A Secretaria de
Saúde de Campinas informou nesta quinta-feira, 17 de
agosto, que dos casos suspeitos de febre maculosa já
notificados pela Vigilância Epidemiológica Municipal
três foram confirmados por meio de exames de laboratório
realizados pelo Instituto Adolfo Lutz. Os resultados
foram encaminhados à Coordenadoria de Vigilância em
Saúde no final da tarde de ontem, dia 16.
Entre as
confirmações, duas referem-se às ocorrências registrados
no Núcleo Residencial do Jardim Eulina, na região norte,
onde está confirmado um surto da doença.
A terceira
confirmação trata-se de um homem que morava no Campo
Belo, na região sul da cidade, sendo que a pessoa
contraiu a doença numa área localizada às margens do rio
Capivari em um município vizinho e, portanto, trata-se
de um caso importado.
É uma ocorrência
isolada, sendo que não foram registrados outros casos
depois deste. Além disso, aconteceu dentro da ocorrência
esperada da febre maculosa no município, afirma a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas.
Situação da doença
no município
A sanitarista
informa que a febre maculosa é endêmica quando a doença
é registrada o ano todo na região de Campinas. Nosso
município tem registrado casos todos os anos desde 1995.
Foram confirmados 32 desde então. São poucas
ocorrências, mas com letalidade alta. Seis pessoas
morreram, diz.
Brigina informa
que desde janeiro de 2006, foram notificados 168 casos
de febre maculosa na cidade, com quatro mortes. Do
total, quatro casos foram confirmados por exames de
laboratório e o restante ainda aguarda resultado.
A sanitarista
explica que em relação aos períodos anteriores, neste
ano Campinas registrou uma situação inusitada, grave,
que é a do Núcleo Residencial do Jardim Eulina. São 20
casos com três óbitos desde o início de agosto. Todos os
pacientes têm histórico de contato com carrapato na
mesma área. Do total, três foram confirmados por exames
laboratoriais.
Além desta
ocorrência, a cidade registrou um outro surto provável
por febre maculosa, no Parque Jambeiro, região sul, onde
11 pessoas apresentaram os sintomas da doença após terem
tido contato com carrapato numa mesma área. Todos os
doentes estão bem e encontram-se em acompanhamento
ambulatorial. A Secretaria ainda aguarda resultado de
exames laboratoriais para confirmar o foco.
Também há o
registro do Campo Belo que é o caso importado confirmado
hoje e outras ocorrências registradas em outros pontos
da cidade.
Controle
Em todas as
ocorrências foram adotadas medidas adequadas de
controle. Não existe vacina contra a febre maculosa.
Também há um consenso técnico de que não é possível
eliminar totalmente o carrapato do meio ambiente.
Portanto, na ausência de armas definitivas, cabe ao
poder público desencadear ações de prevenção e controle
da doença e assistência aos pacientes, providências que
foram e continuam sendo desencadeadas a cada registro e
de acordo com a gravidade da situação. À população, cabe
conscientizar-se de que áreas de risco não devem ser
freqüentadas, diz Saraiva.
O secretário
reforça que é importante que a população se conscientize
de que a febre maculosa ocorre na nossa cidade e de que
é preciso atitudes de prevenção que incluem além das
desencadeadas pela prefeitura como limpeza urbana,
mobilização das equipes de vigilância em saúde e
mobilização e comunicação social principalmente não
freqüentar áreas de vegetação com presença de hospedeiro
primário do Amblyomma cajennense
(carrapato-estrela) cavalo e carrapato. Se for
adentrá-las por motivos profissionais ou outros a pessoa
deve usar roupas que cubram todo o corpo e fazer uma
inspeção a cada 2 horas para verificar o parasitismo.
Se tiver
histórico
de parasitismo por carrapato e apresentar sintomas como
febre, cefaléia, dor no corpo intensa, mal-estar
generalizado, náuseas e vômitos a pessoa deve procurar
imediatamente o serviço de saúde e informar que teve
contato com carrapato. A febre maculosa tem tratamento e
o início precoce é fundamental para a cura do paciente.
Denize Assis