Denize Assis
Portadores de
hepatite C de Campinas promovem às 10h desta sexta-feira, dia
13 de agosto, no Ambulatório Municipal de Doenças
Sexualmente e Aids (Amda) uma grande festa para marcar o início
da aplicação assistida do interferon peguilado na rede
municipal de saúde de Campinas. A medida é uma antiga
reivindicação da Associação de Assistência aos Portadores
de hepatites, Candidatos e Transplantados Hepáticos do
Interior de São Paulo (Apohie) e permite ampliar e melhorar a
qualidade da assistência a pelo menos 200 pessoas portadoras
da doença na cidade e que têm indicação para o uso da
medicação.
A farmacêutica
Maria Elisa Moreira Bertonha, da Secretaria Municipal de Saúde,
informa que o interferon peguilado é um medicamento de alto
custo distribuído pela Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo ela, até então, os pacientes com autorização para
usar a medicação, que provoca efeitos colaterais
importantes, precisavam retirá-lo na Direção Regional de Saúde
(DIR-12) e cuidar em casa para tomar o remédio.
Agora, com a
aplicação assistida, a medicação passa a ser feita em
unidade de saúde sob supervisão de médicos e enfermeiros.
Neste primeiro momento, 40 pacientes serão atendidos no Amda,
na rua Regente Feijó, 637, no centro da cidade. Em breve, serão
disponibilizados mais dois pólos de aplicação, sendo um no
Hospital Municipal Mário Gatti e outro no Complexo Ouro
Verde.
"É uma
conquista enorme. Com a criação dos pólos de aplicação
assistida o paciente passa a receber a medicação com a
supervisão de um profissional de saúde treinado para esta
função, o que garante a eficácia do tratamento, além de
torná-lo mais econômico. É um ganho muito grande. E o
tratamento torna-se mais digno", diz Genny Apparecida
Accacio, diretora de relações públicas da Aphoie.
Genny é
secretária aposentada, tem 67 anos e há 13 descobriu que
estava com hepatite C. Desde então, ela tem colaborado para
conscientizar a comunidade sobre a hepatite e no apoio aos
portadores da doença.
A hepatite
viral é uma doença infecciosa aguda que acomete
principalmente o fígado. Existem pelo menos cinco tipos de
hepatites virais: A, B, C, Delta e E. As hepatites A e E
causam exclusivamente hepatite aguda, enquanto os vírus B, C
e Delta (este último raro em nosso meio) podem determinar
hepatites crônicas (inflamação no fígado por mais de 6
meses).
O quadro clínico
- sintomas - da hepatite C aguda é geralmente muito leve,
passando despercebido e não sendo diagnosticado na grande
maioria das vezes. Em aproximadamente 15% dos indivíduos
infectados haverá cura da doença, enquanto cerca de 85%
permanecerão com sua forma crônica, que é o que ocorreu com
Genny. Para pessoas como ela o tratamento padrão é feito com
a terapia combinada de interferon peguilado e ribavirina
durante 24 a 48 semanas.