Denize Assis
O número de
casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia
provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde
(Visa) de Campinas subiu para 263 nesta quarta-feira de acordo
com a Secretaria Municipal de Saúde.
"Por
enquanto, a grande maioria das notificações é procedente da
unidade não hospitalar de urgência do São José e uma
parcela do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Somente no
final de semana passado, o São José atendeu 59 pacientes,
dos quais 26 crianças menores de 2 anos e 21 deles com
desidratação importante", informa a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, da Visa.
Segundo
Brigina, em situação de surto, a Vigilância recomenda
colher amostra de fezes em um a cada grupo de dez pacientes
para análise laboratorial no Instituto Adolfo Lutz, referência
para estas situações. Para os demais casos, o diagnóstico
é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas,
chamado tecnicamente de critério clínico-epidemiológico. Até
o momento foi confirmado rotavírus em um exame laboratorial.
A infecção
pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa
e duração limitada, a quadros graves com desidratação,
febre e vômitos, podendo evoluir para óbito. Praticamente
todas as crianças se infectam nos primeiros 3 a 5 anos de
vida, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária
de 3 a 35 meses. Nos Estados Unidos, o rotavírus é a
principal causa de diarréia grave.
Estima-se que
essa doença seja responsável por 5% a 10% de todos os episódios
diarreicos em crianças menores de 5 anos. "Nas epidemias
e surtos é responsável por 30% dos casos", afirma o médico
sanitarista Roberto Marden Farias, diretor municipal de Saúde
de Campinas. Segundo ele, as diarréias por rotavírus também
aparecem como causa freqüente de hospitalização,
atendimentos de emergência e consultas médicas, além de
faltas ao trabalho no caso de adultos.
Alerta.
A Vigilância em Saúde de Campinas divulgou nesta
quarta-feira, dia 25 de agosto, informe técnico para alertar
equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata o número
de casos, a necessidade das ocorrências serem notificadas e
orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise
laboratorial.
O estímulo
ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis
de anticorpos - e o diagnóstico
precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão
entre as recomendações da Vigilância. Outra orientação é
para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam
afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos
sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas
de higiene no cuidado com crianças, principalmente em
creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito
convívio delas.
"Para a
população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo
divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família
durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços",
diz a enfermeira Maria Ângela Bordin, do Centro de Saúde São
José.
Ela explica
que, contra o rotavírus, existem somente medidas preventivas.
"E a melhor forma de prevenção é o reforço dos
cuidados com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos
e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após
ir ao banheiro e antes de manipular alimentos", diz Maria
Ângela. Também é fundamental o controle da água e dos
alimentos – verduras e frutas devem ser lavadas antes de
serem ingeridas - e a destinação adequada do lixo e do
esgoto.