Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas informou nesta quarta-feira, dia 25 de
agosto, em relação aos casos de reações após aplicação
da vacina contra sarampo, rubéola e caxumba (tríplice viral)
identificados no dia 21 de agosto em sete estados e no
Distrito federal, que as doses utilizadas em Campinas são dos
lotes x 6049-1 e 7001-A fornecidas por um laboratório francês.
Portanto, a vacina tríplice distribuída em Campinas não está
relacionada ao lote que pode ter provocado reação acima do
esperado, produzido por um fabricante italiano.
De acordo com
nota divulgada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, no primeiro dia da Campanha Nacional de
Vacinação, 21 de agosto, o Ministério da Saúde foi
informado, por algumas Secretarias Estaduais de Saúde, da
ocorrência de eventos adversos, a maioria casos de urticária
e exantemas (manchas na pele), que podem ser observados após
uso da vacina tríplice viral. Esses eventos, no entanto,
ocorreram em um número maior que o esperado e se relacionaram
com uma das três vacinas tríplice viral que estavam sendo
utilizadas.
Ao todo,
segundo o secretário nacional de Vigilância em Saúde,
Jarbas Barbosa, 1,5 milhão de crianças receberam doses da
vacina do fabricante italiano em todo o país. A secretaria
localizou 106 casos de reações leves, especialmente urticária,
e outros quatro de reações anafiláticas, com quadro de
hipotonia (diminuição do tônus muscular) e dificuldades
respiratórias, mas todo tiveram uma evolução positiva.
Diante desta
situação, o Ministério da Saúde orientou as Secretarias
Estaduais de Saúde que tinham recebido vacinas provenientes
desse mesmo lote relacionado com os eventos adversos para
suspender, como medida de cautela, sua utilização. Essas
vacinas foram imediatamente substituídas por vacinas de
outros fabricantes e o Ministério da Saúde já iniciou
estudos para elucidar a causa dessa ocorrência.
O médico
sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância em Saúde de
Campinas, informa que as vacinas utilizadas no Programa
Nacional de Imunização são adquiridas, exclusivamente, de
produtos certificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
e são testadas, antes de serem usadas, quanto à sua
potencial e segurança.
Segundo
Pisani Neto, praticamente todas as vacinas atualmente em uso
apresentam a possibilidade de desencadear algumas reações
adversas, a grande maioria delas de pouca gravidade e ocorrência
rara. "Essas reações são incomparavelmente menos
graves que as doenças preveníveis pelas vacinas", diz.
O sanitarista lembra, por exemplo, a última epidemia de
sarampo no Brasil, em 1997 e 1998, que matou 61 crianças.
Pisani Neto
informa que, quando se utiliza uma vacina sob a forma de
campanha, atingindo um grande número de crianças em curto
período de tempo, reações adversas que não seriam
percebidas na vacinação de rotina passam a ser registrados
porque se concentram.
O sanitarista
informa que a vacinação continua normalmente até o dia 3 de
setembro e que todas as crianças menores de cinco anos devem
ser levadas aos Centros de Saúde e Módulos Paidéia de Saúde
da Família no horário de funcionamento dos mesmos. As crianças
na faixa etária de 0 a 5 devem tomar a segunda dose contra a
paralisia infantil. E os que têm de 1 a 4 anos devem tomar a
tríplice viral mesmo que já tenham sido vacinados
anteriormente. As doses são gratuitas. Quem tiver o cartão
de vacinas deve levá-lo.