Já chega a cerca de 15
toneladas a quantidade de entulhos recolhidos de
residências na Vila Esmeraldina, região sul de Campinas,
dentro do projeto de ações de controle ambiental
desenvolvido pela Vigilância em Saúde (Visa) do Distrito
de Saúde Sul.
A operação começou há
quatro semanas e será concluída nesta sexta-feira, 18 de
agosto, com a coleta do restante do material que será
enviado ao aterro sanitário e, o que for aproveitável, a
uma cooperativa de reciclagem de lixo.
A "faxina" pela qual
estão passando as casas do bairro tem por objetivo
prevenir a proliferação de ratos, do carrapato-estrela e
do Aedes aegypti, transmissores, respectivamente,
da leptospirose, febre maculosa e dengue.
O supervisor de Controle
Ambiental da Visa Sul, Jeovani Alves Santos, calcula que
o total de entulhos retirados chegará a 20 toneladas
nesta sexta-feira. "É impressionante a capacidade que as
pessoas têm de reter e acumular o que não tem mais uso,
colocando em risco a própria saúde", comenta.
Entre os objetos
inusitados que, por vezes, chegam aos caminhões estão
sofás velhos, fogões, armários, aparelhos de
videocassete e até celulares antigos. O trabalho
contribui também para o controle das chamadas pragas
urbanas, em que podem ser incluídos escorpiões e
cobras, entre outros.
"É um trabalho árduo
porque é necessário atingir também a consciência da
população. É por isso que, antes da circulação dos
caminhões, agentes de saúde visitam o maior número
possível de residências para distribuir cartilhas sobre
o tema e orientar os moradores sobre a relação que há
entre o meio ambiente e a saúde/doença", diz Santos.
De acordo com o
supervisor, cerca de 4,5 mil residências foram
visitadas, dentro da população estimada de 20 mil
moradores da Vila Esmeraldina.
Todo o entulho foi
colocado na rua pelos próprios moradores.
Principais medidas de
prevenção
1 - Vedar caixas dágua
mantendo-as com a tampa ajustada e sem frestas. Remover
sujeiras, água acumulada de calhas e lajes. Qualquer
recipiente que possa acumular água deve ser descartado
adequadamente ou guardado em local livre de chuva;
2 - Manter o quintal limpo,
organizado e sem mato. Não descartar resíduos em
terrenos baldios ou em locais em volta das casas;
3 - Acondicionar lixos e
entulhos em sacos e coloca-los para serem recolhidos
pouco antes de o caminhão de coleta passar;
4 - Lavar as vasilhas de
água e de alimentos dos animais com bucha e guarda-las à
noite;
5 - Ao manter contato com
gramado de parques e vegetação em margens de rios e
outros, use roupas claras, blusas de mangas longas e
calças compridas e, de preferência, botas;
6 - Verificar o corpo a
cada duas horas para se certificar de que não há
carrapatos aderidos à pele. Se encontrá-los, retire-os
você mesmo ou procure um serviço de saúde.
*Estas medidas
precisam ser diárias, em qualquer estação do ano
independente de fazer frio, calor, chuva ou estiagem
Sobre as doenças
Dengue
Forma de contágio:
pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Fatores de risco:
qualquer recipiente que armazene água como, por exemplo
barris, caixas, tambores, vidros, pratos, vasos de
plantas, cisternas, garrafas, latas, pneus, calhas de
telhados e muitos outros onde a água da chuva é
coletada.
Leptospirose
Forma de contágio:
pelo contato com urina do rato por meio de lama, água de
chuvas, enchentes e alagamentos.
Fatores de risco:
acúmulo de lixo e entulho, o que favorece a proliferação
de roedores.
Febre maculosa
Forma de contágio:
pelo contato com o carrapato-estrela infectado pela
bactéria da febre maculosa (Rickttsia rickettssii).
Fatores de risco:
contato com vegetação e animais em áreas como margens de
rios e córregos, parques e matos.
* Estas doenças têm
como sintomas comuns febre, dores de cabeça e no corpo,
além de manchas avermelhadas na pele e mal-estar
generalizado.
* Em caso de algum
desses sintomas, um serviço de saúde deve ser procurado.
Deve-se também relatar se houve contato com lama,
enchente, se teve picada de mosquito ou de carrapato.
* É importante não tomar
remédios sem indicação médica e procurar sempre uma
unidade de saúde.
(Esta matéria é uma contribuição da jornalista Cláudia
Xavier, do Decom, para a Secretaria de Saúde)