Casos suspeitos de rotavírus sobem para 263

25/08/2004

Denize Assis

O número de casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas subiu para 263 nesta quarta-feira de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

"Por enquanto, a grande maioria das notificações é procedente da unidade não hospitalar de urgência do São José e uma parcela do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Somente no final de semana passado, o São José atendeu 59 pacientes, dos quais 26 crianças menores de 2 anos e 21 deles com desidratação importante", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Visa.

Segundo Brigina, em situação de surto, a Vigilância recomenda colher amostra de fezes em um a cada grupo de dez pacientes para análise laboratorial no Instituto Adolfo Lutz, referência para estas situações. Para os demais casos, o diagnóstico é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas, chamado tecnicamente de critério clínico-epidemiológico. Até o momento foi confirmado rotavírus em um exame laboratorial.

A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir para óbito. Praticamente todas as crianças se infectam nos primeiros 3 a 5 anos de vida, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses. Nos Estados Unidos, o rotavírus é a principal causa de diarréia grave.

Estima-se que essa doença seja responsável por 5% a 10% de todos os episódios diarreicos em crianças menores de 5 anos. "Nas epidemias e surtos é responsável por 30% dos casos", afirma o médico sanitarista Roberto Marden Farias, diretor municipal de Saúde de Campinas. Segundo ele, as diarréias por rotavírus também aparecem como causa freqüente de hospitalização, atendimentos de emergência e consultas médicas, além de faltas ao trabalho no caso de adultos.

Alerta. A Vigilância em Saúde de Campinas divulgou nesta quarta-feira, dia 25 de agosto, informe técnico para alertar equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata o número de casos, a necessidade das ocorrências serem notificadas e orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise laboratorial.

O estímulo ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de anticorpos - e o diagnóstico precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão entre as recomendações da Vigilância. Outra orientação é para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas de higiene no cuidado com crianças, principalmente em creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito convívio delas.

"Para a população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços", diz a enfermeira Maria Ângela Bordin, do Centro de Saúde São José.

Ela explica que, contra o rotavírus, existem somente medidas preventivas. "E a melhor forma de prevenção é o reforço dos cuidados com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e antes de manipular alimentos", diz Maria Ângela. Também é fundamental o controle da água e dos alimentos – verduras e frutas devem ser lavadas antes de serem ingeridas - e a destinação adequada do lixo e do esgoto.

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