Paidéia completa dois anos e amplia assistência a 150 mil famílias campineiras

28/08/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas comemora nesta sexta-feira, 29 de agosto, dois anos de implantação do Programa Paidéia. A celebração do aniversário ocorre na Estação Cultura, a partir das 8h30, e reúne o Secretário Nacional de Saúde, o médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, a prefeita Izalene Tiene, a secretária municipal de Saúde, a médica sanitarista Maria do Carmo Cabral Carpintéro além de todos os servidores municipais da saúde. Parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas também estão convidados para a festa.

O Paidéia ampliou a assistência a saúde a 150 mil famílias campineiras. Desde sua implantação, em agosto de 2001, já foram instituídas 150 equipes de saúde da família nos 46 Centros de Saúde do município. Cada equipe é composta por médico de família, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Algumas equipes ainda são ampliadas com dentista, auxiliar e técnico de higiene dental.

Vínculo

Os agentes comunitários, sempre moradores do bairro, visitam os cidadãos das suas comunidades, identificam doenças e encaminham os casos para as equipes que ficam nos Centros de Saúde ou nos Módulos de Saúde da Família. O cidadão que precisa, recebe assistência em casa.

"A gente chega, se apresenta, informa sobre o Paidéia, explica nosso objetivo e recolhe dados para fazer o cadastro. Também verifica as condições de vida e se a pessoa tem alguma doença e precisa de acompanhamento médico. Nosso primeiro contato já desencadeia um vínculo", diz Maria do Carmo Lima, agente comunitário. Ela faz parte da equipe Azul do Paidéia do CS São Cristóvão.

A equipe do Paidéia presta atendimento aos agravos de saúde e ainda atua no combate e prevenção de doenças como tuberculose, hanseníase, hipertensão e diabetes e para reduzir a mortalidade infantil. Crianças, idosos e gestantes recebem atenção especial.

O pedreiro aposentado Anísio Galvão, de 62 anos, vive acamado há 11 anos por conta de um derrame que o deixou impossibilitado de falar ou andar. Ele mora na área do CS São Cristóvão, Região Sudoeste de Campinas, e há quase dois anos recebe atendimento domiciliar médico e de enfermagem periódico.

"Meu marido não tem condições de ir ao centro de saúde. A visita facilita bastante e é a única maneira dele ter acesso à equipe de saúde. Também é uma oportunidade para que eu possa medir a pressão e receber outros cuidados", diz Lurvina Aparecida Galvão, esposa de Anísio. Lurvina e Anísio integram uma das 2,8 mil famílias atendidas em casa pelo Paidéia.

Recursos

Um terço da verba para manter o Paidéia vem do Governo Federal por meio do Sistema Único de Saúde. Os outros dois terços são custeados pelo município. Para implementar o Paidéia, a Prefeitura inaugurou, nos últimos dois anos, treze módulos de saúde da família e colocou para funcionar dois Centros de Saúde, o Carvalho de Moura, na Região Sul, e o União dos Bairros, na Região Sudoeste. Em setembro, vai inaugurar o Centro de Saúde do Parque Itajaí, na Região Noroeste da cidade. Também inaugurou o novo pronto-socorro do São José.

De acordo com a secretária de Saúde de Campinas, Maria do Carmo Cabral Carpintéro, o modelo Paidéia explora todo o potencial de apoio à comunidade que os profissionais de saúde possuem, o que resulta em um atendimento diferenciado que vai além da consulta médica.

"É uma forma de trabalhar que investe na autonomia e na desmedicalização. A idéia é que os servidores da saúde tratem as dificuldades relacionadas às condições inadequadas de vida como problema de saúde", afirma Maria do Carmo.

O diretor de saúde de Campinas, Roberto Marden, informa que as mudanças promovidas pelo Paidéia possibilitaram também uma maior agilidade dos serviços, além de reduzir a fila em muitos módulos e centros de saúde.

"O Paidéia é piloto no Brasil porque adota um modelo de saúde da família para a grande cidade. Um modelo heterodoxo, que valoriza a prevenção e a clínica", informa Roberto.

O diretor diz ainda que a procura pelos prontos-socorros diminuiu e a produção da Secretaria aumentou. Atualmente, são realizadas, em, média, 170 mil consultas por mês na rede própria e conveniada. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, o número é 70% maior que a média mensal verificada no início de 2001, quando eram realizadas 100 mil.

O gasto com medicamentos dobrou. Em maio de 2001, eram consumidos R$ 350 mil/mês com remédios. O montante atingiu o dobro, R$ 700, em setembro de 2002, e, atualmente, já chega a R$ 900 mil mensais.

Produtividade

O número de exames clínicos e de imagens, ultrassonografia, mamografia, radiologia etc, também cresceu. Atualmente, o laboratório municipal realiza 200 mil exames clínicos por mês. É o dobro do que fazia no início de 2001. O volume é superior à somatória dos exames realizados por todos os laboratórios privados de Campinas.

De acordo com a Secretaria de Saúde, até o final de 2003 a previsão é de que Campinas conte com 150 equipes do Paidéia, atendendo a 600 mil cidadãos em todas as regiões da cidade. A meta é implantar 200 até o final de 2004.

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