Denize Assis e
Talita El Kadri
A Secretaria de
Saúde de Campinas comemora nesta quarta-feira, 18 de agosto,
com uma grande festa os três anos de implantação do Programa
Paidéia Saúde da Família. A celebração ocorre na Estação
Cultura, a partir das 13h30, e reúne a prefeita Izalene Tiene,
a secretária municipal de saúde, a médica sanitarista Maria
do Carmo Cabral Carpintéro, o secretário nacional de saúde, o
médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, além de
servidores municipais da saúde e representantes dos usuários.
Parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas como
hospitais e serviços conveniados também estão convidados para
a festa.
No período da
manhã, também na Estação Cultura, acontece o Seminário de
Consolidação de Diretrizes do Paidéia – O Agente Comunitário
na equipe de referência. Neste momento, estarão presentes a
secretária municipal de saúde e a enfermeira sanitarista
Jeanete Múfalo Silva Bueno, da Coordenadoria de Recursos
Humanos do Ministério da Saúde.
Acesso
ampliado.
O Paidéia ampliou o acesso e qualificou a assistência à saúde
a 150 mil famílias de Campinas. Desde sua implantação, em
agosto de 2001, já foram instituídas 137 equipes de saúde da
família nos 47 Centros de Saúde e 13 Módulos Paidéia
instalados nas cinco regiões do município.
Segundo o médico
sanitarista Roberto Mardem Farias, diretor municipal de saúde,
a equipe do Paidéia, diferentemente da equipe tradicional do
Ministério da Saúde, além do médico de família ou médico
generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, agentes comunitários
de saúde, dentista e auxiliar de consultório dentário, possui
ginecologista e pediatra. O modelo, de acordo com Mardem, é
inspirado em duas experiências estrangeiras – uma da
Inglaterra, a do médico de família, e a outra de Cuba, a dos
agentes comunitários.
Programa leva a
saúde ao cidadão e
fortalece o vínculo
No Paidéia, os
agentes comunitários, sempre moradores do bairro, visitam os
cidadãos das suas comunidades, identificam doenças e
encaminham os casos para as equipes que ficam nos Centros de Saúde
ou nos Módulos de Saúde da Família. O cidadão que precisa,
como o paciente acamado, recebe assistência à saúde em casa.
Em 2003, foram feitas 5,2 mil consultas domiciliares de médicos
e enfermeiros. O número representa um aumento de 83,5% em
comparação com o ano de 2000, quando foram realizadas 860.
Cada família
é atendida pela mesma equipe sempre. "Com isso, cria-se um
vínculo ao longo do tempo. O tratamento é beneficiado porque o
acompanhamento fica garantido", diz Erika Cristina Noronha,
da equipe Azul do Centro de Saúde São Domingos, na Região Sul
da cidade.
Segundo ela, no
primeiro contato, o agente comunitário chega, se apresenta,
informa sobre o Paidéia, explica o objetivo da visita e recolhe
dados para o cadastro daquela família. "Também
verificamos as condições de vida, se os integrantes da família
têm alguma doença e, se necessário, encaminhamos para a
unidade de saúde. Nosso primeiro contato já desencadeia um vínculo.
Antes do Paidéia, o cidadão ia até o Centro de Saúde quando
a doença já estava instalada. Hoje, levamos a saúde ao cidadão",
afirma Erika.
A equipe do
Paidéia presta atendimento aos agravos de saúde e ainda atua
no combate e prevenção de doenças como dengue, leptospirose,
tuberculose, hanseníase, hipertensão e diabetes e para reduzir
a mortalidade infantil que de 2000 para 2003 caiu de 14,2 para
12,2 casos para cada grupo de 1 mil nascidos vivos.
O servente de
pedreiro Alexandre dos Santos Souza, de 22 anos, recebe há
quase um ano atendimento domiciliar da equipe do Paidéia.
"Já cheguei até a abandonar o tratamento. Mas hoje, com a
ajuda da equipe, sou estimulado a continuar. Sou muito
agradecido, sei que posso sarar e quero ir até o fim do
tratamento", diz.
Modelo leva em
conta as condições
de vida
O Paidéia usa
um conceito ampliado de saúde, que leva em conta não apenas a
saúde específica, mas as condições em que a família vive, o
ambiente em que o paciente mora, o acesso a saneamento básico,
alimentação e até ao lazer, a educação e a cultura entre
outros. Há um núcleo de saúde coletiva que realiza ações de
prevenção de doenças no território.
"Este
jeito novo de trabalhar trouxe muitos benefícios. O
profissional de saúde vê o paciente num contexto, no ambiente
em que ele mora e isto faz uma diferença muito grande no
tratamento", diz o médico Haroldo Pereira Barcelos que
integra uma das equipes do Paidéia do Centro de Saúde Santa Lúcia,
na Região Sudoeste da cidade.
Barcelos tem 49
anos é ginecologista-obstetra e atua na Secretaria de Saúde de
Campinas há 12 anos. Há três ele passou a trabalhar como médico
de família do Paidéia. Ele conta que quando conheceu o
projeto, se encantou. "Entrei de corpo e alma. Era um ideal
que eu tinha. Foi um estímulo para mim enquanto profissional,
que passei a assumir meus pacientes não só na consulta, mas a
envolvê-los em palestras, atividades de grupo, passeios e
outros. Para o paciente também é muito bom porque ele se sente
mais acolhido", afirma.
Barcelos
considera que o Paidéia modificou a saúde em Campinas.
Recursos. Um
terço da verba para manter o Paidéia vem do Governo Federal
por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros dois terços
são custeados pelo município. O orçamento para 2004 é de R$
293 milhões, R$ 105 milhões a mais que os R$ 188 milhões
gastos no ano de 2000.
Programação
da festa:
Manhã:
Seminário de Consolidação de Diretrizes do Paidéia / Saúde
da Família – O Agente Comunitário na equipe de referência
9h – Mesa de
Abertura
Maria do Carmo
Cabral Carpintéro
Jeanete Múfalo
Silva Bueno
9h30 –
Apresentação de cada Distrito
O trabalho do
Agente Comunitário
10h30 –
Debate
11h30 – Síntese
tarde: Evento
Comemorativo
13h30– Recepção
Cultural
14h – Visita
à Exposição dos Trabalhos das Equipes de Referência
14h30 – Mesa
de Abertura e Balanço dos 03 anos do Paidéia
15h30 –
Premiação do Concurso (slogan) e entrega de certificados para
as equipes responsáveis pelos trabalhos expostos
16h –
"Parabéns Paidéia"
16h30 –
Apresentações Culturais
17h30 -
Encerramento