Vigilância em Saúde notifica mais um caso de meningite meningocócica

11/08/2004

Denize Assis

A Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas notificou na última terça-feira, dia 10 de agosto, mais um caso suspeito de meningite meningocócica. Trata-se de uma criança de quatro anos que está internada no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estado de saúde da criança, uma menina, é estável. Ela é moradora de um bairro da Região Norte de Campinas e recebeu o primeiro atendimento em Jaguariúna no dia 9, quando foi encaminhada para o HC. Também está sendo investigada suspeita de febre maculosa em função do quadro clínico compatível – sintomas - e do antecedente epidemiológico de a criança ter freqüentado uma propriedade rural.

Este é o terceiro caso de meningite notificado em agosto. Os outros dois, sendo uma criança de seis meses e uma de dois anos, foram confirmados como meningite meningocócica C e meningocócica B, respectivamente. Não há relação entre as ocorrências e a situação não caracteriza epidemia. Em 2004, foram notificados onze casos de meningite meningocócica, dos quais dez estão confirmados e este último ainda está em investigação. Do total, três foram a óbito. No mesmo período de 2003, houve 13 e uma morte.

"A equipe da Vigilância em Saúde de Campinas já desencadeou as medidas para prevenir a ocorrência de novos casos oriundos deste registro, medida chamada tecnicamente bloqueio", informa a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas. O bloqueio é indicado para dois tipos de meningite – por haemóphilus influenzae b e meningite meningocócica -, nas pessoas que tiveram contato muito próximo e prolongado com o doente. Essas pessoas são chamadas comunicantes.

Segundo Carmo Ferreira, familiares, além de profissionais e colegas de classe da escola onde a menina estuda passaram a receber o tratamento assim que a vigilância foi notificada da suspeita.

Saiba sobre a meningite. A meningite é uma doença infecciosa aguda que pode ser causada por diferentes agentes etiológicos - bactéria, vírus, fungo, protozoário entre outros – e pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária. No entanto, é mais comum nas crianças. As meningites bacterianas, que incluem as formas meningocócica e penumocócica, são mais graves e, quando não tratadas, podem levar à morte ou deixar seqüelas. A doença tem tratamento e a maioria dos casos evolui para cura.

O médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância em Saúde de Campinas, informa que a intervenção nas primeiras horas do início dos sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução do caso. "Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce, a notificação rápida e o esforço no sentido de identificar o tipo da meningite – o agente etiológico – são extremamente importantes", diz.

Vicente informa que o sintoma característico da meningite é a febre acompanhada de dor de cabeça, vômito, dor na região do pescoço e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade,
choro, gemido, e letargia entre outros. "Mediante estes sinais, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de saúde". Segundo o sanitarista, a meningite ocorre durante o ano todo. No entanto, nos meses mais frios e secos, observa-se aumento nas ocorrências de doenças de transmissão respiratória, entre elas as meningites.

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