Campinas vacinou 10,8 mil contra a pólio nas primeiras horas da campanha

26/08/2006

Pelo menos 10.872 crianças receberam as gotinhas da vacina Sabin em Campinas nas primeiras horas deste sábado, 26 de agosto, quando foi iniciada em todo Brasil a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite - também conhecida como Paralisia Infantil. O balanço é parcial e refere-se a 43% dos 315 postos de vacinação espalhados pelo município.

O total de imunizados nas primeiras horas representa 15% da população de menores de cinco da cidade. O percentual ficou acima do registrado no mesmo período da primeira fase da campanha, que foi de 11%, e é semelhante ao registrado na mesma parcial da segunda etapa de 2005. A vacinação começou às 8h da manhã e vai até 5h da tarde.

A cobertura está dentro do esperado para a segunda fase. Ainda é cedo para avaliarmos, mas a parcial indica que vamos concluir a campanha com o mesmo percentual dos anos anteriores. A nossa expectativa é que, com os postos de vacinação que vamos abrir amanhã, possamos melhorar a meta, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campinas.

Pela primeira vez, neste domingo, 27 de agosto, a Secretaria de Saúde vai abrir dois postos de vacinação na Lagoa do Taquaral, na entrada principal e na entrada do Ginásio de Esportes, além de um posto no Bosque dos Jequitibás. O horário de funcionamento será das 8h às 16h30.

Segundo Brigina manter alguns postos de vacinação abertos aos domingos ainda é uma experiência desta fase que vai ser melhor avaliada. No entanto, se esta iniciativa se mostrar positiva, será uma estratégia a ser adotada de fato nas próximas campanhas, disse.

A vacina é de graça e não tem contra-indicação. Mesmo as crianças que estiverem com tosse, gripe, diarréia, ou que não tomaram a primeira dose, devem tomá-la. No momento da vacinação, basta apresentar o Cartão da Criança. O documento é importante pois, caso haja alguma vacina em atraso, as equipes dos postos de vacinação fazem a atualização na hora ou agendam um retorno.

A meta, durante toda campanha, é vacinar pelo menos 69,8 mil crianças menores de cinco anos em Campinas, o que corresponde a 95% da população do município nesta faixa etária.

Abertura

Em Campinas, a campanha foi aberta logo de manhã pelo Secretário Municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, no Centro de Saúde Costa e Silva, na região leste da cidade. Na oportunidade, Saraiva novamente conclamou pais, responsáveis e toda sociedade a levar as crianças menores de cinco anos aos postos para receber as gotinhas.

A Paralisia Infantil causa problemas musculares que comprometem seriamente a coordenação motora das crianças e pode até levar à morte. Mas é uma doença que tem prevenção por meio desta vacina, que é segura e não dói nada. Portanto, independente do uso da vacina oral ou injetável contra poliomielite na rotina, todas as crianças devem ser levadas aos postos hoje. Este é um ato de amor que os adultos podem manifestar por suas crianças. São duas gotinhas apenas e previnem uma doença grave, afirmou Saraiva.

No momento da abertura, a dona de casa Dira de Almeida e seu companheiro Osório de Almeida, de 64 e 67 anos respectivamente, chegaram ao Centro de Saúde Costa e Silva para levar o neto Gustavo para tomar as gotinhas.

Este é um momento importante. Fiz questão de vir logo cedo. A paralisia infantil é uma doença grave. Eu conheço pessoas que tiveram a doença em outras épocas quando ainda não eram realizadas campanhas. Apóio a estratégia e faço questão de trazer meus netos, disse.

Sintomas

Podem ser semelhantes aos de uma simples gripe (febre, dor no corpo e na garganta) associada a náuseas, vômitos e dores abdominais. O poliovírus se desenvolve na garganta ou nos intestinos e, a partir daí, espalha-se pela corrente sanguínea, ataca o sistema nervoso e paralisa os músculos das pernas. Quando o vírus paralisa músculos respiratórios ou de deglutição, pode até matar.

Mundo afora

Desde 1989, nenhum caso de Paralisia Infantil é registrado no Brasil. Mas, Países da África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo Oriental ainda não eliminaram o vírus transmissor da doença. Como existe um grande fluxo de viajantes pelo mundo, as nações que já erradicaram a Paralisia Infantil - como o Brasil - precisam manter as campanhas de vacinação para impedir o aparecimento da doença. 

Por isso, novamente o secretário de Saúde de Campinas José Francisco Kerr Saraiva ressalta que o envolvimento de cada cidadão na campanha é importante. Incentive toda a família e amigos a participar. A divulgação dessas informações é de interesse da comunidade, o que reforça a importância do papel de cada um no trabalho de conscientização de toda a população, finalizou.

Denize Assis

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