Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas vai mobilizar 1,4 mil servidores em 280
postos de vacinação – 183 fixos e 97 volantes - no próximo
sábado, dia 21 de agosto, na segunda etapa da Campanha
Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (Paralisia
Infantil) e Campanha de Seguimento contra o Sarampo. Para o
transporte e locomoção das equipes serão disponibilizados
110 automóveis. Para as localidades mais distantes, como zona
rural, haverá postos móveis. O município recebeu 76,5 mil
doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e 105
mil doses da Sabin (contra a poliomielite).
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Saúde
Coletiva de Campinas, é necessário mobilizar o maior número
possível de profissionais de saúde e toda sociedade para
atingir a meta que é vacinar contra a paralisia infantil pelo
menos 95% das 75,05 mil crianças menores de cinco anos de
idade residentes na cidade, o que corresponde a 71,3 mil.
Contra o sarampo, o objetivo é vacinar 95% das 60,8 mil crianças
de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca
de 57,7 mil.
Todo cidadão
nesta faixa etária deve ser levado ao posto de vacinação no
período entre 8 da manhã e 5 da tarde. As vacinas são
totalmente grátis e os pais devem levar a carteira de vacinação.
No entanto, a criança poderá receber as doses mesmo sem a
carteira.
"A
vacinação de todas as crianças, ao mesmo tempo e em todas
as localidades, é uma das mais fundamentais ações para
preservarmos a erradicação da paralisia infantil", diz
Carmo Ferreira. A vacina contra a poliomielite, segundo a
sanitarista, é segura e não apresenta contra-indicações.
"É importante que os pais levem as crianças mesmo as
que tiverem tomado a dose na primeira etapa e
independentemente delas estarem com febre, rinite, tosse ou
diarréia", diz.
Sarampo.
Quanto ao sarampo, Carmo Ferreira informa que a campanha de
seguimento é uma estratégia necessária para garantir que
todas as crianças estejam imunizadas contra a doença.
"Com o passar do tempo, forma-se uma população de
suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença.
Como o sarampo ainda ocorre em vários países do mundo, há o
risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim,
desencadear um surto", diz.
Há mais de
30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública
de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança
completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a
população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da
vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade.
Também é preciso considerar que há falha secundária,
quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com
o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações,
somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está
constituída a população de suscetíveis.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de
Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior
freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante e
de fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco
de reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa
vigilância e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade,
isto é boa cobertura em todos os municípios e, dentro do
município, em todas as regiões", afirma.
Em 97, diz
Brigina, o Estado de São Paulo enfrentou uma epidemia da doença,
com mais de 20 mil casos e 24 óbitos. Todos os anos, mais de
800 mil crianças morrem no mundo em conseqüência das
complicações do sarampo. A meta da Organização Mundial de
Saúde é reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.
Informações
sobre locais de vacinação podem ser obtidas pelo número 156
ou através deste portal.