Centros de Saúde promovem atividades para marcar Dia Nacional de Combate ao Fumo

31/08/2006

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, nesta terça-feira, 29 de agosto, Centros de Saúde da Prefeitura de Campinas promoveram palestras nas salas de recepção, distribuíram folderes e realizaram atividades educativas em escolas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), locais de lazer e de trabalho com o objetivo de divulgar os males do cigarro e tornar estes ambientes livres de tabaco.

A mensagem principal das atividades, por orientação do Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde responsável pela política de controle do câncer no País, foi a de que o cigarro faz mal até para quem não fuma.

No Centro de Saúde (CS) Paranapanema, na região sul, funcionários e usuários assistiram palestra, puderam esclarecer dúvidas e saber o que a unidade disponibiliza para aqueles que querem para de fumar. No CS Costa e Silva, região leste, a equipe realizou palestra na Medley nesta terça e amanhã, quarta-feira (30), promove atividade educativa para 300 alunos de 6ª a 8ª séries de uma escola pública. Também foram desenvolvidas ações com 64 jovens atendidos por uma ONG que trabalha com esportes.

No CS Centro, também região leste, foram distribuídos materiais educativos. No CS Balão do Laranja, região noroeste, a equipe comemorou o fato de trabalhar numa unidade livre do tabaco atualmente nenhum servidor do CS é fumante - e aproveitou para divulgar as ações do programa de tabagismo desenvolvido pelo município.

O tabagismo é a principal causa de morte evitável em Campinas e está associado às três principais causas de morte no município. E o tabagismo passivo, segundo a Organização Mundial de Saúde, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool, afirma o secretário municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.

Saraiva ressalta a importância de políticas públicas de combate ao tabagismo e afirma que as iniciativas devem envolver as esferas federal, estadual e municipal. São necessárias campanhas com suporte federal na área de legislação e a formação de grupos e políticas locais de promoção em saúde, com ampliação das atividades de vigilância em saúde e atuação na redução da prevalência dos fatores de risco, diz.

Em Campinas, a Secretaria de Saúde desenvolve desde 2001 o Programa de Tabagismo que atua em três vertentes: tratamento, controle e prevenção. Nossas equipes estão capacitadas de acordo com consensos utilizados pelos Programas Federal e Estadual de Tabagismo e encontram-se em diferentes estágios de implantação, informa o médico Mário Becker, coordenador municipal do programa desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Campinas.

Segundo Becker, o tratamento dos fumantes ativos é desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Caps-Ad Criad) e em 16 Centros de Saúde.

Sabendo-se que o melhor controle do tabagismo é a prevenção, foram capacitados profissionais das secretarias municipais de Saúde e Educação que estão se articulando para implantar atividades conjuntas em alguns centros de saúde e escolas. O foco principal das atividades de prevenção são crianças e adolescentes de 4 a 14 anos, alunos da rede escolar e usuários da rede de saúde, diz Becker.

Na vertente de controle o objetivo é tornar livre do tabaco os domicílios e os ambientes de estudo, trabalho, lazer e transporte. Os fumantes ativos prejudicam passivos, como gestantes e crianças, afirma o médico. Ele observa que as crianças são um dos grupos mais atingidos. Elas correm, por exemplo, um risco cinco vezes maior de sofrerem morte súbita sem razão específica.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de 20% de todas as mortes ocorridas em Campinas são causadas pelo hábito de fumar. Entre as doenças relacionadas com o tabagismo estão as do aparelho cardiovascular, do aparelho respiratório e os cânceres. Mais de 60% das mortes por câncer de pulmão e de boca e faringe, no sexo masculino, são provocadas pelo cigarro. Nos homens, o tabagismo também causa 56% das mortes por câncer de laringe, 54% dos óbitos por câncer de esôfago e 58% das mortes por doenças pulmonares crônicas. Os percentuais observados nas mulheres são sempre inferiores.

Denize Assis

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