Para marcar o Dia Nacional de Combate ao
Fumo, nesta terça-feira, 29 de agosto, Centros de Saúde
da Prefeitura de Campinas promoveram palestras nas salas
de recepção, distribuíram folderes e realizaram
atividades educativas em escolas, Organizações
Não-Governamentais (ONGs), locais de lazer e de trabalho
com o objetivo de divulgar os males do cigarro e tornar
estes ambientes livres de tabaco.
A mensagem principal das
atividades, por orientação do Instituto Nacional de
Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde responsável
pela política de controle do câncer no País, foi a de
que o
cigarro faz
mal até para quem não fuma.
No Centro de Saúde (CS) Paranapanema, na
região sul, funcionários e usuários assistiram palestra,
puderam esclarecer dúvidas e saber o que a unidade
disponibiliza para aqueles que querem para de fumar. No
CS Costa e Silva, região leste, a equipe realizou
palestra na Medley nesta terça e amanhã, quarta-feira
(30), promove atividade educativa para 300 alunos de 6ª
a 8ª séries de uma escola pública. Também foram
desenvolvidas ações com 64 jovens atendidos por uma ONG
que trabalha com esportes.
No CS Centro, também região leste, foram
distribuídos materiais educativos. No CS Balão do
Laranja, região noroeste, a equipe comemorou o fato de
trabalhar numa unidade livre do tabaco atualmente nenhum
servidor do CS é fumante - e aproveitou para divulgar as
ações do programa de tabagismo desenvolvido pelo
município.
O
tabagismo é a principal causa de morte evitável em
Campinas e está associado às três principais causas de
morte no município. E o tabagismo passivo, segundo a
Organização Mundial de Saúde, é a terceira maior causa
de morte evitável no mundo, superada apenas pelo
tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool, afirma
o secretário municipal de Saúde de Campinas, José
Francisco Kerr Saraiva.
Saraiva ressalta a importância de
políticas públicas de combate ao tabagismo e afirma que
as iniciativas devem envolver as esferas federal,
estadual e municipal. São necessárias campanhas com
suporte federal na área de legislação e a formação de
grupos e políticas locais de promoção em saúde, com
ampliação das atividades de vigilância em saúde e
atuação na redução da prevalência dos fatores de risco,
diz.
Em Campinas, a Secretaria de Saúde
desenvolve desde 2001 o Programa de Tabagismo que atua
em três vertentes: tratamento, controle e prevenção.
Nossas equipes estão capacitadas de acordo com consensos
utilizados pelos Programas Federal e Estadual de
Tabagismo e encontram-se em diferentes estágios de
implantação, informa o médico Mário Becker, coordenador
municipal do programa desenvolvido pela Secretaria de
Saúde de Campinas.
Segundo Becker, o tratamento dos fumantes
ativos é desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial
em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Caps-Ad Criad) e em
16 Centros de Saúde.
Sabendo-se que o melhor controle do
tabagismo é a prevenção, foram capacitados profissionais
das secretarias municipais de Saúde e Educação que estão
se articulando para implantar atividades conjuntas em
alguns centros de saúde e escolas. O foco principal das
atividades de prevenção são crianças e adolescentes de 4
a 14 anos, alunos da rede escolar e usuários da rede de
saúde, diz Becker.
Na vertente de controle o objetivo é tornar livre do
tabaco os domicílios e os ambientes de estudo, trabalho,
lazer e transporte. Os fumantes ativos prejudicam
passivos, como gestantes e crianças, afirma o médico.
Ele observa que
as
crianças são um dos grupos mais atingidos. Elas correm,
por exemplo, um risco cinco vezes maior de sofrerem
morte súbita sem razão específica.
Segundo a Secretaria
Municipal de Saúde, cerca de 20% de todas as mortes
ocorridas em Campinas são causadas pelo hábito de fumar.
Entre as doenças relacionadas com o tabagismo estão as
do aparelho cardiovascular, do aparelho respiratório e
os cânceres. Mais de 60% das mortes por câncer de pulmão
e de boca e faringe, no sexo masculino, são provocadas
pelo cigarro. Nos homens, o tabagismo também causa 56%
das mortes por câncer de laringe, 54% dos óbitos por
câncer de esôfago e 58% das mortes por doenças
pulmonares crônicas. Os percentuais observados nas
mulheres são sempre inferiores.
Denize Assis