A Secretaria
de Saúde de Campinas já vacinou 6,1 mil pessoas contra a
meningite meningocócica C na Vila Esperança, região norte da
cidade. No local, nesta quinta-feira, dia 9 de agosto, a
Vigilância em Saúde notificou novo caso da doença. Trata-se
de uma menina de 10 anos, que está internada em um hospital
público da cidade.
Este é o nono
caso entre moradores daquela comunidade. O primeiro ocorreu
em 10 de julho. Todos os pacientes apresentaram
meningococcemia – quando a bactéria se espalha no organismo,
como uma septicemia. Não houve óbitos.
As pessoas
acometidas têm entre 2 e 30 anos de idade e moram próximas
umas das outras, numa área geográfica delimitada. Esta
situação é caracterizada como surto de doença meningocócica,
segundo critério do Ministério da Saúde. Do total de casos,
seis já receberam alta e três continuam internados.
O bloqueio
vacinal começou sábado, dia 4 de agosto, e está previsto
para encerrar nesta sexta-feira, dia 10. O objetivo é
vacinar em torno de 6,5 mil pessoas entre dois meses e 34
anos. A vacinação de bloqueio é uma medida complementar à
quimioprofilaxia – bloqueio com antibiótico -, feita
imediatamente após a notificação de cada caso.
“As pessoas só
terão os anticorpos de proteção após 15 dias da aplicação da
vacina. Portanto, até o final do mês de agosto, ainda podem
surgir casos da doença na Vila Esperança”, informa a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas.
Segundo
Brigina, as orientações para quem mora na Vila Esperança nos
domicílios que receberam a visita das equipes de saúde no
sábado são as seguintes: as pessoas com idade entre dois
meses e 34 anos que ainda não foram vacinados devem ir até o
Centro de Saúde São Marcos ou Santa Mônica até esta
sexta-feira, dia 10 de agosto, para receber a vacina, que é
gratuita; a comunidade deve estar atenta aos sintomas e,
frente a algum deles, procurar o Centro de Saúde ou o
hospital e informar que é morador da área do surto, para
poder facilitar o diagnóstico precoce da doença e o
tratamento.
Os primeiros
sinais da meningite são febre alta, dores de cabeça e vômito
em jato. Também podem surgir sonolência, alteração de
comportamento e manchas vermelhas na pele (petéquias).
O secretário
municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, informa que
o surto está restrito àquela comunidade e que os moradores
de outros bairros da cidade não precisam ficar apreensivos.
“A situação epidemiológica desta doença vem se mantendo
dentro da normalidade no município. O inusitado é este
surto. No restante da cidade, os coeficientes de
incidência estão baixos e vêm mantendo uma estabilização em
relação aos anos anteriores. Portanto, a população não
precisa ficar apreensiva. Também é importante lembrar que
este ano não houve mortes por esta doença na cidade”, afirma
Francisco Saraiva.
Desde janeiro
de 2007, foram registrados 24 casos de meningite
meningocócica em Campinas, dos quais nove casos referem-se
ao surto e os outros 15 estão espalhados pelo município.
Este ano, a prevalência é do sorogrupo C.
Em 2006, de
janeiro a agosto, foram registrados 15 casos de meningite
meningocócica em Campinas, com prevalência do sorogrupo B.
De acordo com
a Secretaria de Saúde, esta é a primeira vez que Campinas
registra um surto de meningite meningocócica restrito a uma
pequena área. A Secretaria informa ainda que realiza
monitoramento constantemente dos casos e que em qualquer
alteração na situação epidemiológica serão adotadas medidas
cabíveis.
Denize Assis