Programa DST/Aids e Centros de Saúde ampliam testagem de hiv e acesso às informações sobre prevenção para mulheres

07/08/2006

Ações já são realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Jardim Itatinga
e serão expandidas para outras unidades da rede pública municipal de Campinas

Aumentar em pelo menos 10% a realização de testes de aids e doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres no município. Este é o objetivo da equipe do Programa Municipal (PM) de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Campinas em parceria com profissionais de Centros de Saúde da rede pública de Campinas, conforme estabelecido em seu Plano de Ações e Metas (PAM) de 2006.  

Estimativas da coordenação do Centro de Referência do PM-DST/Aids de Campinas, com base em projeções do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que só em Campinas, aproximadamente 2.000 pessoas são portadoras do vírus hiv (que provoca a aids) e não sabem. Deste contingente, estima-se que pelo menos um terço sejam mulheres. 

Um das formas de fortalecer as ações de prevenção, à aids e outras dst, junto à população, afirma a enfermeira sanitarista Maria Cristina Ilario, coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas, é incentivar a realização do teste de hiv de maneira precoce, principalmente entre as mulheres.  

Dados epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas mostram que, na década de 80, início da epidemia de aids na cidade, a síndrome era majoritariamente masculina. Uma relação de 40 casos de aids entre homens para cada caso entre mulheres chegou ser registrada nos anos 80.  

Segundo o Programa DST/Aids, no entanto, essa relação mudou e hoje a principal forma de transmissão do hiv está nas relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativos: camisinhas) nas relações sexuais entre homens e mulheres heterossexuais, ou seja, homens que só se relacionam sexualmente com mulheres e mulheres que só se relacionam com homens.  

E a relação desproporcional de casos majoritamente verificados entre homens, que foi realidade nas décadas passadas, hoje não é mais realidade. O maior avanço da epidemia, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde está entre as mulheres, o que inclui tanto as mulheres solteiras como casadas. A relação é praticamente de um caso de aids em homem para cada caso em mulher.  

Pelo menos dez Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Campinas (localizadas em três diferentes regiões da cidade), iniciaram ou estão implantando projetos de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis (dst) para mulheres em parceria com o Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Campinas.  

A primeira unidade básica da rede a executar projeto descentralizado com vinculação de recursos financeiros do Plano de Ações e Metas do Programa DST/Aids de Campinas foi o Centro de Saúde do Jardim Itatinga, escolhido durante a elaboração do Plano, em 2005. As outras unidades já definidas são Centro de Saúde do Parque São Quirino, Vila 31 de Março e Jardim Conceição (os três na região Leste), Centro de Saúde do Jardim Florence (Noroeste), Centro de Saúde do Jardim Santa Mônica e a UBS localizada junto ao Complexo da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU).

As unidades são definidas e confirmam adesão ao projeto após rodadas de reuniões junto às Coordenações Distritais de Saúde. Os projetos estão em fase de implantação nas regiões Norte, Leste, Noroeste e Sudoeste. Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, Maria Cistina Ilario, o objetivo é que a população tenha cada vez mais fácil o acesso ao teste e demais informações para proteger-se das doenças sexualmente transmissíveis e do hiv/aids.

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