Campinas inicia mais uma pesquisa sobre infestação do mosquito da dengue

08/08/2006

A Prefeitura de Campinas, por intermédio da Secretaria de Saúde, iniciou esta semana mais um levantamento - o quarto de 2006 - sobre a incidência de infestação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, no município.

O estudo, tecnicamente chamado de pesquisa do índice de Breteau, aponta o número de criadouros com larvas do mosquito encontrados a cada 100 residências.

Para chegar ao índice, aproximadamente 15 mil imóveis em todas as regiões do município, escolhidos por sorteio, serão visitados pelos agentes de saúde nos próximos 10 dias.

"É muito importante que os moradores recebam bem os agentes porque eles estão zelando pela saúde da comunidade com esse trabalho preventivo", diz a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, da Vigilância em Saúde (VISA) de Campinas.

De acordo com a veterinária, a Secretaria de Saúde considera qualquer índice maior que 1 como fator de risco.

Depois de avaliadas as planilhas pelos técnicos e supervisores de controle ambiental dos Distritos de Saúde, os agentes voltam aos locais onde há fatores de risco para um trabalho educativo junto à população. "Os resultados obtidos na pesquisa são importantes para nortear as ações de controle da doença", afirma Jeanete.

Segundo a veterinária, além do Breteau, outros fatores também são levados em consideração para direcionar e aprimorar o combate à dengue como, por exemplo, áreas com casos confirmados da doença, áreas com casos suspeitos, quantidade e tipo de criadouro e características geográficas de cada localidade.

Este ano, em Campinas, foram confirmados 257 casos de dengue, sendo 209 autóctones - contraídos no próprio município -, além de 16 casos em investigação. Em 2005, foram 115 casos, sendo 90 autóctones. 

Durante as pesquisas anteriores, nos trabalhos em campo, as equipes observaram que há, por parte da população, uma reposição rápida de criadouros. Por isso, mais uma vez, a Secretaria de Saúde orienta as pessoas a inviabilizar - furar, tampar, cobrir, emborcar (virar de cabeça para baixo) - qualquer recipiente que possa acumular água e a dispor corretamente criadouros ou colocá-los em local livre da chuva.

A Secretaria informa ainda que é necessário incorporar hábitos como desobstruir sujeiras de calhas, remover água acumulada das lajes, usar ralos abre e fecha ou, na impossibilidade, colocar água sanitária, manter piscina clorada ou, se estiver em desuso, mantê-la com o mínimo de água possível, com adição de cloro e com tela devidamente esticada.

A caixa d´água tem que estar bem vedada, ou seja, a tampa deve ser ajustada e sem presença de trincas. Outro cuidado com este recipiente é com relação ao respiro ou ladrão que tem que estar vedado também - com um pedaço de espuma ou uma tela -. Os pratos de vaso precisam estar justapostos ao tamanho da planta ou furados. Se este procedimento não for possível, é indicado adicionar areia grossa umedecida até a borda do prato. Finalmente, o aquário deve estar vedado ou com a abertura telada já que nem todos os peixes de aquário são larvófagos - se alimentam de larvas.

A Secretaria de Saúde afirma que não existe temporada de dengue e que o combate aos criadouros precisa ser cotidiano, independente de ser verão ou inverno.

Não há vacinas contra a dengue e o tratamento é feito com medicação para amenizar os sintomas.

Cláudia Xavier

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