Campinas vai mobilizar 1,4 mil servidores em 280 postos na campanha contra a poliomielite e o sarampo

19/08/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas vai mobilizar 1,4 mil servidores em 280 postos de vacinação – 183 fixos e 97 volantes - no próximo sábado, dia 21 de agosto, na segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (Paralisia Infantil) e Campanha de Seguimento contra o Sarampo. Para o transporte e locomoção das equipes serão disponibilizados 110 automóveis. Para as localidades mais distantes, como zona rural, haverá postos móveis. O município recebeu 76,5 mil doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e 105 mil doses da Sabin (contra a poliomielite).

Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Saúde Coletiva de Campinas, é necessário mobilizar o maior número possível de profissionais de saúde e toda sociedade para atingir a meta que é vacinar contra a paralisia infantil pelo menos 95% das 75,05 mil crianças menores de cinco anos de idade residentes na cidade, o que corresponde a 71,3 mil. Contra o sarampo, o objetivo é vacinar 95% das 60,8 mil crianças de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil.

Todo cidadão nesta faixa etária deve ser levado ao posto de vacinação no período entre 8 da manhã e 5 da tarde. As vacinas são totalmente grátis e os pais devem levar a carteira de vacinação. No entanto, a criança poderá receber as doses mesmo sem a carteira.

"A vacinação de todas as crianças, ao mesmo tempo e em todas as localidades, é uma das mais fundamentais ações para preservarmos a erradicação da paralisia infantil", diz Carmo Ferreira. A vacina contra a poliomielite, segundo a sanitarista, é segura e não apresenta contra-indicações. "É importante que os pais levem as crianças mesmo as que tiverem tomado a dose na primeira etapa e independentemente delas estarem com febre, rinite, tosse ou diarréia", diz.

Sarampo. Quanto ao sarampo, Carmo Ferreira informa que a campanha de seguimento é uma estratégia necessária para garantir que todas as crianças estejam imunizadas contra a doença. "Com o passar do tempo, forma-se uma população de suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença. Como o sarampo ainda ocorre em vários países do mundo, há o risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim, desencadear um surto", diz.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade. Também é preciso considerar que há falha secundária, quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações, somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está constituída a população de suscetíveis.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante e de fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco de reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa vigilância e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade, isto é boa cobertura em todos os municípios e, dentro do município, em todas as regiões", afirma.

Em 97, diz Brigina, o Estado de São Paulo enfrentou uma epidemia da doença, com mais de 20 mil casos e 24 óbitos. Todos os anos, mais de 800 mil crianças morrem no mundo em conseqüência das complicações do sarampo. A meta da Organização Mundial de Saúde é reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.

Informações sobre locais de vacinação podem ser obtidas pelo número 156 ou através deste portal.

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