Exames confirmam três casos de febre maculosa em Campinas

17/08/2006

Dois referem-se a moradores do Eulina, região norte, e que foram a óbito no final de julho;
um terceiro caso trata-se de  morador do São Domingos, região sul, que morreu também no final de julho

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta quinta-feira, 17 de agosto, que dos casos suspeitos de febre maculosa já notificados pela Vigilância Epidemiológica Municipal três foram confirmados por meio de exames de laboratório realizados pelo Instituto Adolfo Lutz. Os resultados foram encaminhados à Coordenadoria de Vigilância em Saúde no final da tarde de ontem, dia 16.

Entre as confirmações, duas referem-se às ocorrências registrados no Núcleo Residencial do Jardim Eulina, na região norte, onde está confirmado um surto da doença.

A terceira confirmação trata-se de um homem que morava no Campo Belo, na região sul da cidade, sendo que a pessoa contraiu a doença numa área localizada às margens do rio Capivari em um município vizinho e, portanto, trata-se de um caso importado.

É uma ocorrência isolada, sendo que não foram registrados outros casos depois deste. Além disso, aconteceu dentro da ocorrência esperada da febre maculosa no município, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Situação da doença no município

A sanitarista informa que a febre maculosa é endêmica quando a doença é registrada o ano todo na região de Campinas. Nosso município tem registrado casos todos os anos desde 1995. Foram confirmados 32 desde então. São poucas ocorrências, mas com letalidade alta. Seis pessoas morreram, diz.

Brigina informa que desde janeiro de 2006, foram notificados 168 casos de febre maculosa na cidade, com quatro mortes. Do total, quatro casos foram confirmados por exames de laboratório e o restante ainda aguarda resultado.

A sanitarista explica que em relação aos períodos anteriores, neste ano Campinas registrou uma situação inusitada, grave, que é a do Núcleo Residencial do Jardim Eulina. São 20 casos com três óbitos desde o início de agosto. Todos os pacientes têm histórico de contato com carrapato na mesma área. Do total, três foram confirmados por exames laboratoriais.

Além desta ocorrência, a cidade registrou um outro surto provável por febre maculosa, no Parque Jambeiro, região sul, onde 11 pessoas apresentaram os sintomas da doença após terem tido contato com carrapato numa mesma área. Todos os doentes estão bem e encontram-se em acompanhamento ambulatorial. A Secretaria ainda aguarda resultado de exames laboratoriais para confirmar o foco.

Também há o registro do Campo Belo que é o caso importado confirmado hoje e outras ocorrências registradas em outros pontos da cidade.

Controle

Em todas as ocorrências foram adotadas medidas adequadas de controle. Não existe vacina contra a febre maculosa. Também há um consenso técnico de que não é possível eliminar totalmente o carrapato do meio ambiente. Portanto, na ausência de armas definitivas, cabe ao poder público desencadear ações de prevenção e controle da doença e assistência aos pacientes, providências que foram e continuam sendo desencadeadas a cada registro e de acordo com a gravidade da situação. À população, cabe conscientizar-se de que áreas de risco não devem ser freqüentadas, diz Saraiva.

O secretário reforça que é importante que a população se conscientize de que a febre maculosa ocorre na nossa cidade e de que é preciso atitudes de prevenção que incluem além das desencadeadas pela prefeitura como limpeza urbana, mobilização das equipes de vigilância em saúde e mobilização e comunicação social principalmente não freqüentar áreas de vegetação com presença de hospedeiro primário do Amblyomma cajennense (carrapato-estrela) cavalo e carrapato. Se for adentrá-las por motivos profissionais ou outros a pessoa deve usar roupas que cubram todo o corpo e fazer uma inspeção a cada 2 horas para verificar o parasitismo.

Se tiver histórico de parasitismo por carrapato e apresentar sintomas como febre, cefaléia, dor no corpo intensa, mal-estar generalizado, náuseas e vômitos a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde e informar que teve contato com carrapato. A febre maculosa tem tratamento e o início precoce é fundamental para a cura do paciente.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias