Saúde já vacinou 6,1 mil contra a meningite C na Vila Esperança

09/08/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas já vacinou 6,1 mil pessoas contra a meningite meningocócica C na Vila Esperança, região norte da cidade. No local, nesta quinta-feira, dia 9 de agosto, a Vigilância em Saúde notificou novo caso da doença. Trata-se de uma menina de 10 anos, que está internada em um hospital público da cidade.

Este é o nono caso entre moradores daquela comunidade. O primeiro ocorreu em 10 de julho. Todos os pacientes apresentaram meningococcemia – quando a bactéria se espalha no organismo, como uma septicemia. Não houve óbitos.

As pessoas acometidas têm entre 2 e 30 anos de idade e moram próximas umas das outras, numa área geográfica delimitada. Esta situação é caracterizada como surto de doença meningocócica, segundo critério do Ministério da Saúde. Do total de casos, seis já receberam alta e três continuam internados.

O bloqueio vacinal começou sábado, dia 4 de agosto, e está previsto para encerrar nesta sexta-feira, dia 10. O objetivo é vacinar em torno de 6,5 mil pessoas entre dois meses e 34 anos. A vacinação de bloqueio é uma medida complementar à quimioprofilaxia – bloqueio com antibiótico -, feita imediatamente após a notificação de cada caso.

“As pessoas só terão os anticorpos de proteção após 15 dias da aplicação da vacina. Portanto, até o final do mês de agosto, ainda podem surgir casos da doença na Vila Esperança”, informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Segundo Brigina, as orientações para quem mora na Vila Esperança nos domicílios que receberam a visita das equipes de saúde no sábado são as seguintes: as pessoas com idade entre dois meses e 34 anos que ainda não foram vacinados devem ir até o Centro de Saúde São Marcos ou Santa Mônica até esta sexta-feira, dia 10 de agosto, para receber a vacina, que é gratuita; a comunidade deve estar atenta aos sintomas e, frente a algum deles, procurar o Centro de Saúde ou o hospital e informar que é morador da área do surto, para poder facilitar o diagnóstico precoce da doença e o tratamento.

Os primeiros sinais da meningite são febre alta, dores de cabeça e vômito em jato. Também podem surgir sonolência, alteração de comportamento e manchas vermelhas na pele (petéquias).

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, informa que o surto está restrito àquela comunidade e que os moradores de outros bairros da cidade não precisam ficar apreensivos. “A situação epidemiológica desta doença vem se mantendo dentro da normalidade no município. O inusitado é este surto. No restante da cidade, os coeficientes de incidência estão baixos e vêm mantendo uma estabilização em relação aos anos anteriores. Portanto, a população não precisa ficar apreensiva. Também é importante lembrar que este ano não houve mortes por esta doença na cidade”, afirma Francisco Saraiva.

Desde janeiro de 2007, foram registrados 24 casos de meningite meningocócica em Campinas, dos quais nove casos referem-se ao surto e os outros 15 estão espalhados pelo município. Este ano, a prevalência é do sorogrupo C.

Em 2006, de janeiro a agosto, foram registrados 15 casos de meningite meningocócica em Campinas, com prevalência do sorogrupo B.

De acordo com a Secretaria de Saúde, esta é a primeira vez que Campinas registra um surto de meningite meningocócica restrito a uma pequena área. A Secretaria informa ainda que realiza monitoramento constantemente dos casos e que em qualquer alteração na situação epidemiológica serão adotadas medidas cabíveis.

Denize Assis

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