A Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal de
Saúde de Campinas, informou nesta quinta-feira, 3 de
agosto, que mais quatro pessoas suspeitas de febre
maculosa e leptospirose foram notificadas entre
moradores do Núcleo Residencial do Jardim Eulina, na
região norte da cidade, o que eleva para oito o número
de casos registrados desde a última segunda-feira na
comunidade. Também estão investigadas as hipóteses de
elas terem adoecido por dengue. Os novos casos foram
notificados entre ontem e hoje, sendo dois por hospitais
da cidade e dois pelo Centro de Saúde do Jardim Eulina.
Estamos mediante a
um surto. Uma situação grave, informa a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica da Covisa. Sendo assim, com o objetivo
principal de interromper a transmissão, a Prefeitura,
por meio da Secretaria de Saúde, mobilizou uma equipe
composta por médico, enfermeiras, biólogo, médico
veterinário e agentes comunitários de saúde dos centros
de saúde Aurélia, Boa Vista e Eulina para ações de busca
ativa de outros moradores com sintomas e exposição a
situação de risco e reforçou assistência médica para
diagnóstico e acompanhamento dos casos. Além disso, está
promovendo mapeamento das condições das casas da
comunidade e ações de mobilização e comunicação social.
As atividades contam com apoio do Centro de Controle de
Zoonoses (CCZ).
Uma equipe da
Superintendência do controle de Endemias (Sucen), por
solicitação da Coordenadoria de Vigilância e Saúde (Covisa)
da Secretaria, também atuou no local hoje com o objetivo
de fazer pesquisa sobre a infestação e identificação dos
carrapatos pesquisa acarológica.
A partir de amanhã,
as atividades prosseguem com ações educativas na
comunidade, atendimento e acompanhamento dos casos
suspeitos e com a análise dos dados verificados em campo
nos trabalhos de hoje. Acontece ainda reunião com
médicos do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE)/Secretaria
de Estado da Saúde, para avaliação clínica dos casos.
Uma outra reunião está programada com representantes do
Exército, para medidas de intervenção ambiental. Também
participam outros órgãos da Prefeitura.
Os pacientes
começaram com febre, dor de cabeça e no corpo,
mal-estar, náuseas e vômitos, sintomas comuns para febre
maculosa, dengue e leptospirose. Alguns relataram
contato com carrapato, o que representa risco para febre
maculosa. Também levamos em conta a sazonalidade, já que
esta é uma época em que registramos aumento dos casos
desta doença. Mas o local também tem presença de ratos,
que é risco para leptospirose, informa a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica da Covisa. Segundo ela, os resultados de
exames laboratoriais para confirmação dos casos devem
sair em duas semanas.
De acordo com a
enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Covisa,
cabe ao poder público promover a limpeza urbana;
desencadear a vigilância epidemiológica e ambiental dos
vetores, reservatórios e dos hospedeiros, detectar e
tratar precocemente os casos suspeitos; investigar e
controlar surtos; conhecer a distribuição da doença
segundo lugar, tempo e pessoa; identificar e investigar
os locais prováveis de infecção (LPI); recomendar e
adotar medidas de controle e prevenção; e mobilizar e
sensibilizar profissionais de saúde.
À iniciativa
privada e outros proprietários cabe promover roçadas de
pastos, limpezas, capinas e retiradas de folhiços dos
terrenos e demais áreas, mantendo a vegetação baixa e
diminuindo a oferta de alimentos e resíduos que atraiam
roedores. Criadouros devem ser inviabilizados.
Mas a população
também pode fazer a sua parte, o que no caso da febre
maculosa inclui evitar as áreas infestadas por
carrapatos e não deixar seus animais, principalmente
cachorros, adentrá-las. Se for adentrar áreas de risco,
sempre que possível, devem ser usadas calças e camisas
de mangas compridas e roupas claras para facilitar a
visualização. Também é aconselhável a inspeção do corpo
para verificar a presença de carrapatos.
No caso da
leptospirose, a orientação é dispor corretamente os
resíduos, evitando disposição de alimentos e abrigo para
ratos. Em relação a dengue, devem ser inviabilizados
criadouros, por meio da adoção de medidas para o
controle do mosquito, como não deixar água acumulada em
objetos.
Ao apresentar
sintomas, se tiver se submetido a risco, a pessoa deve
imediatamente procurar o serviço de saúde e informar se
teve contato com carrapato ou rato, diz Salma.
Aos profissionais de saúde e hospitais de Campinas e
municípios vizinhos, a Covisa orienta que estejam
atentos para suspeitar, perguntar se freqüentou a área
do Eulina, fazer notificação rápida para a Secretaria de
Saúde de Campinas, tratar e acompanhar os pacientes.
Denize Assis