Prefeitura anuncia que retorno Às aulas será no dia 17 de agosto

05/08/2009

Autor: Denize Assis

Medida, que visa proteger a saúde das crianças e conter avanço da epidemia da nova gripe, alinha calendários escolares das redes municipal e estadual de ensino

Para conter o avanço da nova gripe em Campinas (Influenza A H1N1), a Prefeitura informou nesta terça-feira, 4 de agosto, uma nova alteração em relação ao calendário escolar da rede pública municipal de ensino: as aulas serão iniciadas dia 17 de agosto.

A medida abrange todos os 65 mil alunos dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis), creches municipais conveniadas, pré-escola, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

Na semana passada, a Administração Municipal anunciou que as aulas seriam retomadas dia 10. No entanto, após nova avaliação da situação epidemiológica da doença, para garantir maior impacto da medida, a Prefeitura aprovou a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde, em comum acordo com a Secretaria Municipal de Educação, para a extensão deste prazo para mais uma semana.

A reposição das aulas do ensino fundamental em Campinas ocorrerá ao longo do segundo semestre para que o calendário de 200 dias letivos seja cumprido, conforme resolução formal da Secretaria Municipal de Educação a ser publicada nos próximos dias.

Também foi considerado o fato da Secretaria de Estado ter anunciado o início do segundo semestre letivo para o dia 17 para todas as escolas estaduais, inclusive para as universidades – Unicamp, Unesp e USP. Assim, adota-se um calendário único para as redes estadual e municipal.

A rede particular de ensino de Campinas também acatou as recomendações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e de Educação e vai iniciar o segundo semestre letivo em 17 de agosto.

Tecnicamente denominada de afastamento social, a medida de alteração do calendário escolar tem impacto no avanço da epidemia de gripe como ficou demonstrado em estudos realizados em outros países como Estados Unidos e México, que já enfrentaram uma primeira onda epidêmica do H1N1, em estudos realizados. Por isso, está sendo recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

No dia 27 de julho, o Ministério da Saúde publicou nota com recomendações sobre o fim das férias e informou que eventuais alterações do calendário escolar “ficam sob avaliação dos governos estaduais e municipais, observando as especificidades locais”.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, a criança elimina mais vírus e tem período de transmissibilidade maior que o do adulto. “Por isso, o adiamento do retorno às aulas reduz o crescimento de casos, inclusive para adultos, e a possibilidade de agravamento dos quadros”, afirmou Maria Filomena.

Para a adoção da medida, a Vigilância em Saúde também considerou o comportamento social da criança que facilita a transmissão do vírus entre os pequenos e, posteriormente para os adultos. “A medida visa preservar a saúde das crianças e reduzir a capacidade de disseminação do vírus na comunidade”, disse a diretora.

Enquanto as crianças continuam em férias, gestores, professores, monitores e supervisores da educação estão sendo capacitados sobre a nova gripe com informações sobre sintomas, formas de evitar o contágio e medidas de prevenção no ambiente escolar. Também estão sendo orientados sobre como proceder na volta às aulas. Até agora, dois mil servidores da educação receberam capacitação. As aulas ocorrem no anfiteatro do Colégio Culto à Ciência e são ministradas pelas equipes da Vigilância em Saúde de Campinas.

Os secretários municipais de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, e de Educação, José Tadeu Jorge, ressaltaram que o objetivo é que os servidores da educação atuem, inclusive, como disseminadores das recomendações sobre a nova gripe para os pais e a comunidade. “Pais devem estar devidamente orientados para, no retorno às aulas, não enviar para a escola alunos com sintomas de gripe até que eles estejam totalmente recuperados. Esses estudantes devem ser acompanhados por um médico. Professores devem divulgar medidas de etiqueta respiratória preconizadas como lavar bem as mãos com água e sabão e que o hábito seja frequente, cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar e não compartilhar copos, pratos e talheres”, disse José Francisco Saraiva.

O secretário de Saúde informou que a mesma regra vale para a comunidade em geral. “Pessoas com sintomas de gripe não devem ir ao trabalho, ao cinema, aos ambientes coletivos até estarem totalmente recuperadas. Elas devem procurar o médico ou serviço de saúde onde habitualmente costumam ir. O hospital deve ser reservado para casos graves”, disse o secretário de Saúde.

Assistência Social. Técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas também estão capacitando servidores da rede de serviços próprios e conveniados da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social sobre a nova gripe, sintomas, formas de prevenção e como proceder com alunos com sintomas. Esta rede de serviços também suspendeu as atividades em formato de aula para crianças.

Dados. Campinas confirmou 102 casos de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) desde o dia 19 de agosto, entre os quais seis óbitos. No Brasil, foram registrados 1.958 casos, com mais de 90 óbitos.

O secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, destacou que 99,5% dos casos da nova gripe evoluem bem. A letalidade média da nova gripe no mundo (0,45%), até o momento, é igual à da gripe sazonal e não tem sido diferente no Brasil e em Campinas. “Reforço que as pessoas com sintomas devem procurar o seu médico ou o centro de saúde onde costumam ir, como já se faz com a gripe comum. O hospital deve ser reservado para casos graves”.

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