Saúde apreende lingüiça clandestina

29/08/2003

A Vigilância Sanitária (Visa) Sudoeste apreendeu, na manhã desta sexta-feira, 29 de agosto, em uma das lojas do Supermercado Sete, localizada no Parque das Indústrias, na Região Sudoeste de Campinas. Cerca de 750 quilos de lingüiça e outros produtos clandestinos de origem animal.

Além dos embutidos, mercadorias como charque, tripa e massa de carne, foram encontradas em condições inadequadas de conservação. Alguns itens estavam expostos para venda.

De acordo com a bióloga Ellen Fagundes, coordenadora da Visa Sudoeste, o estabelecimento não possui licença no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para produzir embutidos. Ela informa que os técnicos que participaram da ação constataram que o local é impróprio para a produção em escala industrial. A fábrica e os equipamentos da indústria clandestina foram lacrados e interditados. Os produtos foram inutilizados e levados para o aterro Delta.

Parcerias

A ação contou com a parceria do Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon Campinas), do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e da Guarda Municipal. Os profissionais da Secretaria de Saúde chegaram ao local por meio de denúncia anônima. O estabelecimento foi multado.

De acordo com o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância Sanitária Sudoeste, o produto de origem animal fabricado em condições inadequadas pode estar contaminado por agentes causadores de doença, principalmente bactérias e fungos, que causam danos à saúde como problemas gastrointestinais, toxoplasmose, verminoses graves e toxiinfecção alimentar.

Além disso, existe a suspeita de os produtos terem sido adulterados com inclusão de jornal, sebo e outros materiais estranhos à massa do embutido. O veterinário também chama a atenção para o fato das pessoas acreditarem que o produto de origem caseira é mais saudável que o industrializado. "Isto é um mito porque o produto fabricado sem controle dos órgãos sanitários corre risco de contaminação e adulteração", diz.

Falta de higiene

Conforme explica o veterinário, o item clandestino de origem animal oferece risco porque pode ter sido produzido sem cuidados de higiene e com contaminação por fezes, baratas, urina de rato entre outros problemas.

Castagna orienta para que o consumidor não adquira produtos de origem animal sem registro nos órgão competentes – SIF, Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP) e no Serviço de Vigilância Municipal (SIM). "O consumidor não consegue identificar se o produto está estragado, contaminado ou adulterado porque o aspecto, sabor e odor são os mesmos dos produtos produzidos sob inspeção", diz.

No final de 2002, a Secretaria de Saúde de Campinas vistoriou, em ação conjunta com Procon, Departamento de Uso e Ocupação do Solo (Duos) e Sanasa, 196 estabelecimentos comerciais do município. Na ação, foram apreendidas 6,5 toneladas de alimentos que poderiam comprometer a saúde (estavam com prazo de validade vencida ou eram de procedência desconhecida). Este ano, ações de fiscalização de alimentos já resultaram na interdição de mais de 20 estabelecimentos nas cinco regiões da cidade. 

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