Nova gripe: Saúde recomenda restrição de trabalho para gestantes

12/08/2009

Autor: Denize Assis

Para proteção da saúde das gestantes, que atualmente constituem-se em um dos principais grupos de risco para o Influenza A H1N1, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde, divulgou nesta terça-feira, 11 de agosto, nota técnica que recomenda restrição para gestantes do município de Campinas que trabalham fora e atuam em atividades de contato direto com o público, particularmente na área da saúde porque estas têm maior exposição à doença.

A decisão está baseada nos protocolos de manejo clínico do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde e já está sendo seguida pela Prefeitura de Campinas. Portanto, contempla todas as servidoras grávidas.

A recomendação é que hospitais e demais serviços de saúde, das redes pública e privada, efetuem a transferência temporária de funcionárias grávidas para outros setores em que as atividades sejam de menor risco – como atividades administrativas - e onde não haja contato com pacientes portadores de síndrome gripal.

Do mesmo modo, os estabelecimentos de ensino - escolas, centros de educação infantil e creches, entre outros - devem transferir temporariamente as gestantes para outros setores que não tenham risco de presença de alunos gripados.

A Secretaria recomenda, ainda, que na impossibilidade de transferência, as instituições estudem alternativas legais de afastamento temporário das gestantes.

Outros estabelecimentos que possuem funcionárias gestantes também ficam orientados a adotar medidas para reduzir o risco de infecção pela gripe A H1N1, minimizando a exposição dessas mulheres a pessoas com quadros gripais e promovendo condições adequadas para a adoção de medidas preventivas, como higienização das mãos, limpeza e ventilação do ambiente, entre outras ações.

Outra recomendação é para que gestantes saudáveis evitem situações que facilitem a exposição ao vírus Influenza, como o contato com pessoas doentes e aglomerações por tempo prolongado.

“Percebeu-se no Brasil que as gestantes constituem-se em grupo de risco importante, tanto para desenvolver a gripe A (H1N1), como para apresentar gravidade e evoluir para óbito. Então, trata-se de recomendação no sentido de prevenir a exposição das gestantes”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Segundo ela, recomenda-se fortemente que as grávidas evitem aglomerações ou contato com possíveis pessoas doentes tanto na sua vida cotidiana quanto no seu trabalho.

“Na atividade ocupacional, a gestante deve ser afastada das suas atividades de contato com o público e realocada em outras funções, que minimizem o risco à exposição. Na impossibilidade de rever a função naquele momento, deve-se avaliar o afastamento até que a situação epidemiológica da gripe esteja num outro momento”, diz Brigina.

Segundo a coordenadora, o risco é maior porque a gestação provoca uma modificação no sistema imunológico e porque, principalmente no final de gestação, a capacidade respiratória fica reduzida pela própria pressão que o crescimento do bebê faz no pulmão.

Outra orientação é que as gestantes não deixem em momento algum de realizar suas consultas de pré-natal e se a gestante apresentar qualquer sintoma de febre, tosse ou dor de garganta, deve procurar inicialmente seu médico e seguir todas as recomendações que este profissional indicar.

Dos 69 óbitos registrados pela nova gripe no Estado de São Paulo até o dia 7 de agosto, 13 foram de mulheres grávidas. Em Campinas, dos nove óbitos, um foi em gestante.

Volta ao índice de notícias