Ações educativas marcam Dia sem Tabaco no Centro de Saúde Aurélia

26/08/2004

Denize Assis

Em comemoração ao Dia Nacional sem Tabaco – 29 de agosto -, o Centro de Saúde do Jardim Aurélia, na região Norte de Campinas, promove a partir das 7 da manhã desta sexta-feira, dia 27, uma série de atividades como apresentação de vídeos e painéis e aplicação de um questionário sobre tabagismo direcionadas aos usuários da unidade. "O objetivo é sensibilizar a comunidade, divulgar o trabalho do centro de saúde e despertar as pessoas para a importância do tema tratamento para os pacientes tabagistas", diz a médica de família Cristiana Alvarenga Soares, que integra uma das equipes do Paidéia do CS Aurélia.

Cristiana, com os enfermeiros Míriam e Paulo e os agentes comunitários de saúde Patrícia, Ione e Valéria, orienta o grupo Amigos do Pulmão, de pacientes tabagistas do CS Aurélia. Constituído em abril deste ano, o grupo se encontra uma vez por semana, sempre às segundas-feiras, no próprio centro de saúde. Atualmente, 18 pessoas estão em tratamento com apoio do grupo.

Segundo Cristiana, primeiro a pessoa passa pelo grupo motivacional e, quando está preparada para marcar uma data de interrupção do tabagismo, vai para o grupo terapêutico. Após três meses sem fumar, a pessoa continua o acompanhamento novamente no grupo motivacional. "O resultado tem sido muito bom. A maioria dos pacientes já deixou de fumar e alguns, inclusive, se mantêm sem fumar há mais de três meses", diz.

O trabalho, informa Cristiana, foi montado nos moldes do grupo de interrupção do tabagismo do Departamento de psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Para participar, é necessário se inscrever no Centro de Saúde, com os profissionais que atuam no acolhimento dos pacientes".

A médica afirma que o tratamento da dependência do tabaco no âmbito da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) é um avanço importante para a saúde pública e um ganho inestimável para a comunidade. Cristiana diz que o paciente que parar de fumar hoje é o paciente que pode evitar internações no futuro pois "Parar de fumar é uma das melhores maneiras de se cuidar da saúde".

O trabalho do CS Aurélia e dos Centros de Saúde São Marcos, Integração, Ipaussurama, Balão do Laranja, São Domingos e São José para tratamento de pacientes dependentes do tabaco integra a política para o combate e prevenção ao tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde denominada Pandemia de Tabagismo – Campinas responde.

Política inclui trabalho em parceria com Educação e com Cipas

A política para o combate e prevenção ao tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas inclui ainda um projeto piloto que trata dos ambientes de trabalho livres de fumaça. O projeto foi iniciado em 2003 e envolve as 19 Comissões Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Cipa) da Prefeitura e 15 Cipas da iniciativa privada. O objetivo é sensibilizar e conscientizar os cipeiros sobre a gravidade do tabagismo, sua conseqüências e como promover o ambiente livre do cigarro. A idéia é que estes profissionais passem a atuar como multiplicadores das ações de combate ao tabagismo nos seus ambientes de trabalho.

Também integra a política o projeto piloto Saber Saúde, de prevenção ao hábito de fumar, e que consiste na aplicação de ações educativas direcionadas a alunos de escolas da cidade. "Faz parte da política municipal para o combate e prevenção ao tabagismo articular todos os seguimentos ao mesmo tempo. O objetivo é garantir resultados mais eficazes não somente no tratamento mas também na prevenção ao tabagismo", afirma Roberto Marden Farias, diretor municipal de Saúde.

Data pretende sensibilizar sobre males do cigarro

O Dia Nacional sem Tabaco foi criado com o intuito de divulgar e sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre os males causados pelo consumo dos derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, rapé, fumo mascado etc). As comemorações são articuladas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca)/Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

Campinas, há três anos, aderiu ao Programa Nacional de Controle do Tabagismo e é um dos municípios pioneiros a implementar uma política ampla envolvendo vários seguimentos, o que tem gerado repercussão positiva na sensibilização da população e gestores em geral sobre os malefícios do tabagismo na cidade.

O tabagismo hoje é considerado uma doença – causada pela dependência à nicotina, considerada droga - responsável por cerca de 50 diferentes enfermidades e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a principal causa de morte evitável em todo mundo. Por ano, 5 milhões de pessoas morrem no mundo em conseqüência desta doença, sendo 200 mil mortes no Brasil. No Estado de São Paulo, 69% das internações hospitalares são relacionadas, direta ou indiretamente, ao tabaco. De acordo com a OMS, 220 bilhões de dólares é o custo social provocado em todo o mundo pelas doenças derivadas do tabagismo.

No Brasil, cerca de 200 mil pessoas morrem por ano devido ao tabagismo, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em Campinas, de acordo com a Vigilância em Saúde do município, a estimativa é que existam, atualmente, 150 mil tabagistas.

Volta ao índice de notícias