A
Secretaria de Saúde de Campinas vacinou 6.093 crianças a
mais no último sábado, 23 de agosto, na segunda etapa da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, do que
na primeira fase, em 14 de junho, e decidiu prorrogar a vacinação
até a próxima sexta-feira, 29.
No total,
foram aplicadas 67.005 doses em menores de cinco anos. A
quantidade corresponde a 89,27 % da população da cidade
nesta faixa etária que, de acordo com a Fundação Seade, é
de 75.063. Em junho, no primeiro dia de campanha, 60.912
(81,15%) pequenos receberam a gotinha. A meta é vacinar 95%
dos menores de cinco anos, conforme preconiza a Organização
Mundial de Saúde (OMS).
O lançamento
nacional da segunda etapa da campanha foi feito em Campinas,
no Centro de Saúde São Marcos, pelo ministro interino da Saúde,
Gastão Wagner de Sousa Campos, que assumiu o posto de
sexta-feira a domingo durante viagem do ministro Humberto
Costa ao exterior. Também participaram da abertura a prefeita
municipal Izalene Tiene e a secretária municipal de saúde
Maria do Carmo Cabral Carpintéro.
Sem desculpas
De Norte a
Sul de Campinas, pais, mães, irmãos e os mais velhos levaram
os pequenos logo cedo para os postos de vacinação. "Não
dói nada. É só uma gotinha e é tão simples. Não há
desculpas para não trazer as crianças", disse a
dona-de-casa Maria da Graça, que levou a filha Alessandra
para ser vacinada no Centro de Saúde São Marcos, na Região
Norte da cidade.
No Centro de
Saúde Esmeraldina, na Região Sul, além da gotinha, as crianças
também ganharam guloseimas e puderam se divertir com os
personagens do mundo do circo. "A brincadeira é super
interessante. Quebra o clima da vacinação", afirmou a
secretária Eliska Herculano Gomes, que levou o filho Davi, de
10 meses, para tomar a vacina no serviço.
Os pequenos
foram vacinados até na Rodoviária, onde havia um posto
volante. Na Região Noroeste, no Centro de Saúde Florence, as
crianças, além da vacina, puderam assistir à peça de
teatro "A Criação de Emília", montada com base no
texto de Monteiro Lobato.
Postos
volantes
Na área
rural e nos locais mais distantes, as doses chegaram em postos
volantes por causa do acesso difícil. No Centro de Saúde
Santa Lúcia, na Região Sudoeste, foram vacinadas 2.248 crianças.
"Antigamente não havia campanhas. Ninguém sabia a doença
que tinha nem o motivo. Agora, a gente tem como saber e se
prevenir", disse a operadora de telemarketing Cristina de
Morais, que levou os dois filhos menores de cinco para tomar
as gotinhas no Santa Lúcia.
A Secretaria
de Saúde ainda teve a parceria do Rotary Clube e da Associação
Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Comunidades de
bairro e entidades filantrópicas, religiosas e associações
de bairro também colaboraram cedendo espaço para a instalação
de postos e voluntários para atuar nos preparativos.
"O esforço
valeu a pena", garante a enfermeira sanitarista Brigina
Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.
Brigina lembra que todos devem tomar a vacina, independente de
já terem sido vacinados. A enfermeira adverte que quem não
levou o filho no sábado deve levá-lo, ainda esta semana a um
dos 46 Centros de Saúde de Campinas ou a qualquer dos 13 módulos
de saúde do Paidéia.
Cartão
atualizado
As doses são
gratuitas e a vacina não tem contra-indicação. É necessário
levar o cartão de vacinas porque também serão atualizadas
as doses em atraso. "Somente desta maneira é possível
garantir um futuro saudável para as crianças", afirma a
enfermeira.
Graças às
campanhas de vacinação, há 19 anos Campinas não registra
um caso de paralisia infantil. No Brasil, a última ocorrência
foi há 14 anos. Mesmo assim, segundo Brigina, como a doença
não está erradicada em todo o mundo, há risco de reintrodução
do poliovírus no País. "Por isso, precisamos vacinar o
máximo de crianças possível durante os dias nacionais de
vacinação", diz.
Na abertura
da Campanha, o ministro interino Gastão de Sousa Campos falou
sobre o "trabalho gigantesco" montado pelo Ministério
da Saúde para a vacinação. E disse que só é possível
manter o País livre da poliomielite porque o Sistema Único
de Saúde (SUS) articula Ministério da Saúde, estados e
municípios durante as campanhas. "É muito importante
que a gente trabalhe em conjunto para vacinar o maior número
de crianças e, assim, manter a paralisia infantil
erradicada", disse Campos.
Mobilização
Em Campinas
foram mobilizadas 1.333 pessoas, em mais de 290 postos de
vacinação. Em todo País, 443 mil pessoas, entre servidores
e voluntários, atuaram em mais de 116 mil postos. Os
profissionais tiveram à disposição 40 mil veículo, 2,5 mil
embarcações e dez aeronaves para facilitar o transporte das
equipes. O investimento total na campanha contra a pólio foi
de R$ 26,8 milhões, dos quais R$ 9,3 milhões foram aplicados
na compra de 29,5 milhões de doses de vacina. Campinas
recebeu 100 mil doses contra a pólio, além das vacinas para
prevenir outras doenças.