sobre o processo de registro dos produtos. "A idéia é que elas sejam capacitadas para voltar a atuar no mercado o mais rápido possível e com a garantia de que não representam danos para a saúde da população", diz Daniel.

A Secretaria de Saúde orienta que as pessoas que passaram ou vão passar por implantes e estão com dúvidas procurem os serviços de saúde e a equipe que fez a cirurgia para obterem esclarecimentos. Os Distritos de Saúde de Campinas também estão preparados para fornecer informações. A Secretaria informa ainda que os hospitais e clínicas de ortopedia devem estar atentos e adquirir apenas materiais com registro na Anvisa.

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