A Secretaria de Saúde
de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde e do
Departamento de Saúde, divulgou na manhã desta
sexta-feira, dia 25 de agosto, comunicado para as
unidades de saúde da rede pública municipal com
informações sobre o clima seco. O documento orienta
quanto aos cuidados a serem adotados e divulgados à
população para evitar agravos à saúde devido ao
calor e à baixa umidade relativa do ar.
De acordo com o
Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas
Aplicadas a Agricultura (Cepagri), da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), a umidade relativa
do ar ficou entre 12% e 20% na maior parte dos
municípios paulistas na tarde de ontem.
Em Campinas, o índice
atingiu 18%, o mais baixo do ano, e hoje e amanhã
deve ficar neste patamar, o que caracteriza estado
de atenção. Ainda segundo o Centro, a previsão é de
muito sol e não há perspectiva de alteração nas
condições do tempo pelo menos até domingo.
Este conjunto de
fatores, de acordo com a Secretaria Municipal de
Saúde, aumenta o risco das pessoas adoecerem, sendo
que os problemas mais comuns são dores de cabeça,
tontura, náusea, irritação nos olhos, nariz e
garganta, gripes, viroses e outras doenças
respiratórias e alérgicas.
Portanto, segundo o
Departamento de Saúde, a população deve adotar
cuidados dentro e fora de casa, sendo que a regra
básica é manter a boa hidratação corporal, com
ingestão de bastante água e sucos. A alimentação
deve ser farta de verduras e frutas. Outras medidas
específicas como manter o ambiente úmido com
vaporizador e até toalhas molhadas ajudam. Além
disso, o sol está forte e é recomendável, no período
do dia em que os raios ultravioletas são mais
intensos entre 10h e 16h -, evitar exposição direta
ao sol.
Se for inevitável
exposição aos raios solares, as pessoas devem se
proteger com chapéu e filtro solar e usar roupas
leves. Mas a medida mais importante sem dúvida é
tomar bastante água, diz a médica pediatra Maria
Fernanda Haddad, coordenadora municipal da Saúde da
Criança de Campinas.
Maria Fernanda
informa ainda que crianças, idosos e pessoas com
qualquer debilidade de saúde são mais agredidos por
este conjunto de fatores e requerem mais atenção. De
acordo com a pediatra, no informe enviado aos
serviços de saúde hoje, a Secretaria orienta que
agentes comunitários de saúde divulguem essas
recomendações durante as visitas domiciliares.
A Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa) informa ainda que a
estiagem prolongada aumenta a concentração de
poluentes no ar e lembra que as pessoas podem
colaborar para não aumentar a poluição, não
queimando resíduos folhas secas, pneus etc nas ruas
e em terrenos dentro da cidade.
A fumaça piora ainda
mais a qualidade do ar e agrava os problemas
respiratórios da população. Portanto, a população
tem que ter consciência da importância de não
queimar folhas, pneus ou qualquer outro material,
diz a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora
da Covisa. Salma informa ainda que a queima de
resíduos é crime ambiental e é proibida por leis
municipal e federal.
Além da orientação
para os serviços de saúde e população em geral, a
Secretaria Municipal de Saúde recomendou a suspensão
das aulas de educação física nas escolas de todo
município, com a sugestão de que as instituições
procurem alternativas como brincadeiras e outras
atividades em lugares protegidos do sol.
Denize Assis
Recomendações*:
Entre 20 e 30% -
Estado de atenção
- Evitar exercícios
físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas
-
Umidificar o ambiente
através de vaporizadores, toalhas molhadas,
recipientes com água, molhamento de jardins etc.
- Sempre que
possível permanecer em locais protegidos do sol, em
áreas vegetadas etc.
Entre 12 e 20% -
Estado de Alerta
- Observar as
recomendações do estado de atenção
- Suprimir
exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10
e 16 horas
- Evitar
aglomerações em ambientes fechados
- Usar soro
fisiológico para olhos e narinas
Abaixo de 12% -
Estado de emergência
- Observar as
recomendações para os estados de atenção e de alerta
- Determinar a
interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre
10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta
de lixo, entrega de correspondência etc.
- Determinar a
suspensão de atividades que exijam aglomerações de
pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas
etc entre 10 e 16
horas
- Manter
umidificados os
ambientes internos, principalmente quartos de
crianças, hospitais etc.
*Fonte: Cepagri