Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 30 de agosto, que
a Vigilância em Saúde (Visa) municipal notificou, entre os dias
1 e 28 de agosto, 477 casos de diarréias similares às causadas
por rotavírus. Os registros são referentes a moradores dos
bairros das regiões Sul e Noroeste do município, com 428 e 49
casos respectivamente. As crianças menores de dez anos são as
mais acometidas.
Segundo o médico
sanitarista Vicente Pisani Neto, da Visa de Campinas, no caso de
diarréias que sugerem rotavírus, são colhidas amostras de fezes
e realizados exames para a comprovação do vírus em um a cada
dez pacientes. Para os demais pacientes, o critério de diagnóstico
é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas,
chamado tecnicamente de clínico-epidemiológico. Até o momento,
foram enviadas 30 amostras para exames no Instituto Adolfo Lutz e,
dos 11 exames já concluídos, seis confirmaram infecção por
rotavírus.
"O final do
inverno e início da primavera são épocas propícias para o
aparecimento de surtos por rotavírus. No ano passado, a cidade
registrou um surto na mesma época com mais de 1,2 mil
casos", informa Vicente. O sanitarista diz que a transmissão
do rotavírus se dá pela via fecal-oral, por contato de pessoa a
pessoa e também por meio de água, alimentos ou superfícies
contaminadas.
Contra o rotavírus
existem somente medidas preventivas. E a melhor forma de prevenção,
de acordo com Vicente Pisani, é o reforço dos cuidados com a
higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos,
principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e na
confecção de alimentos. Também é fundamental o controle da água
e dos alimentos e a destinação adequada do lixo e do esgoto.
Na semana
passada, a Vigilância em Saúde de Campinas divulgou informe técnico
para alertar equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata
o número de casos, a necessidade das ocorrências serem
notificadas e orienta sobre como devem ser colhidas as amostras
para análise laboratorial.
O estímulo ao
aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de
anticorpos - e o diagnóstico precoce para introdução de
tratamento dos sintomas via oral ou endovenosa estão entre as
recomendações da Vigilância. Outra orientação é para que, na
suspeita de rotavírus, as crianças sejam afastadas de creche ou
escola até o desaparecimento dos sintomas. Além disso, é necessário
seguir normas rígidas de higiene no cuidado com crianças,
principalmente em creches, escolas, hospitais, ou qualquer local
de estreito convívio delas.
"Para a
população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo
divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família durante
os trabalhos em campo e nos próprios serviços", diz a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde.