Prefeitura realiza operação de limpeza para controle de doenças na Vila Esmeraldina

18/08/2006

Já chega a cerca de 15 toneladas a quantidade de entulhos recolhidos de residências na Vila Esmeraldina, região sul de Campinas, dentro do projeto de ações de controle ambiental desenvolvido pela Vigilância em Saúde (Visa) do Distrito de Saúde Sul.

A operação começou há quatro semanas e será concluída nesta sexta-feira, 18 de agosto, com a coleta do restante do material que será enviado ao aterro sanitário e, o que for aproveitável, a uma cooperativa de reciclagem de lixo.

A "faxina" pela qual estão passando as casas do bairro tem por objetivo prevenir a proliferação de ratos, do carrapato-estrela e do Aedes aegypti, transmissores, respectivamente, da leptospirose, febre maculosa e dengue.

O supervisor de Controle Ambiental da Visa Sul, Jeovani Alves Santos, calcula que o total de entulhos retirados chegará a 20 toneladas nesta sexta-feira. "É impressionante a capacidade que as pessoas têm de reter e acumular o que não tem mais uso, colocando em risco a própria saúde", comenta.

Entre os objetos inusitados que, por vezes, chegam aos caminhões estão sofás velhos, fogões, armários, aparelhos de videocassete e até celulares antigos. O trabalho contribui também para o controle das chamadas pragas urbanas, em que podem ser incluídos escorpiões e cobras, entre outros.

"É um trabalho árduo porque é necessário atingir também a consciência da população. É por isso que, antes da circulação dos caminhões, agentes de saúde visitam o maior número possível de residências para distribuir cartilhas sobre o tema e orientar os moradores sobre a relação que há entre o meio ambiente e a saúde/doença", diz Santos.

De acordo com o supervisor, cerca de 4,5 mil residências foram visitadas, dentro da população estimada de 20 mil moradores da Vila Esmeraldina.

Todo o entulho foi colocado na rua pelos próprios moradores.

Principais medidas de prevenção

1 - Vedar caixas dágua mantendo-as com a tampa ajustada e sem frestas. Remover sujeiras, água acumulada de calhas e lajes. Qualquer recipiente que possa acumular água deve ser descartado adequadamente ou guardado em local livre de chuva;

2 - Manter o quintal limpo, organizado e sem mato. Não descartar resíduos em terrenos baldios ou em locais em volta das casas;

3 - Acondicionar lixos e entulhos em sacos e coloca-los para serem recolhidos pouco antes de o caminhão de coleta passar;

4 - Lavar as vasilhas de água e de alimentos dos animais com bucha e guarda-las à noite;

5 - Ao manter contato com gramado de parques e vegetação em margens de rios e outros, use roupas claras, blusas de mangas longas e calças compridas e, de preferência, botas;

6 - Verificar o corpo a cada duas horas para se certificar de que não há carrapatos aderidos à pele. Se encontrá-los, retire-os você mesmo ou procure um serviço de saúde.

*Estas medidas precisam ser diárias, em qualquer estação do ano independente de fazer frio, calor, chuva ou estiagem

Sobre as doenças

Dengue

Forma de contágio: pela picada do mosquito Aedes aegypti.

Fatores de risco: qualquer recipiente que armazene água como, por exemplo barris, caixas, tambores, vidros, pratos, vasos de plantas, cisternas, garrafas, latas, pneus, calhas de telhados e muitos outros onde a água da chuva é coletada. 

Leptospirose

Forma de contágio: pelo contato com urina do rato por meio de lama, água de chuvas, enchentes e alagamentos.

Fatores de risco: acúmulo de lixo e entulho, o que favorece a proliferação de roedores.

Febre maculosa

Forma de contágio: pelo contato com o carrapato-estrela infectado pela bactéria da febre maculosa (Rickttsia rickettssii).

Fatores de risco: contato com vegetação e animais em áreas como margens de rios e córregos, parques e matos.

* Estas doenças têm como sintomas comuns febre, dores de cabeça e no corpo, além de manchas avermelhadas na pele e mal-estar generalizado. 

* Em caso de algum desses sintomas, um serviço de saúde deve ser procurado. Deve-se também relatar se houve contato com lama, enchente, se teve picada de mosquito ou de carrapato.

* É importante não tomar remédios sem indicação médica e procurar sempre uma unidade de saúde.

 

(Esta matéria é uma contribuição da jornalista Cláudia Xavier, do Decom, para a Secretaria de Saúde)

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