Secretaria de Saúde pretende imunizar 69,8 mil crianças em todo município

23/08/2006

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas pretende imunizar mais de 69,8 mil crianças menores de cinco anos no próximo sábado, dia 26 de agosto, na segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. O número corresponde a 95% da população do município nesta faixa etária constituída por 73,4 mil pessoas. A primeira fase ocorreu em 10 de junho.

Para esta etapa serão viabilizados 292 postos de vacinação, entre fixos e volantes, nas cinco regiões da cidade, abertos à população das 8h da manhã às 5h da tarde. A Prefeitura vai mobilizar 1.375 profissionais de saúde para atuar no atendimento direto à comunidade e nas ações de suporte da campanha. Para o transporte das equipes e outras ações serão disponibilizados 120 veículos. A Secretaria de Saúde recebeu 120 mil doses de vacina contra a pólio, além de doses contra outras doenças.

Como tradicionalmente acontece todos os anos, a dupla Zé e Maria Gotinha, mascotes da campanha, percorre os municípios paulistas para sensibilizar pais e responsáveis por crianças menores de cinco anos sobre a importância da vacinação e, nesta quarta-feira, está em Campinas e visitou o Carrefour Dom Pedro, de manhã, e vai estar no Extra Abolição, à tarde.

Todas as crianças devem comparecer ao posto de vacinação no próximo sábado. A orientação vale para quem foi vacinado na primeira fase, em junho, e também para quem não tomou a dose naquela oportunidade. É importante levar o cartão da criança já que também vão ser atualizadas as vacinas que estiverem em atraso. As doses são grátis, informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas.

Brigina informa que Campinas completa, em 2006, 24 anos sem registro de casos de poliomielite, doença grave que pode provocar seqüelas irreversíveis e até a morte. No Estado de São Paulo, a paralisia infantil está erradicada há 18 anos. No Brasil o último caso foi há 17 anos.

Mas apesar do nosso País não registrar mais casos, a doença ainda existe em outros lugares do mundo, principalmente na Ásia e África. São nove países com casos de pólio e o número de ocorrências aumentou de 1255, em 2004, para 1938, em 2005. O vírus da paralisia infantil, portanto, continua circulando e existe o risco de ser reintroduzido no Brasil e contaminar pessoas que não estiverem devidamente imunizadas.

A pessoa não imunizada também pode contrair a doença se viajar para esses países. Por isso, a estratégia da vacinação é um compromisso dos governos, das autoridades sanitárias, da sociedade e dos pais ou responsáveis com a saúde das crianças, diz Brigina.

Primeiras doses

A prevenção da pólio começa cedo. Os bebês precisam tomar as primeiras doses da vacina aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 15 meses. "Mesmo já tendo tomado as doses indicadas, o Ministério da Saúde recomenda que as crianças menores de 5 anos sejam vacinadas novamente. A orientação vale também para quem é vacinado em clínicas particulares", explica Brigina.

É importante lembrar que a vacina é segura e não tem contra-indicações. Nos casos das crianças portadoras de doenças graves, é recomendado que os pais consultem profissionais nos postos e centros de saúde mais próximos, pois pode haver a necessidade de um procedimento diferenciado na vacinação. Essas crianças recebem uma dose injetável, composta de vírus inativados. Nas campanhas nacionais, a vacina é ministrada via oral.

Marco histórico

O Dia Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil foi criado em 1980 com o objetivo de imunizar toda a população infantil. A ação intensiva para combate à doença já dura 26 anos. O último caso de pólio no Brasil foi registrado em 1989, no município de Souza, na Paraíba. Desde setembro de 1994, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) conferiu o certificado de erradicação do poliovírus selvagem nas Américas.

Mas mesmo com o certificado de erradicação do poliovírus selvagem em todo o continente americano, as campanhas devem permanecer no Brasil, como medida de segurança para a saúde mundial, afirma o secretário municipal de Saúde de Campinas José Francisco Kerr Saraiva.

Denize Assis

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