Campinas vacinou mais de 56 mil contra a pólio e vai prosseguir com campanha até dia 31

27/08/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, dia 26 de agosto, que 56.474 crianças foram vacinadas no sábado, dia 25 de agosto, na segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação Infantil. O número corresponde a 81,21% de cobertura do total de crianças menores de cinco anos na cidade que é de aproximadamente 69 mil. A Campanha prossegue no município até a próxima sexta-feira, dia 31 de agosto, em todos os centros de saúde. A expectativa é atingir 95% desta população até o final da campanha.

A vacinação foi aberta no sábado, às 8h, durante o Prefeitura Itinerante, pelo Prefeito, Hélio de Oliveira Santos, no posto de vacinação da EMEF Clotilde Barraquet Von Zuben, e prosseguiu até 17h em 288 postos espalhados por todas as regiões de Campinas. Dr. Hélio, que é médico pediatra, aplicou a primeira dose de vacina e ressaltou a importância das campanhas lembrando que a estratégia é uma das mais fundamentais ações para a manutenção da erradicação da paralisia infantil no País.

Uma das crianças a serem vacinadas no sábado foi Wilson Floriano Siris. Ele foi levado na primeira hora da manhã pela avó, a diarista Édina Rodrigues Gomes, ao posto da EMEF Clotilde Barraquet. “A vacina é muito importante. Previne doenças. Nunca deixei meus filhos sem vacinas e faço o mesmo com meus netos”, disse Édina.

A dona de casa Simone Cristine de Toledo, de 32 anos, também levou o filho Vinícius Gabriel, de 3 anos, bem cedinho ao posto da EMEF Clotilde Barraquet. “É muito importante. Não perco uma campanha e gosto de vir bem cedo”, afirmou Simone, que mora no Jardim Satélite Íris III.

“É muito importante que as famílias, a exemplo de dona Édina e Simone, se conscientizem da importância da vacinação contra a paralisia infantil. E, além da conscientização dos pais e responsáveis, temos que ampliar esta rede para pediatras e outros profissionais de saúde para que eles propaguem e sensibilizem a comunidade sobre a importância da vacina oral contra a paralisia infantil”, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina oral contra a poliomielite é a única vacina capaz de erradicar a doença no mundo. No Brasil, a utilização da vacina oral durante as campanhas é recomendada pelo Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunização e se constitui em ação complementar para a vacinação de rotina. O vírus da pólio ainda circula em países da África e da Ásia e causou quase dois mil casos em 2006. Em 2007, foram registrados 283 casos até o mês de julho.

“Por isso, durante toda esta semana, pais e responsáveis por crianças que não tomaram a dose no sábado devem levá-las a um centro de saúde, independente da criança ter tomado várias doses anteriormente e independente do tipo de vacina que ela toma – oral ou injetável. Vacinar todos ao mesmo tempo garante a homogeneidade necessária para impedir que a pólio volte a ocorrer no nosso bairro, na nossa cidade, no país. A carteira de vacinas deve ser levada porque esta é uma oportunidade de atualizar doses que eventualmente possam estar atrasadas”, diz Brigina.

Erradicação - A estratégia de aplicar a Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP) em massa foi adotada em 1980, quando foi realizado pela primeira vez o Dia Nacional de Vacinação contra a doença. Essa estratégia levou à erradicação da doença em território nacional. O último caso de pólio no País foi registrado em 1989, em Sousa, na Paraíba. Em Campinas, o último caso foi em 1981.

Denize Assis

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