Campanha já vacinou mais de 53 mil crianças em Campinas

31/08/2004

Denize Assis

Mais de 53 mil crianças já foram aos postos de vacinação em Campinas para se protegerem contra a poliomielite desde o início da Campanha Nacional de Vacinação, em 21 de agosto. O número representa 72% de cobertura. Em relação ao sarampo, a cobertura já atingiu 73%, com mais de 44 mil crianças vacinadas. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde foram divulgados nesta terça-feira, 31 de agosto, com base em informações preliminares dos Centros de Saúde e Módulos Paidéia de Saúde da Família coletadas até o dia 28 de agosto.

A campanha se estende até sexta-feira, dia 3 de setembro. Até lá, a meta é vacinar contra a paralisia infantil pelo menos 95% das 75,05 mil crianças menores de cinco anos de idade residentes na cidade, o que corresponde a 71,3 mil. Contra o sarampo, o objetivo é imunizar 95% das 60,8 mil crianças de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil.

Portanto, até sexta-feira, todo cidadão menor de cinco anos deve ser levado a um centro de saúde ou módulo Paidéia de Saúde da Família no período de funcionamento da unidade. As vacinas são totalmente grátis e os pais devem levar a carteira de vacinação. No entanto, a criança poderá receber as doses mesmo sem a carteira.

Segundo o Ministério da Saúde, em todo País, os números apontam para o sucesso da campanha e mostram que as reações alérgicas à vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) não afetaram a vacinação. Assim que foi detectado que havia uma quantidade excessiva de reações em um dos lotes, as doses foram substituídas por frascos de outros fabricantes.

"A vacinação de todas as crianças, ao mesmo tempo e em todas as localidades, é uma das mais fundamentais ações para preservarmos a erradicação da paralisia infantil", diz Carmo Ferreira. A vacina contra a poliomielite, segundo a sanitarista, é segura e não apresenta contra-indicações. "É importante que os pais levem as crianças mesmo as que tiverem tomado a dose na primeira etapa e várias doses anteriormente e independentemente delas estarem com febre, rinite, tosse ou diarréia", diz.

Sarampo. Quanto ao sarampo, Carmo Ferreira informa que a campanha de seguimento é uma estratégia necessária para garantir que todas as crianças estejam imunizadas contra a doença. "Com o passar do tempo, forma-se uma população de suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença. Como o sarampo ainda ocorre em vários países do mundo – o México enfrenta um surto da doença neste momento -, há o risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim, desencadear um surto", diz.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade. Também é preciso considerar que há falha secundária, quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações, somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está constituída a população de suscetíveis.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante – mais de 800 mil mortes por ano - e de fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco de reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa vigilância e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade, isto é boa cobertura em todos os municípios e, dentro do município, em todas as regiões", afirma.

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