Portadores de hepatite C terão aplicação assistida do interferon peguilado na rede municipal de saúde

11/08/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas inicia na próxima sexta-feira, dia 13 de agosto, aplicação assistida do interferon peguilado, medicamento de alto custo distribuído pela Secretaria de Estado da Saúde para pacientes portadores de hepatite C. A aplicação assistida trata-se da medicação feita em unidade de saúde sob supervisão de médicos e enfermeiros. O procedimento deve ser realizado sempre que o medicamento possa provocar efeitos colaterais importantes.

Até então, o paciente retirava o produto na Direção Regional de Saúde (DIR XII), da Secretaria de Estado da Saúde, e levava-o para casa onde ele mesmo cuidava para que fosse feita a aplicação. Em Campinas, cerca de 200 pessoas têm autorização para o uso do interferon peguilado.

"A medida atende a antiga reivindicação da Associação dos Portadores de Hepatites (Apohie), permite um melhor monitoramento tanto da medicação – que precisa ser conservada entre 2 graus e 8 graus centígrados – como da aplicação – a dose é proporcional ao peso e tem que ser bem misturada – e favorece o acompanhamento mais de perto do paciente", informa a farmacêutica Maria Elisa Moreira Bertonha, da Secretaria Municipal de Saúde. As doses são injetáveis e devem ser aplicadas semanalmente.

Inicialmente, a aplicação será feita no Ambulatório Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (Amda) e, posteriormente, será estendida para o Hospital Municipal Mário Gatti e Complexo Ouro Verde. "A regionalização facilita porque o paciente será atendido no local mais próximo à sua casa", diz Maria Elisa. O Amda fica no Centro de Referência em Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids CR em DST/Aids na rua Regente Feijó, 637.

Saiba sobre a hepatite. As hepatites virais são doenças infecciosas que levam à inflamação do fígado e podem causar a morte. São provocadas por diferentes agentes etiológicos. Ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre a pessoa que está com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina escura e as fezes brancas. Em muitos casos, ela é "silenciosa", o que significa que a pessoa pega o vírus e demora anos para perceber que está com algum problema. Quando é diagnosticada, o fígado já está comprometido, o que dificulta a recuperação do paciente e pode levá-lo ao óbito.

As hepatites são importante problema de saúde pública no mundo e no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam cerca de 170 milhões de portadores crônicos da hepatite C no mundo. No Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde, os casos crônicos de hepatite C devem corresponder a cerca de 1,5% da população.

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