Vigilância já registrou 477 casos de diarréia semelhantes às causadas por rotavírus

30/08/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 30 de agosto, que a Vigilância em Saúde (Visa) municipal notificou, entre os dias 1 e 28 de agosto, 477 casos de diarréias similares às causadas por rotavírus. Os registros são referentes a moradores dos bairros das regiões Sul e Noroeste do município, com 428 e 49 casos respectivamente. As crianças menores de dez anos são as mais acometidas.

Segundo o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Visa de Campinas, no caso de diarréias que sugerem rotavírus, são colhidas amostras de fezes e realizados exames para a comprovação do vírus em um a cada dez pacientes. Para os demais pacientes, o critério de diagnóstico é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas, chamado tecnicamente de clínico-epidemiológico. Até o momento, foram enviadas 30 amostras para exames no Instituto Adolfo Lutz e, dos 11 exames já concluídos, seis confirmaram infecção por rotavírus.

"O final do inverno e início da primavera são épocas propícias para o aparecimento de surtos por rotavírus. No ano passado, a cidade registrou um surto na mesma época com mais de 1,2 mil casos", informa Vicente. O sanitarista diz que a transmissão do rotavírus se dá pela via fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa e também por meio de água, alimentos ou superfícies contaminadas.

Contra o rotavírus existem somente medidas preventivas. E a melhor forma de prevenção, de acordo com Vicente Pisani, é o reforço dos cuidados com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e na confecção de alimentos. Também é fundamental o controle da água e dos alimentos e a destinação adequada do lixo e do esgoto.

Na semana passada, a Vigilância em Saúde de Campinas divulgou informe técnico para alertar equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata o número de casos, a necessidade das ocorrências serem notificadas e orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise laboratorial.

O estímulo ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de anticorpos - e o diagnóstico precoce para introdução de tratamento dos sintomas via oral ou endovenosa estão entre as recomendações da Vigilância. Outra orientação é para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas de higiene no cuidado com crianças, principalmente em creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito convívio delas.

"Para a população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços", diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde.

Volta ao índice de notícias