Pelo menos
10.872 crianças receberam as gotinhas da vacina Sabin em
Campinas nas primeiras horas deste sábado, 26 de agosto,
quando foi iniciada em todo Brasil a segunda fase da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite -
também conhecida como Paralisia Infantil. O balanço é
parcial e refere-se a 43% dos 315 postos de vacinação
espalhados pelo município.
O total de
imunizados nas primeiras horas representa 15% da
população de menores de cinco da cidade. O percentual
ficou acima do registrado no mesmo período da primeira
fase da campanha, que foi de 11%, e é semelhante ao
registrado na mesma parcial da segunda etapa de 2005. A
vacinação começou às 8h da manhã e vai até 5h da tarde.
A
cobertura está dentro do esperado para a segunda fase.
Ainda é cedo para avaliarmos, mas a parcial indica que
vamos concluir a campanha com o mesmo percentual dos
anos anteriores. A nossa expectativa é que, com os
postos de vacinação que vamos abrir amanhã, possamos
melhorar a meta, diz a enfermeira sanitarista Brigina
Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Saúde de Campinas.
Pela
primeira vez, neste domingo, 27 de agosto, a Secretaria
de Saúde vai abrir dois postos de vacinação na Lagoa do
Taquaral, na entrada principal e na entrada do Ginásio
de Esportes, além de um posto no Bosque dos Jequitibás.
O horário de funcionamento será das 8h às 16h30.
Segundo
Brigina manter alguns postos de vacinação abertos aos
domingos ainda é uma experiência desta fase que vai ser
melhor avaliada. No entanto, se esta iniciativa se
mostrar positiva, será uma estratégia a ser adotada de
fato nas próximas campanhas, disse.
A vacina é
de graça e não tem contra-indicação. Mesmo as crianças
que estiverem com tosse, gripe, diarréia, ou que não
tomaram a primeira dose, devem tomá-la. No momento da
vacinação, basta apresentar o Cartão da Criança. O
documento é importante pois, caso haja alguma vacina em
atraso, as equipes dos postos de vacinação fazem a
atualização na hora ou agendam um retorno.
A meta,
durante toda campanha, é vacinar pelo menos 69,8 mil
crianças menores de cinco anos em Campinas, o que
corresponde a 95% da população do município nesta faixa
etária.
Abertura
Em
Campinas, a campanha foi aberta logo de manhã pelo
Secretário Municipal de Saúde, José Francisco Kerr
Saraiva, no Centro de Saúde Costa e Silva, na região
leste da cidade. Na oportunidade, Saraiva novamente
conclamou pais, responsáveis e toda sociedade a levar as
crianças menores de cinco anos aos postos para receber
as gotinhas.
A
Paralisia Infantil causa problemas musculares que
comprometem seriamente a coordenação motora das crianças
e pode até levar à morte. Mas é uma doença que tem
prevenção por meio desta vacina, que é segura e não dói
nada. Portanto, independente do uso da vacina oral ou
injetável contra poliomielite na rotina, todas as
crianças devem ser levadas aos postos hoje. Este é um
ato de amor que os adultos podem manifestar por suas
crianças. São duas gotinhas apenas e previnem uma doença
grave, afirmou Saraiva.
No momento
da abertura, a dona de casa Dira de Almeida e seu
companheiro Osório de Almeida, de 64 e 67 anos
respectivamente, chegaram ao Centro de Saúde Costa e
Silva para levar o neto Gustavo para tomar as gotinhas.
Este é um
momento importante. Fiz questão de vir logo cedo. A
paralisia infantil é uma doença grave. Eu conheço
pessoas que tiveram a doença em outras épocas quando
ainda não eram realizadas campanhas. Apóio a estratégia
e faço questão de trazer meus netos, disse.
Sintomas
Podem ser
semelhantes aos de uma simples gripe (febre, dor no
corpo e na garganta) associada a náuseas, vômitos e
dores abdominais. O poliovírus se desenvolve na garganta
ou nos intestinos e, a partir daí, espalha-se pela
corrente sanguínea, ataca o sistema nervoso e paralisa
os músculos das pernas. Quando o vírus paralisa músculos
respiratórios ou de deglutição, pode até matar.
Mundo afora
Desde
1989, nenhum caso de Paralisia Infantil é registrado no
Brasil. Mas, Países da África, Sudeste da Ásia e
Mediterrâneo Oriental ainda não eliminaram o vírus
transmissor da doença. Como existe um grande fluxo de
viajantes pelo mundo, as nações que já erradicaram a
Paralisia Infantil - como o Brasil - precisam manter as
campanhas de vacinação para impedir o aparecimento da
doença.
Por isso, novamente o secretário de Saúde de Campinas
José Francisco Kerr Saraiva ressalta que o envolvimento
de cada cidadão na campanha é importante. Incentive toda
a família e amigos a participar.
A divulgação dessas informações é de interesse da
comunidade, o que reforça a importância do papel de cada
um no trabalho de conscientização de toda a população,
finalizou.
Denize
Assis