A Prefeitura de
Campinas, por intermédio da Secretaria de Saúde, iniciou
esta semana mais um levantamento - o quarto de 2006 -
sobre a incidência de infestação do mosquito Aedes
aegypti, vetor do vírus da dengue, no município.
O estudo,
tecnicamente chamado de pesquisa do índice de Breteau,
aponta o número de criadouros com larvas do mosquito
encontrados a cada 100 residências.
Para chegar ao
índice, aproximadamente 15 mil imóveis em todas as
regiões do município, escolhidos por sorteio, serão
visitados pelos agentes de saúde nos próximos 10 dias.
"É muito importante
que os moradores recebam bem os agentes porque eles
estão zelando pela saúde da comunidade com esse trabalho
preventivo", diz a médica veterinária Jeanette Trigo
Nasser, da Vigilância em Saúde (VISA) de Campinas.
De acordo com a
veterinária, a Secretaria de Saúde considera qualquer
índice maior que 1 como fator de risco.
Depois de avaliadas
as planilhas pelos técnicos e supervisores de controle
ambiental dos Distritos de Saúde, os agentes voltam aos
locais onde há fatores de risco para um trabalho
educativo junto à população. "Os resultados obtidos na
pesquisa são importantes para nortear as ações de
controle da doença", afirma Jeanete.
Segundo a
veterinária, além do Breteau, outros fatores também são
levados em consideração para direcionar e aprimorar o
combate à dengue como, por exemplo, áreas com casos
confirmados da doença, áreas com casos suspeitos,
quantidade e tipo de criadouro e características
geográficas de cada localidade.
Este ano, em
Campinas, foram confirmados 257 casos de dengue, sendo
209 autóctones - contraídos no próprio município -, além
de 16 casos em investigação. Em 2005, foram 115 casos,
sendo 90 autóctones.
Durante as pesquisas
anteriores, nos trabalhos em campo, as equipes
observaram que há, por parte da população, uma reposição
rápida de criadouros. Por isso, mais uma vez, a
Secretaria de Saúde orienta as pessoas a inviabilizar -
furar, tampar, cobrir, emborcar (virar de cabeça para
baixo) - qualquer recipiente que possa acumular água e a
dispor corretamente criadouros ou colocá-los em local
livre da chuva.
A Secretaria informa
ainda que é necessário incorporar hábitos como
desobstruir sujeiras de calhas, remover água acumulada
das lajes, usar ralos abre e fecha ou, na
impossibilidade, colocar água sanitária, manter piscina
clorada ou, se estiver em desuso, mantê-la com o mínimo
de água possível, com adição de cloro e com tela
devidamente esticada.
A caixa d´água tem
que estar bem vedada, ou seja, a tampa deve ser ajustada
e sem presença de trincas. Outro cuidado com este
recipiente é com relação ao respiro ou ladrão que tem
que estar vedado também - com um pedaço de espuma ou uma
tela -. Os pratos de vaso precisam estar justapostos ao
tamanho da planta ou furados. Se este procedimento não
for possível, é indicado adicionar areia grossa
umedecida até a borda do prato. Finalmente, o aquário
deve estar vedado ou com a abertura telada já que nem
todos os peixes de aquário são larvófagos - se alimentam
de larvas.
A Secretaria de Saúde
afirma que não existe temporada de dengue e que o
combate aos criadouros precisa ser cotidiano,
independente de ser verão ou inverno.
Não há vacinas contra a
dengue e o tratamento é feito com medicação para
amenizar os sintomas.
Cláudia Xavier