A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas pretende
imunizar mais de 69,8 mil crianças menores de cinco anos
no próximo sábado, dia 26 de agosto, na segunda etapa da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. O
número corresponde a 95% da população do município nesta
faixa etária constituída por 73,4 mil pessoas. A
primeira fase ocorreu em 10 de junho.
Para esta
etapa serão viabilizados 292 postos de vacinação, entre
fixos e volantes, nas cinco regiões da cidade, abertos à
população das 8h da manhã às 5h da tarde. A Prefeitura
vai mobilizar 1.375 profissionais de saúde para atuar no
atendimento direto à comunidade e nas ações de suporte
da campanha. Para o transporte das equipes e outras
ações serão disponibilizados 120 veículos. A Secretaria
de Saúde recebeu 120 mil doses de vacina contra a pólio,
além de doses contra outras doenças.
Como
tradicionalmente acontece todos os anos, a dupla Zé e
Maria Gotinha, mascotes da campanha, percorre os
municípios paulistas para sensibilizar pais e
responsáveis por crianças menores de cinco anos sobre a
importância da vacinação e, nesta quarta-feira, está em
Campinas e visitou o Carrefour Dom Pedro, de manhã, e
vai estar no Extra Abolição, à tarde.
Todas as
crianças devem comparecer ao posto de vacinação no
próximo sábado. A orientação vale para quem foi vacinado
na primeira fase, em junho, e também para quem não tomou
a dose naquela oportunidade. É importante levar o cartão
da criança já que também vão ser atualizadas as vacinas
que estiverem em atraso. As doses são grátis, informa a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Vigilância
em Saúde (Covisa) de Campinas.
Brigina
informa que Campinas completa, em 2006, 24 anos sem
registro de casos de poliomielite, doença grave que pode
provocar seqüelas irreversíveis e até a morte. No Estado
de São Paulo, a paralisia infantil está erradicada há 18
anos. No Brasil o último caso foi há 17 anos.
Mas apesar
do nosso País não registrar mais casos, a doença ainda
existe em outros lugares do mundo, principalmente na
Ásia e África. São nove países com casos de pólio e o
número de ocorrências aumentou de 1255, em 2004, para
1938, em 2005. O vírus da paralisia infantil, portanto,
continua circulando e existe o risco de ser
reintroduzido no Brasil e contaminar pessoas que não
estiverem devidamente imunizadas.
A pessoa
não imunizada também pode contrair a doença se viajar
para esses países. Por isso, a estratégia da vacinação é
um compromisso dos governos, das autoridades sanitárias,
da sociedade e dos pais ou responsáveis com a saúde das
crianças, diz Brigina.
Primeiras
doses
A
prevenção da pólio começa cedo. Os bebês precisam tomar
as primeiras doses da vacina aos 2, 4 e 6 meses de
idade, com um reforço aos 15 meses. "Mesmo já tendo
tomado as doses indicadas, o Ministério da Saúde
recomenda que as crianças menores de 5 anos sejam
vacinadas novamente. A orientação vale também para quem
é vacinado em clínicas particulares", explica Brigina.
É importante lembrar que a vacina é segura e não tem
contra-indicações. Nos casos das crianças portadoras de
doenças graves, é recomendado que os pais consultem
profissionais nos postos e centros de saúde mais
próximos, pois pode haver a necessidade de um
procedimento diferenciado na vacinação. Essas crianças
recebem uma dose injetável, composta de vírus inativados.
Nas campanhas nacionais, a vacina é ministrada via oral.
Marco
histórico
O Dia
Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil foi
criado em 1980 com o objetivo de imunizar toda a
população infantil. A ação intensiva para combate à
doença já dura 26 anos. O último caso de pólio no Brasil
foi registrado em 1989, no município de Souza, na
Paraíba. Desde setembro de 1994, a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) conferiu o certificado de
erradicação do poliovírus selvagem nas Américas.
Mas mesmo
com o certificado de erradicação do poliovírus selvagem
em todo o continente americano, as campanhas devem
permanecer no Brasil, como medida de segurança para a
saúde mundial, afirma o secretário municipal de Saúde de
Campinas José Francisco Kerr Saraiva.
Denize
Assis