Casos de meningite caem 30%, mas letalidade aumenta em Campinas

05/08/2004

Denize Assis

O número de casos de meningite em Campinas caiu 30% no primeiro semestre de 2004, comparado com mesmo período de 2003. De janeiro até 30 de julho deste ano foram confirmados 9 casos. Em 2003, no igual período, já haviam sido notificados 13. No entanto, a letalidade está mais alta este ano. A Vigilância em Saúde registrou três mortes (33,3%) de janeiro a julho de 2004 e, no mesmo período de 2003, foi registrado apenas um óbito (11,1%). Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde nesta quinta-feira, 5 de agosto, no seminário de atualização em meningite e doença meningocócica. O evento aconteceu no auditório da Estação Cultura e contou com a presença de 210 pessoas.

"Este ano, tivemos uma concentração da metade dos casos na primeira quinzena de julho, quando também ocorreram os óbitos, que elevaram a letalidade", disse a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo ela, as ocorrências não estão relacionadas e a situação não caracteriza epidemia.

O infectologista Luiz Jacintho da Silva, chefe da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) da Secretaria de Estado da Saúde, foi um dos palestrantes do seminário e informou que um dos indicativos de epidemia é quando a incidência da meningite por um mesmo sorogrupo (que pode ser B ou C) é de 10 casos por 100 mil habitantes. Segundo Luiz Jacintho, a letalidade por meningite no Estado de São Paulo como um todo tem se mantido elevada há muito tempo e a única maneira de reduzi-la é por meio do diagnóstico precoce. "O profissional de saúde tem que ter sempre o diagnóstico da meningite em mente", disse.

O infectologista Rodrigo Angerami, que atua na Secretaria de Saúde de Campinas e no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), informou, durante palestra no seminário, que a intervenção nas primeiras horas do início dos sintomas da meningite é fundamental. "Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce, a notificação rápida e o esforço no sentido de identificar o tipo da meningite – o agente etiológico – são extremamente importantes", disse.

Rodrigo informou que o sintoma característico da meningite é a febre acompanhada de lesões de pele (petéquias) e/ou dor de cabeça, vômito, dor na região do pescoço e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade, choro, gemido, e letargia entre outros. Mediante estes sinais, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de saúde.

Volta ao índice de notícias