Secretaria de Saúde de Campinas abre 2º pólo de aplicação assistida para pacientes com hepatite C

25/08/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas inicia na próxima sexta-feira, dia 27 de agosto, no Complexo Ouro Verde, região Sudoeste, o segundo pólo de aplicação assistida do interferon peguilado, medicamento de alto custo distribuído pela Secretaria de Estado da Saúde para pacientes portadores de hepatite C. O primeiro foi inaugurado em 13 de agosto no Centro de Referência (CR) para Doenças sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids). Um terceiro está previsto para ser implantado em breve no Hospital Municipal Mário Gatti.

A medida é uma antiga reivindicação da Associação de Assistência aos Portadores de hepatites, Candidatos e Transplantados Hepáticos do Interior de São Paulo (Apohie) e permite ampliar e melhorar a qualidade da assistência a pelo menos 200 portadores de hepatite C na cidade que têm indicação para o uso da medicação.

A farmacêutica Maria Elisa Moreira Bertonha, da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, até então, os pacientes com autorização para usar a medicação, que provoca efeitos colaterais importantes, precisavam retirá-lo na Direção Regional de Saúde (DIR-12) e cuidar em casa para tomar o remédio. "Agora, com a aplicação assistida, a medicação passa a ser feita em unidade de saúde sob supervisão de médicos e enfermeiros", diz Maria Elisa.

"É um ganho muito grande. Os pólos de aplicação assistida garantem a eficácia do tratamento já que o paciente recebe a dosagem ideal e a aplicação é feita com qualidade, por profissionais preparados. O paciente ganha também porque deixa de se preocupar com transporte, armazenamento e preparação da dose. Agora, basta chegar no pólo, apresentar a receita e a equipe de saúde toma conta de tudo", diz o administrador de empresas Sérgio Luís Bergantin, presidente da Aphoie.

Bergantin foi o primeiro paciente a receber o tratamento assistido em Campinas, no último dia 13 de agosto no CR de DST/Aids. O administrador tem 38 anos e há 12 descobriu que estava com hepatite C. Desde então, tem colaborado para conscientizar a comunidade sobre a hepatite e no apoio aos portadores da doença.

O administrador orienta que as pessoas que fazem uso do interferon peguilado em Campinas procurem a Aphoie para serem orientadas e para que possam passar a usufruir deste benefício. A Apohie localiza-se na rua Regente Feijó, 381, sala 1, no Centro de Campinas. O telefone da unidade é (19) 3235-3065.

A hepatite viral é uma doença infecciosa aguda que acomete principalmente o fígado. Existem pelo menos cinco tipos de hepatites virais: A, B, C, Delta e E. As hepatites A e E causam exclusivamente hepatite aguda, enquanto os vírus B, C e Delta (este último raro em nosso meio) podem determinar hepatites crônicas (inflamação no fígado por mais de 6 meses).

O quadro clínico - sintomas - da hepatite C aguda é geralmente muito leve, passando despercebido e não sendo diagnosticado na grande maioria das vezes. Em aproximadamente 15% dos indivíduos infectados haverá cura da doença, enquanto cerca de 85% permanecerão com sua forma crônica, que é o que ocorreu com Sérgio Luís Bergantin. Para pessoas como ele o tratamento padrão é feito com a terapia combinada de interferon peguilado e ribavirina durante 24 a 48 semanas.

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